Uma biografia de Michael Jackson está chegando, e todos os olhos estão voltados para o roteirista John Logan (O Aviador) para entregar uma narrativa que engloba adequadamente a vida complexa da estrela pop. Da infância difícil à ascensão na juventude e ao estrelato e acusações de abuso sexual que ele enfrentou mais tarde na vida, abordar Jackson com sinceridade e reverência não será fácil.
Considerando que o produtor de Bohemian Rhapsody, Graham King, garantiu os direitos ao filme da propriedade de Michael Jackson, muitos se perguntam se o filme incluirá as partes mais sombrias da vida adulta do ícone. O filme eliminará as alegações – removendo a sombra que seguiu o cantor durante a última parte de sua vida – ou vai atingi-las de frente?
Com filmes como Judy: Muito Além do Arco-Íris e Um Lindo Dia na Vizinhança escolhendo cobrir uma parte específica da vida de um artista, existe uma maneira de evitar cobrir a parte mais sombria da vida adulta de Michael Jackson sem levantar muitas sobrancelhas do público, pois essa abordagem está lentamente se tornando mais comum no cinema. No entanto, o Deadline informou que esse não será o caso da cinebiografia de Jackson.
Sem mencionar que também seria uma estratégia barata, pois seria um desejo de evitar o que há de mais complexo na vida do astro.
Não há intenção de “higienizar” a cinebiografia de Michael Jackson
Mike Fleming, repórter do Deadline, foi informado de que o “filme não se destina a ser uma representação higienizada da vida de Jackson”. O relatório indica que a história de vida de Jackson é bem conhecida, e o filme “não ignorará as polêmicas facetas de sua existência que o público já conhece”.
A biografia de Michael Jackson abrangerá toda a vida da estrela pop – os bons e os maus momentos. No entanto, considerando que os direitos foram concedidos pelo mesmo espólio que abriu um processo de US$ 100 milhões contra a HBO por Deixando Neverland, a situação parece complicada.
Deixando Neverland foi um documentário de 2019 dirigido e produzido pelo cineasta britânico Dan Reed, detalhando os dois homens, Wade Robson e James Safechuck, que alegaram ter sido abusados sexualmente quando crianças por Michael Jackson.
Os fãs podem ver a vida de Jackson sob uma nova luz
Apesar das alegações, é importante lembrar que Jackson nunca foi condenado por um crime; ou seja, a cinebiografia pode deixar esse aspecto da vida da estrela pop aberto para interpretação. O filme pode contar a história, mas não atribuir culpa ou provar inocência, deixando o público se decidir quando se trata dessa parte da vida de Jackson.
Só porque o filme não será “higienizado” não significa que os problemas complicados não serão tratados com cuidado. A propriedade desejará manter vivo o legado de Michael Jackson de uma maneira que reverencie e reconheça a verdade – desde o sofrimento nas garras do pai até a eventual morte.
O escritor e o diretor provavelmente tecerão uma narrativa que tenta mostrar causalidade, alinhando a música com os eventos de sua vida, para fazer um quadro completo.
O filme não pode apenas mostrar aos fãs o que eles já sabem; deve criar um drama a partir da realidade e, nessa transição da história para a tela, a vida de Jackson entrará em foco sob uma nova luz (com aprovação de seu espólio). A única questão que resta agora: quem interpretará Michael Jackson e quantos atores poderão cobrir uma vida útil de 50 anos?