O Max lançou um perturbador documentário: O Lado Sombrio da TV Infantil. Em formato de minissérie, a obra expõe abusos, pedofilia e mais crimes ocorridos nos bastidores da Nickelodeon nos anos 1990 e 2000. Vamos ver as revelações mais chocantes.
Se você cresceu entre o final dos anos 1990 e meados dos anos 2000, ou se teve filhos que assistiam à TV durante esse período, sem dúvida conhece O Show da Amanda, Drake & Josh, All That, Zoey 101 e iCarly.
O que talvez você não saiba que o mesmo homem, Dan Schneider, criou e produziu todos esses programas.
O Lado Sombrio da TV Infantil revela algumas alegações perturbadoras, incluindo “abuso, sexismo, racismo e dinâmicas inadequadas com suas estrelas e equipe menores de idade”. Confira, abaixo, algumas dessas acusações chocantes.
Drake Bell revela que foi vítima de abuso sexual quando criança
Drake Bell, de Drake & Josh, falou pela primeira vez sobre o abuso que ele sofreu nas mãos de seu ex-treinador de atuação e diálogo, Brian Peck.
Em sua declaração de 15 de março (via Today), a Nickelodeon disse: “Agora que Drake Bell revelou sua identidade como autor do processo de 2004, ficamos consternados e tristes ao saber do trauma que ele sofreu, e elogiamos e apoiamos a força necessária para se apresentar”.
Bell diz que o abuso ocorreu na casa de Peck durante vários meses, depois que o treinador de atuação se insinuou na vida de Bell.
Drake Bell diz que celebridades de Hollywood defenderam seu agressor no tribunal
No final da série original, Bell diz que quando ele e sua família chegaram à sentença de Peck, ele ficou chocado ao descobrir que o lado de Peck no tribunal estava “cheio” de seus apoiadores.
“Foi a coisa mais inacreditável que já vi”, diz Bell. “Todo o lado (de Peck) da sala de audiências estava cheio.”
“Definitivamente, havia alguns rostos reconhecíveis naquele lado da sala”, diz Bell.
Elenco de All That não se sentia à vontade com as cenas
Bryan Hearne, que participou de All That por duas temporadas, detalhou acrobacias e figurinos que o deixaram desconfortável, inclusive uma cena em que um cachorro lambeu manteiga de amendoim colocada em seu corpo.
Outro ator usava um traje justo com o que alguns descreveram como símbolos fálicos.
Robertson disse que encontrou outros exemplos em filmagens em que uma criança era convidada a colocar um escorpião vivo na boca e em uma em que a criança era convidada a beber água de uma banheira em que um caminhoneiro supostamente havia se banhado.
Pedófilos condenados no set
O documentário destaca dois criminosos sexuais condenados no set de filmagens dos programas da Nickelodeon: Jason Michael Handy, ex-assistente de produção, e Brian Peck, ator e treinador de diálogos. Ambos foram condenados enquanto trabalhavam nos sets da Nickelodeon.
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Algumas coisas mudaram, mas não o suficiente
A Nickelodeon e Schneider terminaram seu relacionamento em 2018, e o produtor sempre negou as alegações de má conduta. Ainda assim, seus programas não foram os únicos a gerar alegações de ambientes de trabalho problemáticos para crianças.
“Acho que fizemos progressos, mas, possivelmente, ainda temos um longo caminho a percorrer. Por isso, acho que há um tipo de coisa ampla e melosa na qual todos nós podemos nos engajar, que é simplesmente cultivar ambientes de trabalho que distribuam o poder de forma mais uniforme”, disse Robertson.
Schwartz acrescentou: “Quando você monta um documentário como esse, você espera que ele inicie uma conversa mais ampla.”
Raquel Lee Bolleau conta a vez em que Amanda Bynes cuspiu em seu rosto
A ex-atriz de O Show da Aamanda, Raquel Lee Bolleau, contou como um esquete a deixou “furiosa” quando criança. Ela explicou que o esquete, intitulado “The Literals”, era estrelado por Bynes e por ela mesma.
“E toda vez que eu dizia ‘cuspa’, ela cuspia o que tinha na boca – fosse água ou o que fosse – diretamente no meu rosto”, disse ela, acrescentando que “não achava graça”.
“Na terceira vez, eu fiquei furiosa”, lembrou ela. “Fiquei tão brava que o diretor se apressou e me colocou ao lado do set e disse: ‘Escute, Raquel, inspire e expire. Ela é a estrela do show, não crie muito problema. Vou pedir para ela não cuspir na sua cara. Mas você tem que manter a calma.'”
O clipe com Lee Bolleau não foi ao ar na série documental original, mas quando foi exibido para Hearne e sua mãe no episódio seguinte, ambos tiveram uma reação visceral imediata.
“Isso é racismo”, disse Brown. “Ponto final.”
Sala dos roteiristas tóxica
Christy Stratton e Jenny Kilgen, duas ex-roteiristas de O Show da Amanda, alegam no documentário que havia um ambiente abusivo na sala dos redatores.
“Trabalhar para Dan era como estar em um relacionamento abusivo”, diz Stratton.
“Ele criou uma atmosfera muito divertida e descontraída, mas eu sentia que Dan podia ser muito volátil e se transformar a qualquer momento. Eu tinha medo”, diz ela.
“Você sempre sentia que discordar de Dan poderia resultar em demissão”, diz Kilgen.
As roteiristas, as únicas mulheres contratadas para o programa, foram convidadas a “dividir um salário” e tiveram de concordar.
O Lado Sombrio da TV Infantil está disponível no Max.
