Séries

The Walking Dead mata mais um personagem principal em episódio chocante

Atenção para spoilers do último episódio!

Um dos momentos mais chocantes de “Twice As Far” (6×14), o episódio dessa semana de The Walking Dead, é a morte de Denise, que é atingida por uma flecha vindo da arma de Daryl, disparada por Dwight, que depois admite que estava mirando no dono da arma ao invés de em Denise.

Embora tenhamos conhecido pouco a personagem nos últimos episódios, especialmente por conta do elenco gigantesco de The Walking Dead, em “Twice As Far” aprendemos que Denise é lésbica, está em um relacionamento com Tara, e está tentando ser mais útil para a comunidade de sobreviventes depois de uma briga com a parceira.

A crítica da Variety marcou esse momento como uma repetição de alguns temas recorrentes (e talvez um pouco problemáticos) da série e da televisão americana num geral: primeiro, a mania de The Walking Dead de jogar muito desenvolvimento para cima de um personagem anteriormente deixado de lado, só para mata-lo no final (foi o que aconteceu com Noah e Bob, por exemplo, além de Denise); segundo, a necessidade de matar personagens LGBT sempre que eles estão passando por algum tipo de epifania ou realização.

É claro, The Walking Dead é uma série construída sobre a presunção de que qualquer um pode morrer a qualquer instante. A trama da AMC é famosa pela violência e pela forma como frequentemente pega os espectadores de surpresa com mortes chocantes, mais ou menos como Game of Thrones. Além disso, a série ainda foi por muito tempo uma campeã da diversidade entre as produções da TV americana, incluindo atores negros e de outras etnias como personagens retratados como caucasianos nos quadrinhos, e fazendo gays e bissexuais personagens anteriormente héteros (Denise é um bom exemplo, inclusive – nos quadrinhos ela namorou Heath).

A escritora da Variety cita ainda que não acha que The Walking Dead é homofóbica, de forma alguma, mas que a escolha recorrente de várias séries de matar um personagem gay assim no momento em que ele se descobre (The 100 fez isso recentemente) é problemática, e mexe com o peso que essas séries realmente dão para a diversidade em suas histórias.

Para o crítico do AVClub, no entanto, a história de Denise funcionou bem porque foi a primeira vez que os roteiristas conseguiram fazer o espectador se importar por um personagem secundário antes de matá-lo sem cerimônia. O jornalista relacionou o arco de personagem de Denise com o de Eugene também nesse episódio – o homem interpretado por Josh McDermitt é encarcerado pelos Salvadores de Negan, que mais uma vez se mostram um pouco mais incompetentes do que gostaríamos que eles fossem, mas consegue escapar e matar Dwight, com uma mordida em um lugar um pouco incomum.

Antes de tudo isso, Eugene e Abraham fazem as pazes depois da traição de Eugene e da reação explosiva de Abraham, e os dois ainda acham uma maneira dos Alexandrinos começarem a fabricar munição, o que pode vir a calhar, é claro, quando Negan chegar para o conflito no final da temporada. Talvez por isso os críticos de ambos os sites tenham caracterizado “Twice as Far” como um episódio que parece estar nos preparando, em termos de história, para o massacre que está por vir.

No AVClub, o destaque ficou para a decisão de Carol de deixar Alexandria, com a justificativa de que não estava mais disposta a matar para sobreviver. Para o jornalista do site, o arco da personagem, apesar de bem representado pela atriz, está incompleto, com várias partes e momentos de tomada de decisão acontecendo fora de cena, quando não podemos realmente acompanhar a personagem até o local psicológico e emocional em que ela está agora.

Por isso, fazer Carol deixar Alexandria, terminar seu brevíssimo relacionamento com Tobin e parar de desenvolver a vida doméstica que estava recuperando parece uma decisão brusca de narrativa que está aqui apenas para nos conduzir para alguma situação do season finale.

5 coisas que você precisa saber sobre Negan

Veja o trailer do próximo episódio, “East”:

Sair da versão mobile