ATENÇÃO PARA SPOILERS DA SÉRIE A SEGUIR!
Com estreia nessa quarta-feira (05), Frequency é a nova aposta dramática da CW, mirando para o prestígio que suas comédias (principalmente Jane the Virgin e Crazy Ex-Girlfriend) alcançaram entre a crítica. Para isso, a emissora resolveu refazer um elogiado filme de viagem no tempo, Alta Frequência (2000).
Estrelado por Dennis Quaid e Jim Caviezel, o filme contava a história de uma misteriosa conexão através do tempo entre pai e filho, que mexiam no mesmo rádio e descobriram que podiam se comunicar. O filho do Frequency dos cinemas tentava salvar o pai, que havia morrido em uma fatalidade, mas logo percebia que as coisas não eram tão simples.
Essa velha mas eficiente história de efeito borboleta é transformada para a Frequency da CW, que coloca Peyton List como a filha em busca de respostas para o passado do pai, que desapareceu e morreu durante uma investigação – ela mesma uma policial agora, a protagonista tem certeza que o pai fez algo de terrível antes de morrer, enquanto investigava um serial killer.
Reviravoltas familiares
Nenhuma reviravolta no piloto de Frequency realmente surpreende, mas a dupla de protagonistas, formada por List e Riley Smith, convence ao interpretá-las e trazem uma presença emocional constante para os personagens. Ao final do episódio de estreia, Frequency se acomoda como um procedural de serial killer não tão incomum quanto sua premissa pode sugerir.
De muitas formas, adaptar premissas potencialmente excêntricas para um formato envelhecido não é algo novo – a NBC fez o mesmo com sua própria série de viagem no tempo, Timeless. A diferença é que Frquency se leva mais a sério, tanto nos conflitos do psicológico dos personagens quanto no tom da narrativa, que quer impor tensão a todo custo, e só é bem-sucedida às vezes.
A CW construiu sua nova marca com misturas de gêneros espertas, como iZombie, cujos diálogos espertos fazem a estrutura formulaica funcionar, ou Legends of Tomorrow, que coloca viagem no tempo em meio a uma história de super-heróis diversa e divertida. Frequency tenta fazer o mesmo: montar uma história policial sóbria em cima de uma premissa de ficção científica.
Dessa vez, no entanto, o tiro sai pela culatra: ao esconder a melhor parte de seu produto, Frequency acaba não conquistando o espectador.