Sem sucesso comercial

10 ganhadores do Oscar de Melhor Filme que fracassaram na bilheteria

O público nem sempre concorda com os ganhadores do troféu

Cena do filme No Ritmo do Coração
Cena do filme No Ritmo do Coração

O Oscar não garante automaticamente o sucesso financeiro de um filme. 

Apesar de Hollywood e outras partes do mundo contarem com diversas organizações dedicadas a reconhecer e elogiar as produções mais destacadas, a verdadeira medida do afeto e admiração do público por um filme reside em sua performance nas bilheteiras. 

O público investe seu dinheiro suado para assistir a filmes que ressoam com suas emoções, tornando a bilheteria um registro dessas transações.

A Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, prestes a celebrar seu centenário, viu ao longo de seus anos de existência que nem sempre os vencedores de Melhor Filme desfrutam de sucesso comercial. 

Seja porque o filme não foi direcionado ao grande público, o marketing não conseguiu promovê-lo adequadamente, ou simplesmente porque não foi considerado tão envolvente, alguns dos filmes considerados os “melhores” nem sempre garantiram retornos significativos nas bilheteiras. 

Embora um fracasso, sob uma perspectiva estrita, seja um filme que não consegue recuperar seu orçamento, os filmes que ostentam a honra de serem os melhores do setor enfrentam uma expectativa mais elevada e, por vezes, não correspondem às expectativas financeiras.

Filme No Ritmo do Coração

No Ritmo do Coração

Considerando o lançamento do filme No Ritmo do Coração na Apple TV+ com uma estreia limitada nos cinemas, é compreensível que sua arrecadação nas bilheteiras não tenha atingido números extraordinários, conforme indicado pelos dados do The Numbers. É notável e até mesmo sem precedentes nos tempos modernos do cinema que um vencedor do Oscar de Melhor Filme tenha gerado receitas que não ultrapassaram a marca dos oito ou nove dígitos nas bilheteiras.

A história do filme é profundamente comovente e emocional, abordando um tema que muitas vezes não recebe a devida atenção, o que o coloca em uma posição privilegiada para receber reconhecimento em prestigiosos eventos como o Oscar. É razoável presumir que a Apple tenha investido significativamente na produção, dada a natureza delicada e impactante da narrativa.

O lançamento limitado nos cinemas, combinado com a disponibilidade na Apple TV+, pode ter contribuído para uma bilheteria menos expressiva, mas é importante destacar que a relevância e impacto cultural de um filme muitas vezes transcendem os números nas bilheteiras. No Ritmo do Coração pode não ter acumulado cifras estratosféricas, mas sua capacidade de tocar corações e abordar questões subestimadas o torna um digno vencedor do Oscar, independentemente das receitas nas salas de cinema.

Moonlight- Sob a Luz do Luar

Moonlight: Sob a Luz do Luar

Moonlight: Sob a Luz do Luar enfrentou uma jornada desafiadora para conquistar o prêmio de Melhor Filme, especialmente depois do incidente em 2016, quando La La Land: Cantando Estações foi erroneamente anunciado como vencedor. No entanto, o filme, produzido com um modesto orçamento de US$ 1,5 milhão, conforme informações do The Numbers, alcançou um dos menores totais de bilheteria da história, ajustado para a inflação, em comparação com outros vencedores do Oscar.

Embora tenha conquistado merecidamente o prêmio, é notável que o filme tenha enfrentado dificuldades em acumular grandes receitas nas bilheteiras. O orçamento limitado, embora tenha contribuído para a realização do projeto, também pode ter influenciado a amplitude do lançamento. Se Moonlight: Sob a Luz do Luar tivesse recebido uma distribuição mais ampla, é possível que seus ganhos pudessem ter sido multiplicados várias vezes.

A questão da bilheteria destaca um desafio recorrente na indústria onde filmes de menor orçamento muitas vezes lutam para competir em termos de receitas, mesmo quando são aclamados pela crítica e reconhecidos com prêmios prestigiosos. A história envolvente e a representação de Moonlight: Sob a Luz do Luar certamente garantiram sua posição como um vencedor digno, mas a limitação de seu lançamento pode ter afetado sua capacidade de atingir um público mais amplo e, consequentemente, gerar maiores receitas nas bilheteiras. Filme pode ser visto no HBO Max.

