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Crítica | Carcereiros chega ambiciosa à TV aberta, mas pouco corajosa

Carcereiros chega à tv aberta misturando a ficção e a realidade. Violenta e sombria, a minissérie inspirada no romance de Dráuzio Varella tenta mostrar a dura realidade do cárcere brasileiro. A tentativa é interessante, mas a mas deixa a desejar na verossimilhança.

A série traz depoimentos de pessoas que tiveram a vida de carcereiros, e esse poderia ter sido o grande acerto. Infelizmente, o recurso é pouco explorado e ás vezes até surpreende o espectador, que estava já há tempos assistindo à um romance. Comparada à outras séries documentais ou ficcionais, Carcereiros acaba por, ao invés de trazer a força de ambos os gêneros, perder força ao se apoiar nos dois.

A parte técnica é, de certa maneira, impecável. A série reproduz o padrão do audiovisual da Rede Globo, que é conhecido por sua qualidade. Ao mesmo tempo, a direção de arte não traz nada de novo ao jogo e, por momentos, acaba até ficando clichê ou, ao menos, trazendo mais do mesmo.

Rodrigo Lombardi é um ator que já provou sua capacidade em outras vezes e, dessa vez não é diferente. Sua atuação é boa, mas seu personagem acaba por ser colocado em uma posição de “herói da história”, o que acaba ajudando a enfraquecer a série, que poderia ser melhor, caso assumisse seu caráter de ficção, sem um protagonista fixo.

No geral, Carcereiros não é uma série ruim, mas se mostrou menos corajosa do que pretendia em seu primeiro episódio. Ambiciosa demais, a série parece ter apostado no errado, apesar de ter um roteiro interessante.

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