Drácula é o vampiro mais icônico da cultura popular, influenciando inúmeras obras desde que o clássico de Bram Stoker foi publicado originalmente.
Grande parte do motivo pelo qual Drácula prendeu a imaginação do público por tanto tempo deve-se ao filme de 1931, da Universal Studios, com a atuação icônica de Bela Lugosi.
Universal Monsters: Dracula #1 (por James Tynion IV, Martin Simmonds e Rus Wooten) é inspirado justamente nesse filme e traz uma abordagem realmente aterrorizante do vampiro.
O formato de história em quadrinhos permite que Martin Simmonds mergulhe em um horror mais visual, trazendo à tona a violência e o terror.
A história em quadrinhos também dá mais destaque a alguns dos personagens secundários do universo de Drácula, especialmente Lucy Weston.
Portanto, embora Universal Monsters: Dracula #1 seja uma adaptação do filme de 1931, tanto a arte quanto as escolhas de escrita permitem que a minissérie se sustente por si só como uma nova e mais aterrorizante iteração da lenda do Conde Drácula.
Uma releitura imperdível de Drácula
A arte de Martin Simmonds especialmente destaca-se pela liberdade criativa. No romance original, o formato epistolar faz com que o leitor se distancie um pouco da violência, pois está lendo as cartas nas quais os personagens descrevem os eventos que aconteceram com eles, em vez de ler os eventos à medida que acontecem.
No filme de 1931, Tod Browning usa o poder da implicação para aumentar o horror, fazendo com que Drácula faça seus ataques fora da tela, fora da visão da câmera, ou fazendo com que a cena termine logo antes de Drácula ou seus asseclas atacarem.
Na nota do autor no final da edição, James Tynion IV explica que um fator decisivo em sua escolha para trabalhar nessa adaptação foi imaginar a visão de Martin Simmonds sobre Drácula e a história.
Os instintos de Tynion estavam corretos com essa decisão. Embora as escolhas de direção de Tod Browning e a atuação de Bela Lugosi já tenham transformado Drácula em um ícone do terror, o estilo icônico de pintura de Simmonds aumenta o terror da edição e cria uma atmosfera sinistra.
Por exemplo, Simmonds ilustra personagens como Renfield de forma mais abstrata, aumentando a abstração quando a influência de Drácula sobre o personagem se torna mais evidente.
Essa mistura entre o surreal e o real também se manifesta em uma das sequências mais poderosas da edição: O ataque de Drácula a uma mulher na Noite de Walpurgis.
Toda a sequência não tem palavras, contando totalmente com a arte de Simmonds para contar a história.
Embora Universal Monsters: Drácula tenha acabado de começar, a série em quadrinhos já brilha como uma nova abordagem icônica da clássica história de vampiros, permitindo que o rei dos vampiros ressurja mais uma vez.