Michael Keaton em Birdman (ou a Inesperada Virtude da Ignorância)

Birdman (ou a Inesperada Virtude da Ignorância)

Birdman (ou a Inesperada Virtude da Ignorância), estrelado por Michael Keaton, enfrentou uma competição incrivelmente acirrada no Oscar de 2014, competindo com títulos de peso como O jogo da imitação, Sniper Americano e A Teoria de Tudo. Apesar de estar na extremidade inferior dos números de bilheteria, conforme indicado pelo The Numbers, Birdman (ou a Inesperada Virtude da Ignorância) conseguiu superar seus concorrentes e conquistar a estatueta dourada.

O filme, sem dúvida, tinha méritos notáveis, desde as performances brilhantes até a escrita envolvente. No entanto, mesmo com todos esses elogios, Birdman encontrou dificuldades em capturar a atenção do público, especialmente em comparação com alguns dos outros indicados ao Oscar. A batalha nas bilheteiras pode ter sido agravada pelo fato de muitos espectadores esperarem que um dos concorrentes mais populares levasse para casa o prêmio principal.

A narrativa intrigante e inovadora de Birdman, filmada em um estilo que simula uma única tomada contínua, foi um dos destaques que agradaram a crítica e o júri do Oscar. No entanto, a recepção do público pode ter sido afetada pela preferência por histórias mais convencionais ou pelo apelo mainstream de outros concorrentes. A vitória de Birdman destaca como a qualidade cinematográfica muitas vezes transcende as preferências de bilheteria e como a competição acirrada no Oscar pode surpreender as expectativas do público. Filme pode ser visto no Star+.

Jean Dujardin e Bérénice Bejo em O Artista

O Artista

O Artista prestou uma bela homenagem aos primórdios de Hollywood, capturando a estética e o charme da era do cinema mudo. Como resultado, o filme recebeu reconhecimento crítico e aclamação, destacando-se como uma obra única. Apesar de sua qualidade artística, não se destacou como um dos filmes mais lucrativos ou de alto escalão de 2011.

Ao ser classificado como o 169º título de maior lucro nas bilheterias em 2011, conforme registrado pelo Box Office Mojo, O Artista não alcançou os números expressivos de alguns de seus concorrentes. Embora mal tenha superado outros filmes com receitas mais modestas no mesmo ano, como indicado pelos dados do The Numbers, o filme surpreendentemente conquistou o cobiçado Oscar de Melhor Filme.

Esta situação ilustra como o reconhecimento e o apreço pelo cinema muitas vezes transcendem o sucesso comercial. O Artista pode não ter sido amplamente reconhecido pelo grande público, mas sua singularidade, inovação e homenagem nostálgica à era do cinema mudo cativaram os críticos e os membros da Academia. A premiação do Oscar, neste caso, reflete a valorização da originalidade e da habilidade artística, mesmo que o filme não tenha alcançado o mesmo nível de popularidade nas bilheterias em comparação a outros títulos do mesmo ano. Filme pode ser assistido no HBO Max.

Filme Guerra ao Terror

Guerra ao Terror

O desempenho financeiro de Guerra ao Terror em relação aos filmes lançados em 2008 é notavelmente modesto, especialmente quando comparado ao vencedor do ano anterior. Com uma arrecadação que representava menos de um terço do que o filme vencedor do Oscar anterior havia conseguido, e considerando um orçamento já reduzido, o filme enfrentou desafios significativos nas bilheteiras, conforme apontado pelos dados do The Numbers.

Em 2009, o cenário cinematográfico foi transformado pelo fenômeno de Avatar, dirigido por James Cameron, que estabeleceu recordes de bilheteria, ultrapassando a marca dos US$ 2 bilhões. Essa discrepância evidente entre o sucesso estrondoso de Avatar e a recepção financeira mais modesta de Guerra ao Terror destaca a diversidade de preferências do público.

