Polêmica

Round 6: Série da Netflix é acusada de homofobia

Segundo site, produção sul-coreana utiliza clichês e estereótipos negativos

Round 5 quebrou recordes ao se tornar a série mais assistida por todos os países atendidos pela Netflix. No entanto, um artigo publicado no site Digital Spy causou polêmica ao acusar a série de homofobia. Segundo a matéria, Round 6 teria caracterizado um grupo de personagens com estereótipos negativos sobre as pessoas queer.

Em Round 6, 456 pessoas são convidadas a participar de uma misteriosa competição de sobrevivência chamada apenas de Squid Game. Os participantes competem em uma série de jogos infantis tradicionais – mas com reviravoltas mortais – e colocam as vidas em risco em busca do prêmio de 45,6 bilhões de Wons (a moeda da Coreia do Sul). O valor equivale a aproximadamente 40 milhões de dólares.

Apenas um entre os 456 participantes leva a bolada. Nesse cenário marcado por traições, ambição e muitos perigos, todos os concorrentes fazem de tudo para garantir o prêmio. Afinal de contas, o Squid Game só convida pessoas que realmente precisam de dinheiro, o que traz um nível maior de desespero à competição.

Veja abaixo os argumentos apresentados pelo site Digital Spy sobre a suposta homofobia de Round 6 – e tire suas próprias conclusões.

Round 6 é homofóbica?

Segundo o site Digital Spy, os convidados VIP de Round 6 são “codificados” como queer ou gays. Na trama da série, esses convidados assistem aos jogos terríveis e sangrentos em busca de prazer e divertimento.

De acordo com a matéria, o problema não é exatamente a representação desses personagens, mas a maneira como ela é feita. Round 6 não evita mostrar mortes brutais, mas sua caracterização de abusos sexuais é bem mais nebulosa.

A polêmica em questão acontece no minuto 40 do episódio 7, no qual um dos convidados VIP tenta abusar sexualmente de Hwang Jun-ho. O personagem consegue se salvar, porém, segundo o Digital Spy, essa cena perturbadora está crucialmente atrelada a um estereótipo que nasceu da homofobia.

Por décadas, Hollywood trabalhou incansavelmente o clichê do “vilão afeminado” e do “homossexual depravado”, igualando a maldade com características afetadas e femininas, que só podem ser derrotadas pelo “patriarcado heteronormativo”.

Embora a representatividade LGBTQ+ tenha melhorado nos últimos anos, está longe de ser perfeita. E Round 6 não se encontra no “lado correto” dessa jornada, apresentando um péssimo exemplo dos clichês mais conhecidos.

Outro momento de abuso sexual ocorre em Round 6, mas dessa vez, com um homem e uma mulher. Discutivelmente, é algo bem mais perturbador do que o convidado VIP tenta fazer. A diferença é que a cena não aparece na tela.

“Ninguém quer ver uma cena de estupro na TV. Mas mesmo assim, os produtores da série fizeram uma escolha particular ao ligar a única cena de ‘desvio’ sexual aos personagens queer. E a situação fica ainda pior pelo fato do convidado VIP em questão não contar com qualquer tipo de personalidade, exceto sua identidade sexual e perversões eróticas”, afirma o artigo publicado no Digital Spy.

Além disso, os personagens “maus” de Round 6 tendem a agir por desespero, enquanto esse convidado VIP é “maligno” no sentido bíblico da palavra.

“Para complicar ainda mais a situação, pessoas queer na Coreia do Sul ainda estão lutando por diversos dos direitos tomados como certos pela população ocidental. E por causa disso, filmes e séries coreanas, historicamente, têm dificuldades em tratar temas LGBTQ+ com o respeito que merecem”, conclui o artigo.

Round 6 está disponível na Netflix.

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