Muitas revelações

Exclusivo: Marina Squerciati revela o destino de Kim e os desafios em Chicago P.D.

Intérprete de Kim Burgess fala em entrevista para o Observatório do Cinema sobre o chocante fim da 8ª temporada e sobre a 9ª

A oitava temporada de Chicago P.D. terminou de forma bastante chocante, deixando Kim Burgess em situação crítica. A nona temporada está prestes a estrear no canal Universal TV, em 10 de janeiro de 2022, e a atriz Marina Squerciati, que vive a personagem, conversou exclusivamente com o Observatório do Cinema para falar um pouco sobre essa trajetória de Kim.

A atriz revelou como esse arco impactou não somente Burgess como a ela e também contou mais sobre os bastidores da série, que recentemente trocou de showrunner, com Gwen Sigan entrando no lugar de Rick Eid, que permanece como produtor executivo.

É claro, Marina Squerciati também falou sobre o romance de Kim com Ruzek e sobre o fato dela ser mãe agora, tendo adotado Makayla, o que apresenta novos desafios para a personagem.

Não bastasse isso, ainda indicou algo grande e inédito para Chicago P.D. Dito isso, vamos à entrevista, que pode ser lida, na íntegra, abaixo.

A 8ª temporada terminou com uma grande ponta solta, com Kim em estado crítico. Como você se sentiu sobre a sua personagem passar por algo assim?

Marina: “Bem, minha personagem e minha reação como atriz foram um pouco diferentes. Minha resposta como atriz foi: oh não, estou morrendo? E a resposta da minha personagem foi: como você sobrevive a algo assim? Não apenas fisicamente, mas mentalmente”.

Alguns showrunners às vezes levam atores para um jantar ou algo assim quando um personagem está sendo morto ou descartado, como eles transmitiram a notícia sobre Kim para você?

Marina: “Eu ouvi alguns rumores de pessoas que leram um primeiro rascunho, e então meu showrunner me ligou e me contou sobre isso”.

Você sabia desde o início que iria viver na série?

Marina: “Não, quando você está em um programa onde pessoas morreram, onde há armas e violência, sempre há uma chance para qualquer um morrer. Então eu realmente não sabia! Eu estou muito animada por fazer parte dessa série. Eu amo a série e estou feliz por ainda estar aqui”.

Você mencionou em uma entrevista anterior que Kim lidaria com PTSD (estresse pós-traumático). Como você retratou isso, como foi sua pesquisa para esse enredo?

Marina: “PTSD realmente se manifesta de forma muito diferente em pessoas diferentes, e também conversei com alguns terapeutas que lidavam com PTSD e um médico de um hospital de urgência”.

Essa parte do seu papel fica com a sua personagem ou vai embora nos primeiros episódios?

Marina: “Sim claro. O que eu amo em Chicago P.D. é que, embora seja uma série procedural e realmente focada no crime, é que eles realmente, os escritores e Dick Wolfe, são muito respeitosos com os personagens. Em alguns programas seria como: ‘isso foi na última temporada e agora estou bem'”.

“E eu realmente tenho um período muito difícil, como pessoa, como policial, como mãe, para sair dessa situação de PTSD em que estou. Não necessariamente sair, mas lidar com isso. Eu sinto que eles me deram uma bela história, que ainda está acontecendo no meio da 9ª temporada agora”.

Você pode realmente desenvolver sua personagem, não é como se uma história terminasse e outra começasse.

Marina: “Sim, é tão mais fácil interpretar algo real, é como respirar, então é mais fácil do que: “Ok, você levou um tiro, e agora você está bem”. Definitivamente não é esse o caso”.

Você mencionou sobre Kim ser mãe e você também é mãe. O quanto de si mesma emprestou para o papel?

Marina: “Às vezes me perguntam isso sobre atuação e não sei como responder. Eu sou eu mesma e levo isso para o papel. Mas não acho que sou uma atriz que tiro da minha vida real e levo para a atuação. Sinto que sou Kim há tanto tempo, que ela quase parece ser uma pessoa que vive dentro de mim, que posso simplesmente pular dentro da pele dela e sei tudo o que ela sentiu e experimentou”.

