Produções policiais têm sido um dos gêneros mais populares nos streamings. A Netflix, por exemplo, tem um extenso catálogo de opções do gênero, e ele acaba de aumentar com a chegada de Desordem Pública. A série italiana é uma adaptação do romance “ACAB – All Cops Are Bastards”, de Carlo Bonini, e promete deixar os espectadores refletindo muito além dos créditos finais.
Ao invés de apenas repetir fórmulas consagradas de séries do gênero, Desordem Pública mergulha em temas complexos e incômodos, como os limites da autoridade, a fragilidade das instituições e os conflitos de uma sociedade cada vez mais polarizada.
Após uma noite de protestos violentos no Vale de Susa, a Unidade Móvel de Roma, conhecida por suas ações extremas, perde seu líder carismático, Mazinga (Marco Giallini), que fica gravemente ferido. A ausência de sua liderança cria um vácuo dentro do grupo, que funciona como uma família disfuncional, marcada por lealdades e métodos controversos. É nesse contexto que Michele Nobili (Adriano Giannini), o novo comandante, entra em cena com uma visão progressista que desafia o sistema estabelecido.
Uma série sem heróis
A chegada de Michele Nobili coloca em evidência o contraste entre duas filosofias de trabalho: uma mais tradicional e rígida, representada pela equipe de Mazinga, e outra moderna e reformista, defendida pelo novo comandante. Esse conflito não se limita aos corredores da unidade policial, mas reflete um embate muito maior dentro da sociedade, onde métodos antigos de controle são cada vez mais questionados.
Ao mesmo tempo, a equipe precisa lidar com uma nova onda de manifestações públicas, intensificando o desgaste emocional e físico dos policiais. Marta Sarri (Valentina Bellè), a única mulher do grupo, encara desafios ainda maiores, tendo que se provar constantemente em um ambiente dominado por homens e marcado pela violência.
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Os confrontos retratados na série são mais do que sequências de ação: são momentos de reflexão sobre o papel do Estado e a resistência popular. Enquanto os protestos ganham intensidade, o público é levado a enxergar os dois lados do conflito, em uma narrativa que desconstrói o maniqueísmo tradicional das séries policiais.
A série também explora o impacto emocional desse trabalho nos policiais. Salvatore Lovato (Pierluigi Gigante), que traz cicatrizes de um passado no Iraque, e outros membros da equipe enfrentam seus próprios fantasmas enquanto tentam manter a ordem em uma sociedade cada vez mais caótica.
Com seis episódios disponíveis na Netflix, Desordem Pública se destaca pelas sequências de ação brutais e imersivas. Cada confronto é carregado de significado, intensificando a sensação de urgência e a conexão com os personagens. Além disso, a série desafia o público a enxergar além das aparências, revelando as camadas de complexidade de cada personagem e situação.
Desordem Pública está disponível na Netflix.
