No começo da terceira temporada de The Originals, muitos fãs puderam se surpreender com a fantástica guinada que a série dava em sua abordagem, uma ramificação por uma estrada alternativa que poderia e efetivamente quase fez, mudar todo o foco da série daquele que havia se estabelecido nas duas temporadas anteriores.
A inclusão do detetive Kinney nos momentos iniciais da nova temporada, personagem interpretado pelo ator Jason Dohring, nos levou a uma inicial e inesperada bifurcação. A série transitava de um aclamado drama para um suspense policial, trazendo ao estilo mais clássico uma nova luz, uma nova cor e o finalmente tão aguardado elemento humano.
Mas a série tratou de rapidamente expelir esse novo elemento e um contexto novo, imenso e inexplorado até então. Os humanos foram pouquíssimo abordados até então, e é claro que no contexto da série meros mortais como Kinney não tem poder e conjuntamente relevância alguma.
Mas a abordagem fora confusa e irracional, clamando novamente aos seres sobrenaturais e criando um novo contexto: a morte dos Originais imortais por seres menos poderosos e bem menos relevantes que eles. Mais certo então o que fizera a origem do spin-off, levando para fora do seu enredo qualquer resquício dos humanos, blindando Mistic Falls de sua verdadeira e maior ameaça.
O problema da série simplesmente não tornar relevante que todos os seus principais acontecimentos se dão em um mundo cheio de seres humanos e que seus atos geram impactos que, em sua maioria, não poderiam ser escondidos em um contexto tão amplo, acaba traindo ainda mais a fidelidade dos acontecimentos da nova temporada. O contexto desses seres, sem poderes mágicos, vampirescos ou que sejam pertencentes a uma matilha, dão sempre a impressão aos fãs de que uma pequena peça do quebra-cabeças está faltando.
Fato é que os produtores de The Originals invariavelmente evocam seres humanos e os destroem com a mesma rapidez e ferocidade de um Mikaelson, humanizar a série tem sido, até aqui, o principal desastre do enredo desta temporada.