O sucesso extraordinário de Coringa vem sendo comprovado tanto nas bilheterias como na reação do público. O filme funciona muito bem como história isolada, porém muitos fãs já pedem por uma continuação.
Em um entrevista recente ao The LA Times, Joaquin Phoenix afirmou que não seria contra a produção de uma sequência de Coringa. O ator afirmou que procurou Todd Phillips com uma ideia para uma possível continuação.
“Todd, você pode começar a trabalhar em uma sequência? Existe muito mais para explorarmos”, disse o ator.
Segundo um artigo publicado no site CBR, a produção de uma sequência do Coringa pode resolver um aspecto que, de acordo com o site, é o maior problema do filme original.
Ambiguidade
Fãs do Coringa de Joaquin Phoenix se identificaram com o personagem por sua ambiguidade, traço de personalidade claramente associado à contraparte das HQs. Porém, a ambiguidade também foi vista pelos críticos de Coringa como a maior franqueza do longa.
Histórias que lidam com absolutos morais são fascinantes. Histórias como Coringa, que mostram a ambiguidade da sociedade e da dicotomia herói/vilão causam grande impacto no público em geral. Por isso mesmo, muitos criticaram a suposta “periculosidade” de Coringa.
Interpretação
O Coringa de Joaquin Phoenix é aberto à interpretação. O personagem já foi visto como uma denúncia às práticas irreais da elite e o capitalismo psicopata que destrói qualquer um em seu caminho. Por isso Coringa é ambientado aparentemente nos anos 80, a era da ganância de Wall Street e das apostas arriscadas de mercado.
Arthur Fleck também foi interpretado como uma metáfora sobre os perigos da austeridade do Estado, o que é demonstrado claramente quando Arthur deixa de ter acesso a medicamentos e ajuda psicológica.
No final das contas, o Coringa de Arthur Fleck pode ser considerado uma tela branca, pronta para um colorido estudo de personagem. O anti-herói combina o individualismo dos anos 80 com a ação coletiva da atualidade, o que é demonstrado pela onda de violência e vandalismo que assola Gotham após o grande ato do Coringa na TV.
O problema
Segundo o CBR, o Coringa de Todd Phillips peca por não trazer às telas algumas das características principais de sua contraparte das HQs.
O Coringa de Joaquin Phoenix não conta com as mesmas conexões com o submundo do crime de Gotham, a mente estratégia que desafia até mesmo a do Batman e a simples habilidade de fazer rir.
Alguns fãs chegam a acreditar que Arthur Fleck não é O Coringa, mas Um Coringa. Suas ações teriam inspirado o grande inimigo do Batman no futuro. Uma trama semelhante também é apresentada na série Gotham, na qual o Coringa também é caracterizado como uma ideia.
Uma sequência de Coringa pode ser uma faca de dois gumes. Um novo filme pode acabar completamente com a premissa simples do original, mas também pode ao mesmo tempo desenvolver a história do Coringa, não de Arthur Fleck.
Coringa continua em cartaz.