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Magnum P.I. | Primeiras Impressões - 1ª Temporada

Se tem uma coisa que a televisão aberta gosta ainda mais do que uma boa nova série de ação, é tentar revitalizar uma antiga série de ação. Magnum P.I., grande sucesso de décadas atrás, retorna para a televisão com uma nova roupagem, mas procurando trazer os mesmos apelos que a tornaram um marco de sua época..

Justin Lin, diretor de filmes como Star Trek: Sem Fronteiras e alguns capítulos de Velozes e Furiosos, assume a direção deste piloto (além da produção executiva) e tenta proporcionar momentos de adrenalina e excitação que procuram replicar a mesma emoção que o público tanto ansiava em séries como esta nos anos 80. No entanto, é importante notar que o público atual possui muitas outras formas de conseguir esta dose de adrenalina semanal fora da televisão, e tal aspecto está longe de conseguir sustentar uma série por si só, hoje em dia. Dito isso, a sequência inicial com certeza deve ser o suficiente para manter o espectador casual sem tocar no controle remoto pelos primeiros minutos.

Aproveitando o sucesso de outra revitalização televisiva, Hawaii Five-0, a nova série de Magnum P.I. procura capitalizar em cima de um cenário deslumbrante, com as paisagens do Havaí preenchendo boa parte das transições do episódio. Além desta estratégia proporcionar uma atmosfera distinta para qualquer seriado que se passe nestas ilhas maravilhosas, o espectador ainda se sente muito mais confortável e à vontade do que em um típico armazém abandonado sendo invadido pelo FBI (CIA, SWAT, o que seja). Para uma série escapista, tal qual Magnum P.I se apresenta ser, a eficiência é inquestionável.

Parte do charme de Magnum P.I. vem da dinâmica entre o protagonista e seu grupo de amigos que o auxiliam a cada missão. A nova série demonstra prezar muito este aspecto, e não demora a introduzir os coadjuvantes, com todos as vantagens que eles podem vir a oferecer ao longo da temporada. Higgins (Perdita Weeks), uma espécie de “governanta” da luxuosa casa em que Magnum mora, provavelmente adotará um papel cada vez mais próximo do protagonista, preenchendo o estereótipo do “mordomo ajudante”, já apresentando suas habilidades em luta, e sua disposição para participar da ação. Vale notar que Higgins era um personagem masculino na série original, e a troca de gênero deve gerar a típica dinâmica romântica “imprevisível” que o público sempre gostou de ver em séries como esta.

Percebe-se, portanto, que a nova série tem plena consciência de todos os aspectos mais atraentes da obra original, e consegue trazê-los para os cenários contemporâneos sem muitos problemas neste primeiro episódio. Seu maior empecilho nos episódios que estão por vir, estará em como a série pretende se destacar em meio ao mar de séries que funcionam no mesmo molde de Magnum P.I. , trocando apenas o elenco e alguns cenários. Séries procedurais já estão longe de conseguir reter o mesmo público que conseguiam cativar tão facilmente anos atrás. O espectador atual requer recompensas substanciais para sua fidelidade, algo que episódios completamente separados dificilmente conseguem entregar com a frequência necessária (Tal necessidade pode ser perfeitamente suprida por personagens evoluindo ao longo das temporadas de maneira realmente notável).

E no que diz respeito ao protagonista em si (Jay Hernandez), fãs que acompanharam a série original irão, com certeza, sentir falta do icônico bigode de Tom Selleck. Mas em seus outros atributos, se assemelha positivamente ao personagem original, trazendo um charme eficaz, e sua capacidade de fazer poses atraentes enquanto dirige carros luxuosos. O personagem é como uma representação comum do herói de ação ideal: extremamente capaz e habilidoso, porém simpático e controlado. Para executivos de TV aberta americana que buscam sempre conseguir atingir a maior porcentagem do público possível, não há como negar o seu apelo.

Magnum P.I. retorna como se nunca tivesse saído, e agora com novas tecnologias e técnicas de filmagem à sua disposição para criar as sequências de ação que tanto preza. Resta saber se a série conseguirá tornar seus personagens tão cativantes quanto o caso de sucesso da nova Hawaii Five-o foi capaz. A julgar pelo piloto, vejo um potencial semelhante à McGarrett e Danny em Magnum e HIggins, mas só o tempo dirá se este novo intérprete do protagonista conseguirá encantar tantos espectadores quanto Tom Selleck conseguia em uma época completamente diferente.

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