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Game of Thrones | Rumores e o que esperar da sexta temporada

Na sua trajetória de cinco anos e sua ascensão para se tornar um dos maiores fenômenos da cultura pop atual, Game of Thrones contou uma história que se mostrou tão imprevisível quanto expansiva, brutal e profunda.

O aspecto que este que vos fala está mais ansioso para descobrir na sexta temporada é a direção que essa história vai tomar depois dos eventos chocantes do final do quinto ano, que viu nossos personagens tomarem decisões inesperadas e seguirem caminhos que não havíamos os visto trilhar ainda. Há algo de muito empolgante em tentar adivinhar o que vem pela frente, e é a partir dessa perspectiva que vamos analisar alguns rumores e informações sobre o sexto ano da série.

Um pedaço bacana de informação é que Bran Stark, Hodor e o Corvo de Três Olhos vão voltar à cena nessa nova temporada. Depois de sumirem por todos o quinto ano, os personagens retornam e prometem nos levar por uma viagem pelo passado de Westeros e de alguns personagens-chave que acompanhamos na narrativa principal da série. Até hoje, em Game of Thrones, tivemos poucos flashbacks – mas o novo treinamento sobrenatural de Bran promete nos mostrar um Ned Stark mais jovem indo resgatar a irmã Lyanna das garras do Príncipe Rhaegar Targaryen, e vários outros momentos que podem clarificar algumas coisas sobre o presente de Westeros.

Esse aspecto é um dos produtos da autonomia de D.B. Weiss e David Benioff, que foram dados pelo autor dos livros George R.R. Martin a liberdade de diferir da trama original daqui para frente. O impulso de explorar o passado de personagens tão ricos e interessantes é natural para um roteirista, acostumado a trabalhar a construção do personagem a partir do que aconteceu com ele antes da história começar. Assistir o jovem Ned Stark em ação e entender sua relação com a irmã Lyanna e com o príncipe Rhaegar pode trazer revelações não só para a trama (a essa altura, todo mundo já deve conhecer a teoria de que Jon não seria o filho bastardo de Ned, mas sim de Lyanna e Rhaegar), mas para entendermos o homem que vimos na primeira temporada, as tensões dentro dos Sete Reinos, e como isso moldou o destino os nossos personagens preferidos.

Há uma abertura aqui para Game of Thrones falar de determinismo, de como o passado nos molda e de “efeito borboleta” – como pequenos (e grandes) detalhes mudam as circunstâncias ao nosso redor por anos, décadas, séculos a fio. Conhecendo Weiss e Benioff, é improvável que eles não aproveitem tal abertura.

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Casos de família

Voltar ao passado de Westeros significa também voltar a explorar com mais profundidade o que significam as famílias nesse mundo, suas alianças e rivalidades, seu funcionamento interno e como cada ambiente familiar dá forma aos personagens particulares que acompanhamos. E dadas algumas outras notícias sobre o sexto ano que já foram liberadas, esse tema não vai ficar só entre os Stark e Targaryen, não!

Duas chegadas confirmadas no elenco de personagens da série são Euron Greyjoy, o irmão mais velho de Theon e Yara – que também retornará para um papel maior do que teve até agora, julgando pelo trailer; os membros estendidos da família Tarly, pais e irmãos de Sam, membro da Patrulha da Noite e melhor amigo de Jon Snow; e Lyanna Mormont, a jovem sobrinha do falecido Jeor Mormont, também prima do renegado Jorah Mormont.

Usar os laços de família como um tema dominante na sexta temporada faz sentido em alguns níveis diferentes: primeiro, como essa é uma temporada em que os personagens estão se recuperando e reerguendo suas vidas depois dos acontecimentos chocantes do quinto ano, faz sentido vê-los junto as suas famílias, dando oportunidade à série de explorar as dinâmicas e possíveis disfunções contidas em cada um desses núcleos, e o que isso nos diz sobre os personagens que já conhecemos ou passaremos a conhecer; segundo, o foco nas famílias é uma espécie de retorno a dinâmicas da primeira temporada, quando passamos a conhecer os personagens baseados no núcleo com o qual eles interagiam – Game of Thrones já mexeu muitas peças pelo tabuleiro desde então, e provavelmente continuará mexendo, mas trazer esse tema imperativo de volta cheira a preparação para o final da série, que afinal só terá mais 13 episódios depois do final do sexto ano.