“Direi que ter uma filha me faz perceber que não há dias dedicados à doença, não há dias de PTSD, você tem que ser mãe. E embora exista muito foco nos EUA agora sobre saúde mental, que não há problema em não estar bem, ainda é difícil não estar bem se você tem um bebê, ou uma filha pequena, tipo, eles provavelmente não conseguem lidar com isso, seus demônios e como você lidaria com isso sozinho. Você tem de apresentar estar bem e ainda ser saudável. É um desafio muito difícil para mães e pais”.

Você falou com alguém, talvez outras mães com filhos de diferentes etnias?

Marina: “Com certeza, minha cunhada adotou dois filhos de etnias diferentes. E foi muito interessante falar com ela, tem muitas coisas do macro ao micro. Eu diria que micro é que há um enredo surgindo, que eu não sei como fazer o cabelo de Makayla, quando ela quer tranças, coisas simples assim”.

“Duas questões raciais maiores que ainda não abordamos muito, mas que quando surgirem, vão gerar muita dúvida em Burgess. Ela está fazendo a coisa certa? Especialmente por ela ser uma policial branca, em Chicago, com uma criança negra, então isso é algo com que ela vai lidar no meio da 9ª temporada, com certeza”.

“E estou feliz que os escritores não estejam ignorando isso, porque é algo que é uma coisa muito real”.

E Ruzek foi nomeado o guardião de Makayla. Isso significa que Kim estará exclusivamente com ele?

Marina: “Acho que não. Patty [Patrick Flueger] me enviou um artigo sobre nosso relacionamento, que alguém estava escrevendo sobre isso. Não consigo me lembrar do artigo. Foi tão bom, porque eu realmente sinto que nosso relacionamento é muito especial, e não muito representado na televisão agora, esta família moderna onde eles estão criando uma filha juntos, mas eles não são um casal. Eles se amam, eles se apoiam, mas eles não estão apaixonados um pelo outro neste momento”.

“É tão bom interpretar isso, porque há muitas camadas nesse relacionamento. Não tenho ideia se eles vão acabar juntos. Eles não estão juntos agora no meio da nona temporada. É emocionante, é um relacionamento único e legal, que eu nunca tinha visto antes”.

Você disse em uma entrevista anterior que os dois precisam ficar juntos. Você ainda acredita nisso?

Marina: “Oh Deus, sim, 100%. Eles foram feitos para ficarem juntos. Eu só acho que eles precisam namorar outras pessoas primeiro. Veremos. Acho que disse isso em uma entrevista, e então saiu dizendo: ‘Marina quer que Burgess saia com outras pessoas’, e Patty me mostrou o artigo e disse: ‘que diabos é isso?’. Eu disse: “não foi isso que eu disse!”. Eu quis dizer que acho que eles precisam namorar outras pessoas, e então voltarem a ficar juntos”.

Sim, talvez ganharem mais maturidade antes de entrar nesse jogo final

Marina: “Não sei, acho o personagem de Patty, o Ruzek, o motivo de eles não estarem juntos no começo é a maturidade dele, mas agora acho ele super maduro, ele é um pai, não está saindo tanto , ele está buscando Makayla na escola, isso vai acontecer. Então não acho que seja maturidade, acho que eles já passaram por tanta coisa”.

“Eu não sei. Às vezes eu penso que adicionando outro ingrediente, outra pessoa, talvez um pouco de ciúmes, que a outra pessoa vai perceber que: ‘espera um pouco, talvez eu não te quisesse, mas definitivamente não te quero com outra pessoa, então vamos voltar a ficar juntos’”.

Chicago P.D. também está passando por algumas mudanças por trás das câmeras. Gwen Sigan está assumindo as rédeas de Rick Eid. Agora, todas as séries One Chicago têm mulheres por trás delas. Naturalmente, Sigan está trabalhando há anos no programa, mas que mudanças podemos esperar de agora em diante?

