Atenção para spoilers a seguir!
“Trajectory” (2×16) carrega consigo o codinome da mais nova velocista introduzida pela série The Flash em seu mais recente episódio, traduzida como Trajetória para o português. Ela aparece pela primeira vez em uma boate em que Barry e seus amigos estão relaxando após um dia intenso de treinamento – Barry é incapaz de impedi-la de roubar todas as carteiras e joias dos frequentadores do local, e logo assume que essa nova criminosa é uma aliada de Zoom.
Isto é, essa é a teoria de Barry até Caitlin finalmente confessar ao amigo sobre o desenvolvimento da fórmula do Velocity-9, o que coloca algumas sérias questões morais sobre o nosso herói. O crítico do AVClub desenhou paralelos entre o dilema de Barry e a atitude de atletas que se veem confrontados com a possibilidade de usar esteroides para melhorar sua performance, e que muitas vezes usam o argumento “todo mundo está fazendo isso, então eu preciso lutar de igual para igual com eles” para fazer às pazes com o uso da droga.
Quando Barry finalmente decide que não vale a pena, Trajetória reaparece, dessa vez no laboratório, prendendo o Flash temporariamente em uma cela e ameaçando os outros membros do time de morte caso não fabriquem para ela mais doses do V-9. Um pouco antes disso, descobrimos que identidade da Trajetória é Eliza Harmon (Allison Paige), uma ex-colega de Caitlin que a ajudou a desenvolver a fórmula do V-9, e acabou se viciando no soro.
Para o crítico da EW, a trama da principal vilã da semana tem mais a ver com drogas do que com esteroides. Ele cita os delírios de Trajetória como um sinal desse paralelo, especialmente o fato de que Eliza ouve a voz de seu alter-ego velocista a “obrigando” a praticar os atos criminosos. A cena em que Trajetória usa seu último frasco de V-9 e parte para conseguir mais com Barry e companhia no laboratório, segundo ele, é “editada para se parecer com o sonho febril de um junkie desesperado por uma nova dose”.
A presença da Trajetória também cria uma subtrama para Iris, que tem que lidar no jornal com a pressão da população e do seu novo editor, Scott Evans (Tone Bell), para que ela escreva uma peça acusando o The Flash de causar a explosão de velocistas e metahumanos em Central City. Apesar da teoria de paranoia parecida com a de J. Jonah Jameson, dos famosos quadrinhos do Homem-Aranha, Scott é bem mais, digamos assim, charmoso – e o convite de Iris a seu novo chefe para um café acaba soando como uma proposta de encontro romântico, ao invés de reunião de negócios. Iris eventualmente escreve uma matéria que prova exatamente o contrário do que Scott lhe pediu, e diz ao editor que, apesar da confusão, não se importaria em ir em um encontro de verdade com ele.
Romance no ar? Talvez, mas ainda no começo do episódio Iris e Barry estavam trocando flertes mal-disfarçados enquanto falavam sobre suas contrapartes na Terra-2, que são casadas. Quem torce pelo casal West/Allen ainda pode guardar alguma esperança para o futuro.
O confronto final entre Flash e Trajetória acontece em uma ponte que a vilã tentou destruir com a força da fricção de sua velocidade. Ela consegue derrubar a construção, mas Barry se liberta de sua prisão e salva os cidadãos de Central City bem à tempo, o que “estraga a diversão” da vilã, que parte para o combate físico. Quando os dois heróis são deixados de lados opostos da ponte destruída, Barry tem que tentar realizar um salto muito similar ao que ele não conseguiu completar na cena de abertura do episódio, em que estava treinando com o seu time.
Dessa vez, é claro, ele supera a distância, mas Trajetória o ameaça com o último frasco de V-9 que roubou do laboratório. Barry tenta a dissuadir de fazer isso consigo mesma, apelando para que Eliza o ouça e se liberte das vontades de Trajetória, mas não funciona: a vilã tragicamente se injeta com o soro, e explode em tanta velocidade que simplesmente se desintegra no ar, com pele, órgãos internos e traje indo junto com ela. Antes disso, porém, Barry observa que o raio e a energia de velocidade da vilã se tornou azul, o que pode indicar que a energia da velocidade no soro estava deixando-a doente, exatamente como Jay Garrick.
Antes de Barry poder voltar ao laboratório, Jesse é salva por uma transfusão de sangue do pai, Harry, após ser atingida por Trajetória com um pouco de V-9. Embora aliviada por estar viva, a moça briga com o pai graças à mania do homem de entregar o que quer que o vilão da vez lhe pedir pelo bem de salvar a filha. Jesse não quer ser a única prioridade do pai, e não quer que ele faça atos questionáveis por ela, então parte de Central City deixando uma nota para Harry que diz que ele já havia a ensinado o bastante.
A revelação do episódio vem bem no finalzinho, com Barry conectando os pontos a partir da observação da energia azul da Trajetória, e concluindo que o doente Garrick pode ser o Zoom. Mais uma vez aparentemente traído por um mentor, Barry lança um berro de revolta para o alto e o episódio acaba assim, com o momento que o crítico do AVClub marcou com a seguinte frase: “A partir de agora, a busca pelo vilão Zoom vai ser pessoal”.