Apesar de sua posição como uma aparente “decepção” financeira em comparação com outros lançamentos notáveis de 2008, Guerra ao Terror conquistou o prêmio mais cobiçado da indústria cinematográfica: o Oscar de Melhor Filme. Isso ilustra como a qualidade, narrativa envolvente e a excelência técnica podem ser reconhecidas e valorizadas pela Academia, mesmo em face de concorrentes que possam ter sido mais comercialmente bem-sucedidos ou elogiados pela crítica. A vitória de Guerra ao Terror sobre filmes mais badalados, como Avatar, destaca a capacidade do cinema em transcender as expectativas de bilheteria e reforça a importância da apreciação artística na premiação de filmes. A produção pode ser assistida na Netflix.

Javier Bardem em Onde os Fracos Não Têm Vez

Onde os Fracos Não Têm Vez

Em 2007, muitos filmes conseguiram se aproximar ou até mesmo ultrapassar a marca de US$ 1 bilhão em bilheteria, mas Onde os Fracos Não Têm Vez, dos irmãos Coen, não seguiu a mesma trilha. Apesar de sua vitória em várias categorias, o filme se destacou como uma obra mais nicho em termos de apelo ao público em comparação com outros lançamentos daquele ano, arrecadando apenas uma fração do que os 10 melhores conseguiram, conforme registrado pelo Box Office Mojo.

Embora tenha conquistado o prêmio de Melhor Filme e obtido uma quantia respeitável em relação ao seu orçamento, conforme indicado pelos dados do The Numbers, Onde os Fracos Não Têm Vez ficou significativamente atrás da concorrência em termos de rentabilidade. A natureza mais especializada da narrativa, aliada ao estilo característico dos irmãos Coen, pode ter limitado seu apelo a uma audiência mais ampla, resultando em uma performance menos expressiva nas bilheteiras em comparação com filmes de maior apelo comercial.

Essa discrepância entre o sucesso crítico e a rentabilidade nas bilheteiras destaca como o reconhecimento artístico nem sempre se traduz em grandes retornos financeiros. A premiação do Oscar para Onde os Fracos Não Têm Vez ilustra a valorização da excelência, mesmo quando um filme pode não ter alcançado o mesmo sucesso comercial de seus concorrentes. Isso ressalta a complexidade da indústria, onde o equilíbrio entre a qualidade artística e o apelo ao público nem sempre é facilmente alcançado. Filme pode ser visto no Telecine.

Cena de Crash: No Limite

Crash: No Limite

O filme Crash: No Limite foi um vencedor controverso, especialmente considerando a forte competição com O Segredo de Brokeback Mountain, que conquistou muitos prêmios precursores e era amplamente esperado para levar o prêmio de Melhor Filme. Mesmo obtendo lucro graças a um orçamento modesto, conforme registrado pelo Box Office Mojo, Crash: No Limite provocou debates intensos devido à sua vitória surpreendente.

A possibilidade de Crash: No Limite ter sido escolhido como vencedor, apesar de ser considerado por alguns como um projeto mais fraco em comparação com O Segredo de Brokeback Mountain, sugere a presença de fatores além da qualidade cinematográfica pura nas decisões de votação da Academia na época. 

Questões políticas, sociais e culturais podem ter desempenhado um papel significativo na escolha do vencedor, destacando como as circunstâncias da época podem influenciar as decisões no cenário do Oscar.

Embora Crash: No Limite tenha ganho o prêmio de Melhor Filme e tenha sido financeiramente viável devido ao seu orçamento mais baixo, é verdade que ele não deixou um impacto duradouro na memória coletiva em comparação com O Segredo de Brokeback Mountain, que é amplamente considerado como um clássico. 

Isso ressalta como o legado de um filme pode ser moldado por fatores além das premiações, como a recepção contínua do público e o impacto cultural ao longo do tempo. A decisão controversa da vitória de Crash – No Limite continua a ser discutida, ilustrando a complexidade das escolhas na indústria e a subjetividade que envolve o reconhecimento no mundo do cinema. Filme disponível no Google Play.

