ATENÇÃO PARA SPOILERS DA SÉRIE A SEGUIR!
BrainDead, a nova série da dupla criadora de The Good Wife, chega com uma sátira política afiada e um bom humor espetacular em seu episódio de estreia, o longamente intitulado “The Insanity Principle: How Extremism in Politics is Threatening Democracy in the 21st Century” (1×01). Mas os criadores Robert e Michelle King deixam o comentário político sério para o título, e partem para a ironia durante o episódio, que deve agradar fãs de ficção científica trash tanto quanto viciados em Veep, da HBO.
O episódio começa nos apresentando a nossa heroína, Laurel Healy (Mary Elizabeth Winstead), filha de uma família ultra-envolvida com política dos EUA que resolveu se rebelar e virar cineasta de documentários em Los Angeles. Voltando para casa com o rabo entre as pernas após falhar em sua busca pela fama, Laurel passa a trabalhar para seu irmão, o senador democrata Luke Healy (Danny Pino).
Quando BrainDead começa, o congresso americano está prestes a entrar em completa pane governamental, o que significa que provavelmente ninguém vai aparecer para trabalhar até que a eleição seja decidida. Laurel continua no escritório apenas para atender pedidos dos votantes de Luke, um trabalho comum até que uma mulher chega dizendo que “seu marido não é o mesmo” após entrar em contato com um meteoro espacial abrigado no museu Smithsonian, ali em Washington. É o começo da introdução dos “aliens assasinos de BrainDead.
Ataque #1
Laurel é abordada por Gareth Ritter (Aaron Tveit), que trabalha para um poderoso senador republicado. Gareth tem um plano para evitar a pane governamental, em troca de alguns milhões de dólares para uma causa apoiada por seu senador. Quando Laurel leva o plano para o irmão, no entanto, descobre duas coisas: 1) ele está tendo um caso com sua secretária, mesmo que tenha uma esposa grávida de 8 meses; 2) ele não quer parar a pane governamental, quer que ela aconteça e a culpa caia nos republicanos. Cinismo político é o forte de BrainDead.
Quando a pane governamental acontece, muita gente é demitida, e o Smithsonian fecha as portas, deixando o meteoro desprotegido. O que descobrimos é que o meteoro em questão está cheio de organismos alienígenas famintos por cérebros humanos, que transformam todos em zumbis ultra-partidários e rígidos politicamente, que evitam álcool e amam a música “You Might Think”, da banda The Cars.
O primeiro afetado entre os personagens principais é o senador republicano que conhecemos antes (Tony Shalhoub). Em uma cena nojenta, os vermes alienígenas entram por sua orelha e o senador expele uma parte de seu cérebro pela outra, o que é ao mesmo tempo bizarro e engraçadíssimo, porque o senador logo se torna um preconceituoso ultra-conservador que impede que a pane governamental seja terminada por Laurel e Gareth. Para finalizar o caos em BrainDead, o senador ainda convence um outro democrata a mudar de lado, fazendo com que os republicanos tenham vantagem na casa.
Pegando fogo!
Mas não é só isso, porque Laurel encontra ainda outra vítima da epidemia: o cientista do Smithsonian Dr. Daudier, que tem uma reação alérgica bizarra aos alienígenas e não se torna com os outros. Ao invés disso, o pobre doutor é levado em uma ambulância e Laurel e os paramédicos assistem descrentes enquanto sua cabeça começa literalmente a pegar fogo espontaneamente! BrainDead realmente não tem muitos limites em sua trama meio surrealista.
Por fim, descobrimos que Scarlett, a secretária e amante de Luke, também foi afetada pela epidemia. Embora BrainDead não tenha mostrado todas as suas cartas ainda, um humor promissor e uma consciência política afiada, mas nunca tediosa, podem ajudar a série a vingar. Resta esperar os próximos episódios.