Quando falamos sobre grandes astros de ação da década de 80, a disputa costuma se resumir a dois nomes: Sylvester Stallone e Arnold Schwarzenegger. Ambos foram eternizados por diferentes papéis, mais notavelmente Stallone com Rambo e Rocky e Schwarzenegger com O Exterminador do Futuro.
Em 2019, temos o raro fenômeno de ambos os astros estarem retornando a papéis icônicos para novos capítulos. Stallone voltou com Rambo: Até o Fim e Schwarzenegger trouxe seu T-800 de volta em O Exterminador do Futuro: Destino Sombrio. Panela velha é que faz comida boa, já dizia o ditado.
Aqui, vamos colocar os dois brucutus face a face e definir quem teve o melhor retorno: Rambo 5 ou Exterminador 6.
Confira abaixo.
História – O Exterminador do Futuro 6
Roteiro nunca foi o forte da franquia Rambo, com exceção de seu excelente primeiro filme. Já O Exterminador do Futuro esteve perdido em uma sucessão de ideias ruins após os dois ótimos longas de James Cameron, e finalmente reencontra conceitos interessantes e promessas fascinantes para o futuro da franquia com Destino Sombrio. Já Até o Fim, pouco pode acrescentar ao mito de John Rambo. Na verdade, o filme nem se parece com Rambo.
Carisma do astro – Empate
É difícil ir contra Schwarzenegger e Stallone. Rambo 5 só é assistível graças ao sempre presente carisma e esforço de Stallone, que é capaz de trazer melancolia e desgate para John Rambo, agora mais trágico do que nunca. Ao mesmo tempo, Schwarzenegger traz elementos nunca antes vistos para seu Exterminador em Destino Sombrio, demonstrando que o ator não se limita a simplesmente repetir fórmula. Um empate entre os dois parece-me justo.
Gore – Rambo 5
Tanto Rambo 5 quanto O Exterminador do Futuro 6 se beneficiam da censura para maiores, que sempre foi uma marca de suas respectivas franquias. Por mais que Destino Sombrio se divirta com múltiplas mutilações e dilacerações de andróides (além de muitos palavrões), gore é a especialidade de Rambo: Até o Fim, que literalmente traz uma cena em que o protagonista arranca um coração pulsante. Vitória para Rambo.
Sangue novo – O Exterminador do Futuro 6
A jornada de John Rambo nos cinemas sempre foi a de um lobo solitário, onde Sylvester Stallone domina a narrativa. Até o Fim não muda isso, e nem se esforça em ter personagens carismáticos ou minimamente interessantes a seu redor. Já o novo Exterminador encontra força justamente nisso, graças às ótimas adições da Grace de Mackenzie Davis e o Rev-9 de Gabriel Luna na mitologia da franquia.
Ação – O Exterminador do Futuro 6
Sendo bem sincero, nenhum dos dois filmes é especialmente brilhante no campo da ação. Rambo 5 até diverte com a violência cartunesca, mas é tão mal dirigido que mal existe algum aproveitamento. Nas mãos de Tim Miller, Destino Sombrio tem boas ideias e conceitos engenhosos, principalmente no confronto aéreo de dois cruzadores; mas acaba sendo sabotado pelo CGI questionável. O saldo, porém, pende mais para o lado do Exterminador, que ainda se beneficia das lutas entre o Rev-9 e Grace.
México – O Exterminador do Futuro 6
Curiosamente, tanto Destino Sombrio quanto Até o Fim usam o México como pano de fundo de suas respectivas histórias. E suas abordagens não poderiam ser mais diferentes: em Rambo 5, todos os mexicanos são vistos como criminosos e caricaturas quase racistas, ao passo em que o novo Exterminador assume uma postura mais admirável, depositando o futuro da humanidade nas costas de uma jovem mexicana.