John Lone e Joan Chen em O Último Imperador

O Último Imperador

O Último Imperador enfrentou desafios em termos de rentabilidade e apelo ao público durante seu lançamento. Apesar de ter conquistado um total de US$ 44 milhões nas bilheteiras, esse número ficou consideravelmente atrás de outros filmes lançados simultaneamente. Com um orçamento de produção de US$ 25 milhões, somado aos custos de marketing, o filme mal conseguiu se equilibrar financeiramente, conforme indicado pelos dados do The Numbers.

A falta de sucesso imediato nas bilheteiras pode ser atribuída, em parte, à dificuldade de atrair o público durante o lançamento inicial. Apenas após a indicação ao prêmio, o filme começou a ganhar mais visibilidade, atraindo a curiosidade de espectadores que decidiram conferi-lo. Esse padrão é comum em alguns filmes que, mesmo não obtendo sucesso comercial imediato, podem ver um aumento nas vendas de ingressos após o reconhecimento em premiações.

Embora tenha conquistado o prêmio de Melhor Filme, é verdade que O Último Imperador pode não ter capturado a atenção e os corações do público de forma significativa antes de sua indicação ao Oscar. Isso destaca como o impacto e a popularidade de um filme muitas vezes podem ser impulsionados significativamente pelo reconhecimento em premiações, trazendo uma nova audiência ao longo do tempo. A dinâmica entre sucesso comercial imediato e reconhecimento posterior reforça a complexidade e as diferentes maneiras pelas quais um filme pode conquistar seu lugar na memória coletiva dos fãs de cinema. Filme pode ser visto no Prime Video.

Carruagens de Fogo

Carruagens de Fogo

Carruagens de Fogo teve a vantagem de um orçamento relativamente baixo, o que contribuiu para a sua rentabilidade ao recuperar com sucesso o investimento na produção, conforme indicado pelos dados do The Numbers. Apesar desse sucesso financeiro, o filme não conseguiu superar muitos outros lançamentos em 1981, tanto no mercado doméstico, quanto global.

Internamente, Carruagens de Fogo ficou nas posições mais baixas em termos de ganhos nas bilheteiras, conforme registrado pelo Box Office Mojo. Mesmo ao considerar os ganhos globais, o filme mal conseguiu se posicionar entre os dez filmes mais lucrativos de 1981.

A discrepância entre o sucesso financeiro e o desempenho em relação a outros filmes lançados no mesmo ano pode ser atribuída a diversos fatores, como a concorrência acirrada, as preferências do público na época e a temática específica do filme. Embora Carruagens de Fogo não tenha dominado as bilheteiras, sua vitória no Oscar de Melhor Filme pode ter impulsionado sua popularidade e reconhecimento global. Filme pode ser visto no Star+.

Cena de Cimarron

Cimarron

Cimarron, premiado como Melhor Filme em uma época em que o prêmio ainda não tinha a designação específica de “Melhor Filme”, enfrentou desafios notáveis, apesar da competição limitada na época. O filme, embora tenha tido menos opções para concorrer ao título máximo, é percebido por alguns como carente de profundidade real em sua narrativa.

O custo de produção foi significativo, com um orçamento enorme de cerca de US$ 1,5 milhão, conforme mencionado pelo Historical Journal of RTF. Infelizmente, a performance nas bilheteiras não conseguiu compensar esse investimento substancial, ficando aquém em mais de US$ 100.000, indicando uma rentabilidade abaixo das expectativas.

Ao ser considerado um “western médio” que ficou próximo ao fundo das bilheteiras durante seu ano de lançamento, Cimarron ilustra como o gênero do western pode ter variações de sucesso, mesmo em uma época em que as opções competitivas eram mais limitadas. A falta de profundidade percebida na narrativa, juntamente com a competição dentro do próprio gênero, pode ter contribuído para o desempenho modesto nas bilheteiras.

Essa história ressalta como o reconhecimento da Academia nem sempre coincide com o sucesso comercial, e filmes premiados podem enfrentar desafios financeiros e críticos. Cimarron é um exemplo de como até mesmo vencedores do Oscar podem ter uma performance modesta nas bilheteiras, destacando a complexidade da relação entre reconhecimento, qualidade cinematográfica e aceitação pelo público. A produção pode ser assistida no Prime Video.

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