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The Flash | Crítica - 6ª Temporada - Episódio 1

Em um começo morno para uma temporada que promete trazer grandes alterações para a série, The Flash re-estabelece a dinâmica de sua equipe principal, e prepara o terreno para um novo grande vilão, além de alguns possíveis desenvolvimentos interessantes para seus personagens. 

Depois de tantas temporadas de séries do “arrowverse” da CW, os espectadores já conseguem perceber todas as fórmulas e soluções encontradas pelos roteiristas para manter estas produções rodando. Convenhamos que os maiores apelos deste conjunto de produções vem de suas ambiciosas propostas de proporcionar um verdadeiro universo compartilhado, com reviravoltas marcantes e construções empolgantes, por mais lentas que possam ser ao longo de vinte e quatro episódios. 

No entanto, o que realmente faz com que o público retorne, ano após ano, para uma série procedural como The Flash, é a capacidade dos roteiristas de redescobrir o espaço que dispõem para contar histórias que sejam divertidas, tanto para fãs das HQs, quanto para qualquer espectador casual que esteja afim de acompanhar as mirabolâncias que afligem Barry (Grant Gustin) e sua equipe. E um grande aspecto destas (leves) reformulações a cada nova temporada, é justamente a alteração da dinâmica entre os personagens principais. 

Tome como exemplo, a temporada passada. Nora desempenhou uma função significativa no andamento das tramas que preencheram a grande contagem de episódios, e trouxe mudanças construtivas para a maneira como enxergamos o casal Barry/Iris (além de, de quebra, ter sido mais uma velocista para adicionar às cenas de ação, por que se tem uma coisa que as HQs demonstravam, é que este universo aparentemente nunca tem velocistas o suficiente). E com a perda da personagem no final da temporada passada, este novo ano já começa com as repercussões do luto enfrentado pelo casal, sem muita pressa para começar a preparar o grande evento que teremos no final do ano. 

A pressa é tão pouca, na verdade, que este primeiro episódio ainda decidiu dedicar tempo a introdução de um novo “status” para a relação de Caitlyn (Danielle Panabaker) e Frost, enquanto a cientista lidava com o luto de um amigo (obviamente, o vilão deste próximo arco de episódios). Manter Frost na dianteira com mais tempo de tela já pode ser uma mudança interessante para a dinâmica da equipe, além de produzir tramas paralelas suficientes para preencher alguns episódios, com a ex-vilã tentando “arranjar uma vida”.

A temporada também começa com um caso procedural envolvendo um buraco negro surgindo repentinamente em pontos diferentes de Central City, mas antes que pudéssemos começar a dizer que talvez este primeiro episódio já estava lidando com tramas distintas demais para proporcionar qualquer peso significativo, eis que o responsável pelas anomalias (um jovem “cientista maluco” que gosta de transmitir suas experiências na internet), vai ter que ficar confinado dentro da base da equipe por algumas semanas (lê-se episódios), trazendo mais uma mudança interesse para a dinâmica atual.   

E sem um novo Wells à vista, Cisco (Carlos Valdes) pode continuar atrás dos computadores dando seu divertido apoio tático repleto de referências à cultura pop, mas a perda de seus poderes também representa um personagem a menos para as lutas-superpoderosas, e me pergunto se a série ainda pretende introduzir algum novo integrante antes de chegarmos até a próxima grande crise, ou se teremos apenas Barry, Frost e Ralph carregando esse fardo, por enquanto.

Mas é claro que a série não poderia deixar de colocar uma breve cena como gancho final, relembrando o espectador do que está por vir em “Crise nas Infinitas Terras”. O potencial desta edição dos crossovers anuais (que felizmente, já se tornaram uma tradição difícil de quebrar), é imenso, e pode representar uma nova fase para que as séries da CW consigam revigorar o entusiasmo de um público amplo, mas que vai se cansando do formato repetitivo característico da TV aberta americana. 

Anos de séries repetitivas ensinam que não se deve ter muitas expectativas com este tipo de promessa, mas se os rotisteistas de The Flash estiverem empolgados e forem audaciosos o suficiente, pode ser que a série coloque seu protagonista em uma posição ainda mais enaltecida, dentro deste universo, e o deixe responsável por lidar com tramas ainda mais mirabolantes. Mas, pelo menos, o tom descontraído e entusiasmado da série continua presente neste começo de temporada, e os fãs que ainda se mantém entretidos pelos casos-da-semana enfrentados por Barry, devem continuar engajados, esperando ansiosamente pelas potenciais mudanças que estão por vir. 

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