Já está disponível na Netflix a série documental Conversando com um serial killer: o Palhaço Assassino, continuação do mesmo formato apresentado em 2019 com Ted Bundy, mas que agora explora um novo assassino em série.
John Wayne Gacy era um homem muito querido, que sonhava em ser político enquanto fazia bicos como palhaço. O que ninguém sabia é que, entre os anos de 1972 a 1976, ele matou 33 jovens garotos e os enterrou em sua própria casa nos subúrbios de Chicago. Muitas delas ainda não conseguiram ser identificadas.
Após 60 horas de gravações de conversas inéditas entre Gacy e sua equipe de defesa, a Netflix lança essa série com “uma nova perspectiva sobre a mentalidade narcisista do assassino e podemos entender melhor como ele conseguiu passar tanto tempo impune”, segundo a sinopse oficial. A direção é de Joe Berlinger.
Confira seis revelações perturbadoras que Conversando com um serial killer: o Palhaço Assassino trouxe ao público:
Obsessão por palhaços
O detetive Rafael Tovar obteve, em 1978, um mandado de busca para investigar a casa de Gacy, mas se deparou com um verdadeiro show de horrores cercado por imagens de palhaços sorrindo pelas paredes da casa.
Pogo, o Palhaço, como Gasy se chamava quando estava vestido, visitava hospitais e parecia se dar bem com todos, mas também era um disfarce que o permitia agredir e abusar. “Quando você faz palhaçada, está escondendo sua imagem. Há coisas que você poderia fazer que não poderia fazer como pessoa. Palhaços podem se safar de qualquer coisa. Palhaços podem escapar impunes de assassinato.”, disse Gasy.
Infância conturbada
John Wayne Gacy nasceu em 1942 em Chicago e descreve que, em sua infância, era um leitor de livros hipocondríaco que se esforçava para ter a aprovação do pai, mas nunca conseguiu, já que não se encaixa nos estereótipos de masculinidade. Seu pai o xingava e o agredia. O advogado de defesa de Gacy, Sam Amirante, disse que sua violência era uma projeção de sua infância: “Ele imaginou que se os matasse, ele estava basicamente se matando uma e outra e outra vez.”
Vida política
John Wayne Gacy era um homem conhecido em Chicago, de o tipo de pessoa que todos conheciam. Em 1964, ele trabalhou como gerente do Kentucky Fried Chicken, e mesmo quando foi mandado para o Reformatório Masculino de Anamosa por condenação de sodomia, em 1968, ele ganhou o prêmio de Homem do Ano e construiu um minicampo de golfe na penitenciária.
Ele sonhava em ser famoso, convivia com políticos influentes de Chicago e já até posou em uma foto ao lado da esposa do presidente Jimmy Carter, Rosalynn. Ele gostava de poder e de se sentir poderoso.
O que aconteceu com Robert Piest
Robert Piest, de 15 anos, foi uma das vítimas de Gacy em 1978. Seu corpo não estava entre os 29 que foram desenterrados do porão, até que o encontraram no ano seguinte no rio Illinois. A descoberta foi graças a Kim, um amigo de robert, que encontrou um recibo que provava que Piest havia estado na farmácia em que Gacy trabalhava.
“Você pensou que ia se safar, mas não conseguiu. Tudo graças àquele pequeno pedaço de papel”, conta Kim.
O sobrevivente
Dentre tantas vítimas fatais, um rapaz chamado Jeffrey Rignall sobreviveu. Em março de 1978, ele acordou às 5 da manhã nos degraus do Lincoln Park, seminu e com seu rosto completamente queimado.
Na noite anterior, Gacy havia lhe oferecido maconha, uma distração para enganá-lo, acorrentá-lo e agredi-lo enquanto um pano coberto de clorofórmio queimava seu rosto. A polícia não levou a sério Rignall naquela época.
“Acho que é bem provável que a polícia e outras autoridades tenham dificuldade em entender que o estupro pode ocorrer entre homens; A noção de um homem ser a vítima, acho que era difícil de entender culturalmente”, relata a ativista dos direitos gays, Martha Fourt.
“Estou apenas agradecido por ter acordado no parque em vez de debaixo de sua casa”, comenta a vítima.
A decisão final
Em 1980, Gacy foi julgado pelo assassinato das 33 pessoas. O promotor do condado de Cook, Bill Kinkle, não demonstrou um pingo de piedade: “Se você quiser mostrar misericórdia a esse assassino, mostre a mesma misericórdia que ele mostrou quando tirou essas vidas da face da terra e as colocou aqui”, dizia enquanto rasgava fotos das vítimas em uma estrutura de madeira que imitava o quintal do assassino.
A defesa de Gacy alegou que ele não era mentalmente são e que deveria ser estudado em uma instituição de saúde mental, mas toda a capacidade dele em esconder suas vítimas e administrar um negócio fez com que ele se mostrasse são frente ao júri, que o considerou culpado.
Conversando com um serial killer: o Palhaço Assassino está disponível na Netflix