A série Reacher, estrelada por Alan Ritchson, segue conquistando novos fãs com sua adaptação das obras de Lee Child, mas também tem gerado discussões sobre certas escolhas narrativas. A cada temporada, o público tem se acostumado a ver o personagem principal, Jack Reacher, passar por transformações, incluindo seus relacionamentos com diversas mulheres.
No entanto, essa dinâmica tem se mostrado uma tendência que tem começado a incomodar. Com a confirmação da 3ª temporada, que adaptará o livro Persuader, essa característica se intensifica ainda mais, e o futuro da série pode enfrentar alguns desafios ao tentar manter o interesse do público.
Desde sua estreia, a série tem seguido uma fórmula semiestrutural, em que cada temporada se desvincula, em grande parte, da anterior. Essa abordagem antológica permite a introdução de novos personagens a cada ciclo, mas ao mesmo tempo traz consigo a sensação de que os antigos personagens são deixados para trás, quase como se fossem descartáveis.
Na 2ª temporada, a trama de Reacher seguiu por outro caminho, mas a perda de Karla Dixon (Serinda Swan) no último episódio deixou a sensação de que o personagem de Ritchson, mesmo sendo um “homem solitário”, precisava de uma presença feminina constante para ser completo. E é isso que parece ser o foco da 3ª temporada.
O que vem por aí
O trailer da nova temporada já mostra Reacher em uma relação romântica com Sonya Duffy. A dinâmica não é nova: mais uma mulher surge no caminho de Reacher, oferecendo novas emoções e uma nova relação, mas também mais uma despedida ao final da temporada.
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Este ciclo de relacionamentos rápidos e intensos tem gerado críticas entre os fãs. Embora as atrizes escaladas para os papéis de interesse romântico de Reacher sejam sempre bem escolhidas e tenham uma boa química com o protagonista, a sensação de que suas presenças são transitórias faz com que os relacionamentos pareçam descartáveis. Isso prejudica a construção de um vínculo emocional mais forte entre os personagens.
A série tem potencial para explorar a complexidade do personagem Jack Reacher, um homem de poucas palavras e com um passado intrigante, mas isso nem sempre é o foco principal. Em vez disso, a série dedica muito tempo às suas relações românticas. Esses arcos, embora interessantes, acabam saturando a narrativa, já que o público já viu as variações desse tema em dois ciclos consecutivos.
A 3ª temporada, com a introdução de mais uma parceira, traz consigo o desafio de evitar a repetição do que já foi feito anteriormente. A narrativa precisa encontrar uma justificativa convincente para a separação de Reacher e Sarah, já que a tendência é de que o herói acabe por seguir sua jornada sozinho. Isso torna o enredo previsível, já que a natureza das histórias em Reacher deixa claro que esses vínculos românticos raramente se mantêm ao longo da série.
A fórmula de adicionar uma nova parceira a cada temporada pode até atrair atenção momentânea, mas é preciso considerar até que ponto isso contribui para o desenvolvimento da história e do próprio protagonista. Reacher é um personagem que tem muito mais a oferecer, e a insistência no tema romântico faz com que o espectador sinta que o desenvolvimento de sua personalidade e história está sendo deixado de lado.
Reacher está disponível na Prime Video.
