A expectativa com o reboot do Quarteto Fantástico foi grande. Seguido de sucessos da Marvel como Vingadores: Era de Ultron e Homem-Formiga, natural que a aposta nos quatro super-heróis fosse grande.
O Quarteto Fantástico ja teve algumas adaptações para o cinema e, misteriosamente, sempre acabam virando filmes abaixo da média e de qualidade duvidosa. A primeira tentativa foi o filme de 1995 produzido pelo rei do cine trash Roger Corman. Com efeitos especiais toscos e interpretações sofríveis, a pérola acabou virando material cult para os fãs da Marvel.
Em 2005, tudo parecia estar alinhado para ressuscitar o quarteto na telona. Com um orçamento caprichado e um elenco no minimo curioso que ia de Michael Chiklis a Jessica Alba, o filme não decolou e angariou criticas ruins. Utilizando um tom bastante infanto-juvenil, acabou perdido no catálogo de apostas da Marvel. Ainda rendeu uma continuação constrangedora envolvendo o Surfista Prateado…
O novo Quarteto Fantastico estreou na última quinta com um novo elenco e enfrentando a enxurrada de super heróis – e críticas negativas – que estão surgindo. Os primeiros indicios não foram bons, já que o tradicional site de cinema Rotten Tomatoes aponta que o filme tem 86 criticas negativas em relação às 9 positivas, fracasso solidificado com a péssima abertura nas bilheteria neste fim de semana. A maldição do Quarteto parece ainda assombrar os cinemas.
Para celebrar os filmes de super-heróis que naufragaram no cinema, o Observátorio do Cinema faz um apanhado de projetos mal executados e vexaminosos:
Batman e Robin (1997)
Um marco do cinema trash de super-heróis garantido pelo diretor carnavalesco Joel Schumacher. Seguido do mediano Batman Eternamente (Batman Forever), Joel resolveu colorir Gotham City, fazer bat mamilos no uniforme do Batman e inseriu no enredo uma vilã capenga interpretada por uma caricata Uma Thurman (Poison Ivy, baby!). Arnold Schwarzenegger de Mr. Freeze foi a cereja no topo do bolo. Sepultou a franquia do Homem-Morcego até ser ressuscitado pelo competente Christopher Nolan em Batman Begins.
Superman Returns (2006)
Outra aposta que naufragou foi o retorno do Superman na pele de Brandon Routh. O filme não agradou, não teve um bom roteiro para sustentar a trama e não houve química entre os membros do elenco. Kevin Spacey como Lex Luthor foi canastrão e Kate Bosworth como Lois Lane era bastante apagada e sem sal. Mesmo sob a direção do competente Bryan Singer, o homem por trás dos X-men, o filme nao foi nada bem.
Hulk (2003)
A combinação de Ang Lee (diretor de Tigre e o Dragão) e Hulk era no mínimo excêntrica. Todo mundo aguardou anciosamente o tratamento que o respeitado e premiado diretor daria para o herói verde que esmaga tudo. No final das contas, Hulk foi desprezado pelo publico e trouxe alguns absurdos como a aparição dos polêmicos poodles hulks na trama. Nem a presença do convincente Eric Bana e a sempre gata e competente Jennifer Connelly conseguiram salvar o verdão do abismo. Teve um reboot posterior com Edward Norton que acabou sendo trocado pelo Mark Ruffalo nos filmes posteriores dos Vingadores. Norton era muito estrelinha, segundo o diretor de Hulk, Louis Leterrier.
Lanterna Verde (2011)
Absolutamente execrado pela crítica, Lanterna Verde foi um erro do inicio ao fim. Além de contar com Ryan Reynolds, mal escalado para o papel, o filme é cheio de efeitos especiais horrorosos e tem um fiapo de história que encabula de tão ruim. Foi para o lixo dos filmes de super heróis e hoje é vendido em liquidações de video locadoras falidas por 1,99. O próprio Ryan Reynolds tira onda do filme no trailer do novo Deadpool. Lamentável.
Demolidor (2003)
Ben Affleck é sacaneado até hoje por esta infame adaptação do herói mascarado de Hell’s Kitchen. Cheio de interpretações dignas de Framboesa de Ouro, o filme conseguiu falhar em todos os aspectos possiveis. Não havia um roteiro interessante, as cenas de luta não foram bem executadas e as presenças de Michael Clarke Duncan como Rei do Crime e Colin Farrell como Mercenário não agregam em nada na história, apenas deixam o material mais constrangedor. Conseguiu o feito de criar um spin-off ainda pior chamado Elektra que foca na personagem de Jennifer Garner. O Netflix corrigiu esta mancha da Marvel com o seriado produzido originalmente para a rede de streaming (leia a crítica).
Mulher Gato (2004)
Nada pode ser mais constrangedor do que esta trama barata que envolveu Halle Berrry e Sharon Stone em um dos piores filmes de todos os tempos. Uma tortura do começo ao fim, o filme abusa de cenas de luta desastrosas, mesmo com a gata fazendo golpes de capoeira (!). O uniforme da Mulher-Gato foi bastante criticado quando foi apresentado ao público pela primeira vez (e já deu o tom da bomba que seria a adaptação) e o trem descarrilou de vez quando o filme estreou. Berry foi laureada com um Framboesa de Ouro de pior atriz, prêmio que enfeita sua estante junto ao seu Oscar de Melhor atriz por A Última Ceia.