Marina: “Gwen e Rick trabalham juntos, e Gwen está com nosso programa desde o início. Então, se alguém conhece a voz da série e entende como fazer o show funcionar, é Gwen. Se ela vai fazer algumas mudanças, eu não sei, não estou na cabeça dela, mas se ela fizer, ela sabe exatamente o que está fazendo, porque está aqui desde o primeiro dia”.

“Gwen é uma mulher incrivelmente capaz e maravilhosa que conhecemos desde o início e estou animada para ver as mudanças que ela vai fazer”.

“Estamos fazendo agora um episódio com Tracy [Spiridakos], que não tenho permissão para falar sobre, mas é um dos maiores e mais loucos episódios que já fizemos. E está sob a tutela de Gwen, por falta de uma palavra melhor, então isso é legal. Ela está deixando sua própria marca e também se mantendo no curso, o que acho ótimo”.

“Eu nem estou nessa parte maluca, então veremos. Nunca fizemos isso antes”.

E por quanto tempo você se vê trabalhando no universo Dick Wolf?

Marina: “Oh Deus. Não tenho ideia, estou muito feliz agora. Eu amo ir trabalhar. É tão divertido. Meus colegas de trabalho são alguns dos meus melhores amigos, então não sei! E eu amo Kim Burgess, então. Você está perguntando quando vou terminar com Dick Wolf. Eu não sei. Espero que nunca”.

E você já escreveu e estrelou uma comédia, Special Skills, certo? No YouTube?

Marina: “Sim, com meu parceiro de escrita, Patrick Webb, gostamos de escrever comédias, é ótimo e divertido”.

Existem planos em andamento para ir além da atuação na série ou não?

Marina: “Eu me considero uma roteirista também, então espero poder continuar a escrever comédias e fazer uma série na web, enquanto continuo sendo Kim Burgess. Quer dizer, eu não posso deixar a série até que eles se casem [Ruzek e Kim], pelo menos. Tenho um dos melhores trabalhos de atuação que já tive, e eu realmente amo isso, então meu foco está principalmente no show. Meu foco está no show”.

Nos últimos tempos grandes eventos, tragédias, afetaram invariavelmente Chicago P.D.: O assassinato de George Floyd e, claro, outros casos de brutalidade policial e a pandemia. Como esses dois afetaram a série como um todo?

Marina: “Você viu que muitos enredos refletiram isso, especialmente o enredo de LaRoyce Hawkins, mas de todos. E realmente depende dos produtores e roteiristas lidar com essas questões, e eu acho que eles o fizeram. Sabe, é arte, não é um noticiário. Mas acho que estamos fazendo um excelente trabalho no combate às desigualdades raciais e à violência armada em Chicago agora. Estou orgulhosa do que eles estão fazendo”.

Sim, acho que todos os programas policiais deveriam abordar essas questões. Quer dizer, eles já deveriam ter abordado isso, mas especialmente agora.

Marina: “Sim, concordo, seria irresponsável não o fazer. E espero que, quando digo coisas como essas, isso nunca seja tirado do contexto, como se achasse que está resolvido, ou achasse que estamos fazendo um trabalho perfeito. Acho que estamos fazendo um excelente trabalho, mas sempre há espaço para melhorias”.

E para finalizar: se você pudesse escolher qualquer série de TV. Qualquer uma. Qual você gostaria de ter um crossover com Chicago P.D.?

Marina: “Eu quero estar em The Bureau (Le Bureau des Légendes). Que é uma série francesa, na qual sou viciada, e assisto todas as noites. Estou na quarta temporada. E há uma personagem chamada Marina, se ela precisar de alguém para ser tipo, irmã dela, então eu serei a irmã”.

A 9ª temporada de Chicago P.D., com Marina Squerciati, estreia em 10 de janeiro de 2022 no canal Universal TV. A série também está disponível no Globoplay.

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