E os personagens que estão removidos desses núcleos que ganharam adições ao elenco? Bom, sabemos que Cersei deve se reencontrar com Jamie Lannister em Porto Real depois da viagem desse último à Dorne durante o quinto ano. A dinâmica entre os dois, sempre tensa e com um arco muito claro, deve tomar novos caminhos após a experiência traumatizante de Cersei pelas ruas da capital, e o guarda-costas monstruoso que a rainha agora tem também promete ser pivotal para o plano de vingança da ex-rainha. Sansa e Theon devem protagonizar uma das principais tramas da temporada, fugindo de Winterfell e eventualmente assumindo algum dos lados na gigantesca batalha entre exércitos que os roteiristas já confirmaram como um dos pontos importantes da temporada.

Arya, cega, deve continuar o seu treinamento na Casa do Preto e Branco para se tornar um dos Homens Sem Rosto. Nossa aposta é que a mais nova dos Stark deve voltar para a trama principal da série só nas temporadas finais, e o impacto que a pequena vai ter quando voltar à Westeros não vai ser pouco. Enquanto isso, pouquíssimo sabemos de Daenerys e Tyrion, a não ser que os dragões da primeira crescerão novamente para proporções gigantescas (e, claro, perigosas).

E Jon Snow?

Os rumores sobre a ressurreição ou não de Jon Snow nessa sexta temporada tem sido a principal fonte de publicidade da série no seu tempo de hiato.Com um episódio de estreia intitulado “The Red Woman” (“A Mulher Vermelha”), as teorias que colocam Melisandre como a responsável por trazer Snow de volta dos mortos se fortaleceram, ainda mais com a notícia de que outro Sacerdote Vermelho, Thoros de Myr, vai reaparecer na trama depois de uma rápida participação no terceiro ano. Thoros é lembrado como o sacerdote que foi capaz de ressuscitar Beric Dondarrion múltiplas vezes.

Os roteiristas, produtores e atores da série não tem deixado escapar nada de definitivo, tampouco. D.B. Weiss, David Benioff e Kit Harrington dizem que Jon está “definitivamente morto”, mas o ator foi visto diversas vezes em Belfast durante as filmagens do sexto ano e ainda não cortou as longas madeixas do personagem, um visual que ele sempre disse odiar, pessoalmente, em entrevistas. O pôster com o perfil ensanguentado de Snow não fez nada para amenizar os rumores, é claro.

Morto ou ressuscitado, Jon deve ser uma parte importante desse sexto ano. A traição dos homens da Patrulha da Noite, que o esfaquearam, criaram um desequilíbrio claro na história, que muitas vezes usou Jon de compasso moral (até certo ponto) e âncora. Não, Jon Snow não é “o protagonista” de Game of Thrones, porque Game of Thrones obviamente não tem um protagonista – mas sua história era um fio importante em um novelo de lã que agora tem uma ponta solta. Se ele de fato ressuscitar, suas ações quando retornado ao mundo dos vivos também vão fazer diferença.

Talvez por isso pareça que nunca foi tão empolgante ser fã de Game of Thrones. Chegamos a um ponto na série em que as coisas podem pesar para qualquer um dos mil lados da balança complexa que a série montou nos últimos cinco anos. Não é exatamente a expectativa de uma finalidade, mas a pressão combinada da nova liberdade dada aos roteiristas Weiss e Benioff, e do momento essencial em que esses contadores de história deixaram seus personagens no final da quinta temporada. Seja qual for o caminho, será fascinante de acompanhar.

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