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Crítica | Shooter é pura fascinação pelas armas e repetição de enredo

ATENÇÃO PARA SPOILERS A SEGUIR

Ryan Phillipe voltou para a TV no papel que Mark Wahlberg viveu nos cinemas como o exímio atirador Bob Lee Swagger, na série Shooter, inspirada no filme O Atirador. E o nome faz jus ao sentimento do show.

Depois de dois adiamentos de estreia, Shooter, prevista inicialmente para julho deste ano, passou por conversas sobre o título da série possivelmente ser alterado, mas é provavelmente melhor que não tenha sido. Shooter (Atirador) diz exatamente o que a série é – se você não está no humor para um show que é completamente fascinado por armas, melhor esquecer a série. Se isso não o incomoda ou você é capaz de ignorar tal veneração, Shooter é um thriller passível de conspiração em um modo familiar.

Ryan Phillippe interpreta o atirador aposentado da Marinha e herói da guerra no Afeganistão, agora vivendo em tranqüilidade doméstica no estado de Washington com sua esposa, Julie (Shantel VanSanten), e filha nova, Mary (Lexy Kolker). Um belo dia, o ex-comandante de Swagger, Isaac Johnson (Omar Epps), passa para recrutar o maior atirador do mundo em outra importante missão para seu país. Há provas críveis de que uma tentativa de ameaça a vida do presidente será feita em Seattle, e Johnson quer Swagger para descobrir onde e quando o assassino pretende exercer seu feito.

Conspirações

Basta dizer que nem tudo é o que parece, e no final do primeiro episódio Swagger está fugindo de elementos da CIA, da Segurança Interna, do Serviço Federal de Segurança da Rússia e de um contratista de defesa chamado Anhur Dynamics. O protagonista de Shooter também atraiu o interesse do FBI, particularmente a agente Nadine Memphis (Cynthia Addai-Robinson), uma das poucas abertas à ideia de que Swagger pode estar envolvido em uma conspiração maior. Na maior parte, no entanto, Swagger está sozinho enquanto navega num mundo sombrio de espionagem global, grupos de milícias paranóicas, traficantes de armas e ex-militares solitários.

Bem, não inteiramente sozinho – ele tem suas armas e suas inigualáveis habilidades para atirar. O escritor John Hlavin e o diretor Simon Cellan Jones definiram o tom desde os primeiros minutos do primeiro episódio: nosso ponto de vista é através do escopo de seu rifle, disparado repetidas vezes ao longo dos 10 episódios. A câmera permanece sobre tiros de câmera lenta e munição quando a arma está sendo carregada. As sequências geradas por computador que seguem balas ao longo de suas trajetórias são comuns, e tiros na cabeça são provocados repetidamente em Shooter.

Narrativa repetitiva

De vez em quando, Shooter finge querer fazer uma crítica à cultura de armas e os danos causados aos veteranos que passam muitos anos vivendo tal realidade, mas isso nunca é muito aprofundado. A história é atraente o suficiente no começo, com Swagger um herói útil, se não especialmente memorável, no molde Jack Bauer. Phillippe nunca combina com a intensidade do desempenho de Kiefer Sutherland nesse papel, mas ele projeta uma tenacidade e decência críveis. Shantel VanSanten faz o seu melhor no papel de esposa e mãe, e Cynthia Addai-Robinson é uma presença bem-vinda no personagem desempenhado por Michael Peña no filme. O melhor de tudo é Tom Sizemore, que traz um operário desonesto da CIA.

O clímax vai perdendo a graça com a temporada se aproximando de sua conclusão, com as últimas horas consistindo principalmente de confrontações repetitivas e reversões. Um minuto Swagger tem a sua vista sobre os bandidos e no minuto seguinte eles estão sob controle – e assim por diante, caindo sempre no mesmo enredo. Esta história foi contada uma vez antes em 124 minutos. Até o final da temporada, a questão em saber se a mesma história conseguiu se manter por 10 horas também é claramente respondida.

Personagem Bob Lee Swagger em um dos episódios
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