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Crítica | Wagner Moura brilha em 2ª temporada de Narcos cheia de ação e cenas chocantes

ATENÇÃO PARA SPOILERS DA SÉRIE A SEGUIR!

A segunda temporada de Narcos chegará à Netflix nesta sexta-feira (2), prometendo uma narrativa que cobre um período menor de tempo e termina com a morte de Pablo Escobar (Wagner Moura), conforme anunciado em vários materiais promocionais e em entrevistas do próprio protagonista.

Esse novo senso de urgência contamina os 10 episódios do segundo ano, que abandonam o estilo “banho maria” da primeira temporada para entregar um acontecimento chocante atrás do outro e montar um retrato ainda mais completo e fascinante da Colômbia que Pablo Escobar deixou para trás após seu reinado. Tudo ancorado, é claro, pela performance espetacular de Wagner Moura.

O crítico da Entertainment Weekly notou que Moura não encarna um arquétipo novo em Narcos – mostrar Pablo Escobar como um paradoxo, um cara sensível com um interior frágil e um coração mole para a família e os mais pobres, ao mesmo tempo em que é um cruel e violento chefe do tráfico, não é novidade. Na realidade, é o padrão do retrato de personagens criminosos ou mafiosos desde O Poderoso Chefão.

No entanto, Wagner Moura “re-energiza esse arquétipo com uma performance intensa e enganosamente minimalista, que imbui Escobar com uma humanidade que parece autêntica”, o que só torna as explorações temáticas da segunda temporada de Narcos mais fascinantes, conforme o cerco em torno de Escobar aumenta e a série mistura cenas gravadas com Moura e pedaços de noticiários colombianos da época, mostrando o Pablo Escobar demonizado da mídia.

Quanto menos Murphy melhor

O segundo ano de Narcos também abandona um pouco a narração do Agente Steve Murphy (Boyd Holbrook), deixando que o espectador viaje as águas turvas da moralidade da série sem um guia condescendente. Para compensar, a série foca-se um pouco mais em Javier Peña (Pedro Pascal) e encontra algumas sub-tramas interessantes em personagens como Horacio (Maurice Compte) e Judy (Cristina Umaña).

O resultado é uma temporada “infinitamente mais excitante, coerente, que faz com que seja extremamente difícil a série superar a si mesma nas próximas temporadas, não importa o que decidir explorar a seguir”, segundo o crítico do We Got This Covered.

No centro do furacão que é a segunda temporada da série, o Pablo Escobar de Wagner Moura toma os holofotes para si de forma ainda mais intensa que no primeiro ano, deixando que a série se solidifique como a história de um criminoso intensamente humano contando sua própria trajetória ao invés de deixar narrativas de terceiros defini-lo.

Funciona, mas deixa um enorme vazio para os próximos anos, se é que eles vão acontecer.

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