Quanto Vale? estreou recentemente e já está fazendo o maior sucesso na Netflix. O longa traz Michael Keaton (Batman, Homem-Aranha: De Volta ao Lar) como o advogado e mediador Kenneth Feinberg, que ficou responsável pelo Fundo de Compensação Monetária às vítimas dos atentados de 11 de Setembro de 2001. Embora o longa adapte para as telas uma história real, o filme modifica alguns aspectos da história do protagonista.
Segundo o site Slate, Quanto Vale? conta com diversos detalhes verídicos sobre a vida e carreira de Feinberg, além de seu envolvimento com a resposta do governo americano aos ataques terroristas.
O advogado contou a história de sua vida no livro “What is Life Worth? The Unprecedented Effort to Compensate the Victims of 9/11” (Quanto Vale uma Vida: Os Esforços Sem Precedentes para Compensar as Vítimas do 9/11), que serviu de base para o roteiro do filme na Netflix.
O site Slate falou mais sobre as partes verdadeiras de Quanto Vale? E o que a Netflix não contou sobre a trajetória de Feinberg; confira abaixo.
Quanto Vale? -Detalhes importantes
Um dos aspectos verdadeiros da história de Feinberg abordados em Quanto Vale? É a paixão do advogado pela música clássica.
A sequência na qual o mediador aparece com fones de ouvido em um avião, sem perceber que os ataques já haviam começado, é uma criação do longa.
Na verdade, Kenneth Feinberg ficou sabendo dos atentados de duas formas diferentes: testemunhou o primeiro avião atingindo o World Trade Center em uma televisão da Universidade de Pensilvânia, e depois pelo rádio em uma viagem de trem de Philadelphia e Wilmington.
O longa também modifica alguns detalhes do envolvimento de Feinberg no Fundo de Compensação de 11 de Setembro. O filme dá a entender que o Senador Ted Kennedy pediu para ele comandar os esforços de recompensa financeira por ser um dos poucos especialistas em compensação para vítimas.
O advogado realmente tinha experiência com esse tipo de caso, mas também existiam outros profissionais com o mesmo nível de especialidade. Por causa disso, Feinberg lutou para garantir a posição.
Quando Vale? mostra Feinberg em uma reunião com os senadores Ted Kennedy e Chuck Hagel em 22 de setembro de 2001, discutindo como o fundo para as vítimas deveria funcionar.
Embora a cena seja uma ótima maneira de mostrar ao público os detalhes da estratégia, essa reunião provavelmente nunca aconteceu. 22 de setembro de 2001 foi o dia que o então presidente George W. Bush assinou o projeto que estabeleceu oficialmente o fundo. Ou seja, na época, os detalhes já haviam sido definidos.
O filme também sugere que Kenneth Feinberg não costumava se encontrar com as famílias das vítimas, até que a viúva de um bombeiro o intercepta longe dos outros advogados.
Feinberg realmente só começou a contatar as famílias por meio de reuniões comunitárias, mas após três meses, passou a oferecer reuniões individuais para qualquer familiar das vítimas que desejasse falar sobre a compensação.
O advogado não mudou de ideia por ter o coração mole, mas para poder contar com as experiências dos familiares das vítimas na hora de definir o valor das compensações.
Segundo seu livro de memórias, o plano do mediador sempre foi utilizar a discrição em casos individuais para diminuir a lacuna entre as compensações maiores e menores.
No livro, Feinberg também afirma que se tornou uma pessoa mais empática e ouvinte após trabalhar com as famílias das vítimas. Mas o arco do personagem de Michael Keaton em Quanto Vale? – no qual um advogado corporativo e prático retoma sua humanidade – é apenas uma invenção de Hollywood.
Quanto Vale? já está disponível na Netflix.