Com toda a empolgação com os recentes lançamentos de trailers de filmes da DC Comics, entre eles Batman Vs Superman e Esquadrão Suicida, é fácil se esquecer que a Marvel também tem um ano importante pela frente, especialmente com o lançamento de Capitão América 3: Guerra Civil, que coloca dois heróis frente a frente, brigando entre si, exatamente da forma que Batman Vs Superman pretende fazer.
O filme também promete ser o ponto crucial da terceira fase do UCM (Universo Cinematográfico da Marvel), mas a dupla de diretores composta pelos irmãos Russo, que também comandaram Capitão América: O Soldado Invernal, insiste que o espectador deve se lembrar que esse é um filme do Capitão, e não dos Vingadores. A história tem muito a ver com o Soldado Invernal/Bucky Barnes (Sebastian Stan), e com a posição que Steve Rogers toma em relação ao conflito principal do filme. Isso não significa que Tony Stark não vai ter seu próprio lado da história contado, é claro.
Aqueles de nós que já leram a controversa série em quadrinhos da qual Guerra Civil tira inspiração já sabem que a motivação para Tony apoiar o Ato de Registro dos Super-Heróís, uma iniciativa governamental que pretende regular a atuação daqueles com superpoderes, é a culpa que ele sente por ter se envolvido com um incidente causado por um desses super-humanos, que levou à morte de muitos inocentes (inclusive crianças).
No UCM, esse incidente já ocorreu, em um contexto diferente dos quadrinhos: em A Era de Ultron, a luta dos Vingadores com Ultron, que levou à destruição da cidade de Sokovia e à morte de muitos civis é o estopim para a tomada de atitude por parte do governo. Rebatizado como Acordos de Sokovia, o Ato de Registro dos Super-Heróis tem basicamente a mesma proposta dos quadrinhos, e a culpa de Stark ainda é o que o leva a apoiar a iniciativa, visto que Ultron, o responsável por toda a destruição em questão, é essencialmente uma criação sua.
“Tony agora tem um complexo de culpa, e isso o leva a tomar decisões muito específicas”, explicou o diretor Joe Russo. “E ele tem um ponto de vista muito legítimo no filme, muito adulto, que aborda a culpabilidade dos Vingadores e a responsabilidade que eles tem com o mundo. É um arco emocional complicado para esse personagem”.
Se há um aspecto do personagem de Stark nos quadrinhos que não foi muito explorado nos filmes até agora é o seu problema de alcoolismo e de stress pós-traumático – nós o vimos lutar com esses demônios bravamente tanto em Homem de Ferro 2 quanto em Homem de Ferro 3, mas a exploração em maior profundidade ainda não chegou. Com Guerra Civil, talvez esse aspecto seja mais desenvolvido, assim como a sua relação complicada com Steve, que vimos evoluir de antagonismo a uma espécie de amizade contida no decorrer dos filmes que os dois dividiram.
Esses fatores, combinados com a tonelada de outros personagens que Guerra Civil vai nos apresentar, prometem um filme mais que interessante para o dia 28 de abril, quando ele chegar aos cinemas. Enquanto o dia não chega, veja de novo o seu trailer: