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Assalto na Argentina é chamado de versão da vida real de La Casa de Papel

Líder do chamado Roubo do Século até cogitou processar série da Netflix por semelhanças

Um assalto que aconteceu em 2006 na Argentina é comparado com La Casa de Papel e até chamado de versão da vida real da série da Netflix. Com o nome de O Roubo do Século, o crime terminou com seis bandidos enganando policiais e levando US$ 15 milhões (ou mais de R$ 84 milhões).

Até hoje, Álex Pina, o criador de La Casa de Papel, não diz se o seriado é inspirado em fatos reais. Mas, Fernando Araujo, o líder desse roubo na vida real, acredita que a série da Netflix usa O Roubo do Século como inspiração.

As semelhanças vão além de ser um assalto bem-sucedido, realizado de forma criativa e sem violência. Até por isso, como informa a imprensa argentina, o ex-criminoso, que tem até o apelido de Maestro (lembra Professor?), pensou em processar La Casa de Papel.

Além disso, como lembra o UOL, buscando o Infobae como fonte, Araujo, o líder desse Roubo do Século, acredita que as primeiras temporadas de La Casa de Papel demonstram o mesmo que foi feito em 2006 na Argentina.

O grupo queria conquistar atenção do público para ganhar tempo dentro do banco e sair tranquilamente.

Esse crime na Argentina ganhou um livro, escrito pelo próprio Araujo, e também um filme, lançado em 2020. Quando o caso é analisado, as semelhanças apenas aumentam com La Casa de Papel.

O roubo chamado de La Casa de Papel da vida real

O assalto da vida real aconteceu em 13 de janeiro de 2006 no Banco Rio, em Acassuso, uma zona rica que fica próxima de Buenos Aires. Dentro do banco, seis assaltantes participaram diretamente do roubo, fazendo 23 reféns e lidando com 300 policiais que esperavam do lado de fora.

Quando a polícia entrou no banco, os assaltantes fugiram com botes infláveis por um túnel. Além de levarem dinheiro e usarem armas de brinquedo, sem ferirem ninguém, os bandidos deixaram uma mensagem que de fato lembra os espectadores sobre La Casa de Papel – com a ideia de uma revolução.

“Em bairro de ricaços, sem armas nem rancores, é só grana e não amores”, escreveram os assaltantes perto dos cofres do banco.

Assim como na série da Netflix, uma relação pessoal fez cinco identidades dos sete envolvidos serem reveladas (na terceira temporada, o namoro de Rio e Tóquio expõe os dois). A esposa de um assaltante o entregou ao saber dos planos dele de fugir com uma amante mais jovem.

Os cinco envolvidos passaram cinco anos na cadeia, já que usaram armas de brinquedo e tiveram bom comportamento. Antes e depois do Roubo do Século, nunca cometeram crimes.

Do dinheiro, apenas US$ 1 milhão foi recuperado – ninguém sabe onde está o restante da quantia.

Em uma reportagem de 2019, o El País chamou atenção para o líder desse assalto, Fernando Araujo. O ex-detento lembra muito o Professor de La Casa de Papel, que virou um símbolo para assinantes da Netflix.

Argentino parece o Professor de La Casa de Papel

Antes do Roubo do Século, Fernando Araujo era professor e campeão de jiu-jitsu. Além disso, pintava quadros em um ateliê que ficava próximo ao banco.

Em um dia, Araujo pensou no golpe que mudaria a vida dele para sempre. Assim como o Professor, o argentino recrutou a equipe que julgava perfeita para o assalto.

“Eu o subestimei. Era um grande orador, mas, como vestia roupa suja, tinha a barba crescida e fumava maconha, parecia um boêmio fantasioso, não um homem que queria cometer um grande assalto”, disse Rubén Alberto de la Torre, o primeiro a entrar no banco, disfarçado de médico e que anunciou o roubo.

O planejamento do roubo durou dois anos. Como contou o El País, o Maestro queria “atacar o sistema capitalista dos bancos” e não o povo.

Com isso em mente, tudo foi pensado para os policiais acharem que eles realmente poderiam matar os reféns. Mas, nada disso era o objetivo. Os criminosos iriam apenas ganhar tempo para esvaziar os cofres e fugir sem serem vistos.

“A imprensa dizia que certamente estávamos escondidos. Mas fomos por uma fresta até um túnel que construímos durante um ano e meio”, contou Luis Mario Vitette Sellanes, o assaltante responsável por negociar com a polícia, ao El País.

Após ser liberado da prisão, o Professor da vida real voltou a dar aulas, e como citado, escreveu o livro e o filme sobre O Roubo do Século.

Por mais que a produção da série da Netflix negue a inspiração, há muitas semelhanças entre o crime na Argentina e La Casa de Papel.

La Casa de Papel está disponível na Netflix com todas temporadas.

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