Sem spoilers

Após ser odiada, Emily em Paris merece segunda chance na Netflix

Criticada série com Lily Collins se prepara para lançar nova temporada na plataforma

A 2ª temporada de Emily em Paris está prestes a estrear na Netflix. A renovação da série não foi uma surpresa, já que a produção garantiu uma enorme audiência na plataforma em 2020. Por outro lado, a série foi completamente detonada por parte do público e pela crítica especializada. Afinal de contas, por que a produção de Lily Collins foi tão odiada? E será que ela merece uma segunda chance?

Muita gente protestou quando a primeira temporada de Emily em Paris foi indicada à categoria de Melhor Comédia no Globo de Ouro, e principalmente, no Emmy.

A série foi criticada principalmente por se caracterizar como “TV de ambiente”, um estilo relativamente novo de narrativas que não exige a atenção do público e pode ser consumido facilmente por qualquer pessoa, sem desafiar pré-concepções ou subverter clichês.

Mas de acordo com o site da revista Variety, esse tipo de programação está longe de ser uma novidade na indústria do entretenimento.

O problema e a solução de Emily em Paris na Netflix

Quem já conferiu Emily em Paris sabe que a série não exige muito do público, e se ancora no charme da protagonista e na tradicional narrativa de “embates culturais”.

Mas Emily em Paris é uma série divertida, e isso significa algo no panorama moderno da TV e do streaming.

As falhas da série – como sua recusa em abordar as consequências das ações dos personagens, por exemplo – podem ser enxergadas como resultado da busca eterna pelo próximo cenário charmoso ou a próxima confusão parisiense.

É um tipo de programação marcada por episódios relativamente individuais, com poucos reflexos a longo prazo.

De acordo com a Variety, Emily em Paris se caracteriza como “um modo perfeitamente aceitável de utilização do meio”.

“Em algumas ocasiões, espectadores querem assistir Família Soprano. Em outras, desejam acompanhar as confusões de uma jovem avoada em Paris”, afirma a publicação.

Emily em Paris poderia apostar em uma narrativa mais rica e complexa caso oferecesse a Lily Collins uma personagem realmente tridimensional. Ou poderia trazer uma histórias mais satírica se abordasse com profundidade a colisão entre os valores americanos com a sofisticação francesa.

“Mas analisar um bom entretenimento com o padrão das belas artes é uma receita para a infelicidade”, afirma a matéria da Variety.

Mas isso não significa que todas as séries que divertem o público devem ter seus erros completamente perdoados.

No caso de Emily em Paris, a série conta com uma performance sólida de Collins, que pode ser encarada como uma reflexão sobre o papel das redes sociais da vida moderna.

Muita gente chamou Emily em Paris de “distópica” por acompanhar a protagonista em busca de likes no Instagram, mas críticas do tipo ignoram o fato de que a série sabe o que está fazendo.

O sucesso aparentemente aleatório de Emily parece ser um comentário sobre a inconstância da vida online.

Além disso, um dos aspectos mais criticados da série – a dificuldade de Emily em entender a cultura francesa – deve ser abordado de maneira mais crítica na segunda temporada.

A 2ª temporada de Emily em Paris estreia na Netflix em 22 de dezembro.

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