Problemas sérios

7 falhas em Bridgerton que os fãs da série ignoram

Produção de Shonda Rhimes erra na abordagem de temas importantes

Bridgerton é, sem sombra de dúvidas, uma das séries mais populares da Netflix. Mas isso não significa que ela é perfeita! Mesmo assim, fãs costumam ignorar algumas das maiores falhas da produção – que envolvem furos no roteiro, adaptações mal produzidas e a abordagem problemática de temas importantes.

A trama de Bridgerton adapta para a Netflix a saga literária de Julia Quinn. Cada temporada foca em um livro diferente.

O primeiro ano abordou “The Duke and I”, sobre Daphne Bridgerton e Simon Basset. A 2ª temporada, por sua vez, adapta “The Viscount Who Loved Me”, sobre o triângulo amoroso de Anthony Bridgerton e as irmãs Kate e Edwina Sharma.

O site Screen Rant listou as 7 maiores falhas de Bridgerton que os fãs teimam em ignorar; veja abaixo.

Adjoa Andoh e Simone Ashley como Lady Danbury e Kate Sharma em Bridgerton

O problema étnico

Bridgerton faz muito sucesso ao apresentar uma versão fictícia da Regência britânica, onde pessoas das mais diversas etnias são tratadas da mesma forma. Entretanto, a maneira como a série explica a diversidade étnica da sociedade acaba ignorando conceitos de racismo e intolerância – e se estabelecendo como uma resposta fácil e impensada.

De acordo com a Lady Danbury, as pessoas negras só passaram a ser aceitas em posições de destaque em sua própria geração. Dessa forma, a personagem comprova que Bridgerton não se passa em um mundo onde “a cor não existe”. Sendo assim, ao invés de mostrar como a sociedade conseguiu superar o racismo, a série da Netflix só joga o assunto para debaixo do tapete.

A inocência de Eloise

Eloise é a irmã Bridgerton que serve como um contraponto para a persona romântica e convencional de Daphne Bridgerton. Enquanto Daphne tenta se adequar aos limites da sociedade patriarcal, Eloise passa seus dias protestando contra as injustiças de um mundo liderado por homens.

“Ela poderia ser mais interessante, mas Bridgerton a transforma em uma personagem ridícula e boba, que não consegue ser levada à série pela audiência”, afirma a análise do site Screen Rant.

Relacionamentos tóxicos

Em muitos filmes e séries, a mensagem é que “se um romance é cheio de paixão e luxúria, também deve ser cheio de amor”. Bridgerton não é uma exceção. No relacionamento de Daphne e Simon, por exemplo, a ênfase vai para a vida sexual do casal, e para a inabilidade dos personagens de resistirem um ao outro.

“A trama em questão faz lembrar outros romances tóxicos, como os mostrados em 50 Tons de Cinza e Crepúsculo, nos quais a paixão costuma superar relações saudáveis e racionais”, opina o site Screen Rant.

Clichês na trama de Bridgerton

Bridgerton faz um ótimo trabalho ao criar uma empolgante e contagiante. Com sua história dinâmica, a série garante que os espectadores da Netflix sempre cliquem no botão de “próximo episódio”. Mas isso não significa que Bridgerton é uma história original ou inovadora.

A principal temática da primeira temporada – na qual Daphne e Simon assumem um relacionamento por conveniência, mas acabam se apaixonando – é um grande clichê, utilizado em diversos filmes e séries do gênero.

A relação de Daphne e Simon

Bridgerton parece ter a intenção de caracterizar Daphne como uma heroína que conhece sua própria voz e não hesita em dizer o que pensa. Entretanto, essa caracterização esbarra no roteiro da série, que insiste em colocar Daphne aos pés de Simon. O Duque de Hastings, no final das contas, acaba moldando todo o universo da nova esposa.

O fato de Daphne encorajar Simon a se aceitar é um aspecto positivo, já que foge do clichê de “um homem que ajuda uma mulher insegura a encontrar sua voz”. Entretanto, de acordo com o Screen Rant, Daphne acaba ficando no prejuízo, já que sempre coloca as necessidades do marido acima de seus próprios desejos.

Representatividade LGBTQIA+

Segundo o site Screen Rant, Benedict Bridgerton tem tudo para se tornar o primeiro protagonista gay de Bridgerton. Porém, essa possibilidade parece nunca se concretizar. Ao invés disso, fãs são obrigados a aceitar as migalhas de personagens coadjuvantes como os únicos momentos de representatividade LGBTQIA+ da série.

Bridgerton conta com intensas e detalhadas cenas de sexo heterossexual. Mas em relação aos personagens LGBTQIA+, a produção da Netflix oferece apenas um vislumbre a portas fechadas.

Bridgerton é uma utopia?

“Os interesses políticos de Bridgerton são altamente selecionados. Dessa forma, o universo da série parece uma utopia racial – mas também se torna uma distopia de gênero, com diversos problemas na abordagem de personagens LGBTQIA+ e conflitos de classe”, analisa o Screen Rant.

Se não fossem os aspectos políticos, de gênero, orientação sexual e classe, a série poderia se tornar uma espécie de “fantasia escapista”. Mas com todas essas críticas, Bridgerton acaba “dividida entre dois mundos”, para a frustração dos fãs.

Bridgerton está disponível na Netflix.

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