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Supermax | Big Brother do terror estreia com personagens interessantes e trama preguiçosa

A estreia de Supermax, nova série da Rede Globo, nesta terça-feira (20), revelou quais cartas a emissora manteve na manga para a misteriosa atração. A resposta? Praticamente nenhuma.

Antes da estreia, já sabíamos que 12 personagens ficcionais entrariam para participar de um reality show igualmente fictício, passado em uma prisão de segurança máxima na Amazônia. Também sabíamos que Pedro Bial faria participação especial como o apresentador de tal reality. Por cima de tudo isso, ainda sabíamos que aos poucos eventos sobrenaturais começariam a ocorrer na prisão.

Foi exatamente isso que aconteceu na estreia de Supermax. Fomos apresentados a personagens com passados criminosos/sombrios vagos, que em grande parte permanecem misteriosos, tivemos um par de cenas que tentavam assustar (sem muito sucesso, sofisticação ou novidade), e uma estética que quer zombar do formato reality, e justamente por isso não consegue escapar das artificialidades dele.

12 Homens e 12 Segredos

O único detalhe bacana que foi revelado durante o episódio de estreia é que cada um dos personagens cometeu um crime ou se envolveu com a lei de alguma forma no passado, e aos poucos descobriremos o que cada um deles deve e teme. Nesse primeiro episódio, descobrimos a história de Diana, interpretada com garra por Fabian Fugli.

Diana era uma garota de programa que achava ter encontrado o homem de seus sonhos – no entanto, a possessividade e os abusos do então marido foram demais para ela aguentar, e Diana o assassinou à sangue frio. Ela diz ter pagado pelo crime, e explica que sofria abuso diariamente de um homem que nunca a amou e sempre a considerou apenas propriedade.

Os segredos dos outros participantes foram apenas parcialmente mostrados: além do que já havia sido revelado em descrições de personagens soltadas pela produção de Supermax antes da estreia, vimos que o Capitão Sérgio (Erom Cordeiro) matou “acidentalmente” um garoto desarmado durante uma perseguição a um criminoso.

Além disso, vimos o economista José Augusto (Ademir Emboava) em seus tempos de conselheiro político, em Brasília. Ao descobrir um senador ao lado de uma prostituta morta após noite de sexo e drogas, José Augusto garante que “vai dar um jeito na bagunça”. Basicamente, ele é o Ray Donovan de Supermax.

Faltou gás

Aos personagens de Supermax não faltam atrativos. Com suas histórias escusas, eles abrem caminho para toda sorte de discussão em torno do nosso conceito de justiça, autoridade e punição. Inserir tudo no contexto do reality show, conceitualmente, também não foi uma má ideia, especialmente para expor as facetas mais reveladoras e antropológicas do formato, que já não funcionam mais no Big Brother Brasil.

O problema, aqui, é que tudo em Supermax é uma caricatura. As tentativas da série de fazer terror parecem, no máximo, improvisadas, e o desenho dos personagens, mesmo que fascinante, poderia ser um pouco mais polido. A impressão que fica é a de uma série que quis ser tudo (terror, estudo de personagem, discussão sobre conceitos sociais), e não conseguiu ser nada.

E veja bem, a ideia aqui não é que não se pode ser tudo. Exemplos de séries e filmes de terror com personagens envolventes e questões relevantes não faltam. O que Supermax tem de diferente delas é menos espaço para respirar, menos detalhismo e, francamente, menos competência.

Você pode não saber, mas existe também um livro chamado Supermax, escrito em 2009 pela autora Sharon Shalev, publicado nos EUA e que também traz como enredo a história de uma prisão e os riscos do confinamento. CLIQUE AQUI e confira se essa obra tem a ver com a série da Globo.

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