ATENÇÃO: Contém spoilers de Coringa
O filme de origem do Coringa foi projetado para ser uma obra isolada, sem conexão com o universo maior da DC ou com intenções de iniciar uma franquia própria. É a proposta do experimento de Todd Phillips é um dos argumentos que convenceu Joaquin Phoenix a topar participar, já que ostro não é muito confortável com contratos de múltiplos filmes – nunca se esqueça, ele recusou ser o Doutor Estranho na Marvel Studios justamente por isso. Toda essa introdução para dizer: Coringa não precisa de continuação, e sua história se completa por si só. Mas e se…
Em Coringa, acompanhamos a jornada que leva o solitário Arthur Fleck a surtar e se transformar nessa figura maquiada e dançarina que ele mesmo batiza como Coringa. Seu efeito na sociedade é sentido, já que sua participação no programa de TV de Murray Franklin acaba em uma grande demonstração de seu poder, quando o Coringa atira na cabeça do apresentador. Como Gotham já estava dividida em uma luta de classes feroz, com a classe mais pobre adotando o símbolo do palhaço para se manifestar contra as injustiças dos ricos, representados por Thomas Wayne.
O Coringa provoca um caos na cidade, e acaba sendo preso no final, em um local que podemos assumir ser o Asilo Arkham. Por mais que o final do longa também revele que Thomas e Martha Wayne foram assassinados em meio ao caos, dando um pontapé para acompanharmos o início da transformação de Bruce Wayne no vigilante Batman, nossa ideia para um hipotético Coringa 2 seria ficar em Arkham com o vilão. E os fãs já saberão o que iremos propor ao ouvir o título que imaginamos para o filme: Coringa – Louco Amor.
Uma nova Harleen Quinzel
Isso mesmo. Acredito que uma hipotética continuação de Coringa seria a oportunidade perfeita para adaptar corretamente a história de origem da Arlequina, que é uma das mais interessantes que a DC viu nos últimos anos, sendo introduzida originalmente por Bruce Timm na Série Animada do Batman. Inclusive, a história merece justiça, já que foi porcamente escrita e picotada em Esquadrão Suicida, onde víamos apenas alguns vislumbres de flashbacks dessa trama, protagonizada por Margot Robbie e Jared Leto no filme de David Ayer.
Mantenha o tom realista e sombrio de Coringa para esse novo filme. Arthur Fleck (ou Coringa) está internado no Arkham e passa por um acompanhamento psicológico periódico, onde é tratado pela Dra. Harleen Quinzel. Assim como na história original, Harleen começa a se apaixonar pelo vilão por acreditar que ele a ama, mas sabemos que não passa de uma grande manipulação – a relação inteira do “casal” é baseada nesse jogo de poder, já que é um dos maiores casos de relacionamento abusivo nos quadrinhos da DC. E também uma história que merece um filme à altura, talvez com o roteiro assumindo mais a perspectiva da futura Arlequina do que do próprio Coringa.
E por mais que a performance de Margot Robbie seja fenomenal em Esquadrão Suicida, a ideia é encontrar outra atriz. Afinal, Robbie toca seu próprio universo com o vindouro Aves de Rapina e o novo filme do Esquadrão, com James Gunn, e esse universo da DC Black com Joaquin Phoenix precisaria de outra atriz. Quem sabe Rooney Mara?
Coringa realmente não precisa de uma continuação, e eu duvido que Phillips e Phoenix topariam retomar uma obra que se fecha tão bem unicamente. Mas a possibilidade de um Louco Amor contado de forma consciente e realista é animador, e seria capaz de provocar discussões muito relevantes sobre o tema de relacionamento abusivo, além de tornar o gênero ainda mais expansivo.
Fica a ideia.