Estreou na Netflix o filme Biônicos, uma produção nacional de ficção científica que promete conquistar o público. O elenco conta com os talentosos Bruno Gagliasso, Gabz e Jessica Córes, que trazem vida a uma trama inovadora e repleta de ação.
No enredo, Maria (Jessica Córes), uma talentosa atleta de salto em distância, dedicou a vida a treinar incansavelmente em busca do pódio. No entanto, ela se ressente com a ascensão das próteses biônicas, que trouxeram uma nova realidade ao esporte, desafiando os limites do corpo humano.
A situação se complica ainda mais quando sua irmã mais nova, Gabi (Gabz), ganha os holofotes como uma atleta biônica, recebendo toda a atenção e glória para si.
Impulsionada por sua ambição e pela rivalidade com a irmã, Maria se vê envolvida em um labirinto de dilemas morais e desafios emocionais. A adrenalina corre solta quando ela cruza caminhos com Heitor (Bruno Gagliasso), um personagem cuja influência e ações a levam a questionar tudo o que ela acreditava sobre o esporte, o corpo humano e o próprio conceito de competição justa.
Em meio a reviravoltas e muita ação, Maria terá que decidir até onde está disposta a ir para alcançar seus sonhos e definir o que realmente significa ser uma campeã.
O filme é dirigido por Alfonso Poyart (conhecido por Aldo – Mais Forte que o Mundo), o longa Biônicos apresenta um elenco estelar que, além de Jessica Córes, Gabz e Bruno Gagliasso, inclui também Christian Malheiros, Klebber Toledo, Paulo Vilhena, Nill Marcondes e Danton Mello. Cada um desses atores traz profundidade e dinamismo à narrativa.
Os perigos da tecnologia em Biônicos
Biônicos se encaixa perfeitamente no universo das cautionary tales, um gênero que explora os perigos da tecnologia e serve como um aviso à sociedade sobre suas possíveis consequências.
O diretor Alfonso Poyart buscou aprofundar-se nos impactos que as próteses biônicas poderiam ter em uma sociedade desigual como a brasileira. Em uma entrevista, Poyart afirmou: “Exploramos um pouco essa ideia, porque as pessoas precisam viver limitadas pelo aspecto biológico, se existe tecnologia que pode ampliar um pouco isso. A gente já faz isso. A discussão é essa: quais são as consequências disso? Você cria uma diferenciação, um desejo insano por possuir essas próteses”, conclui o diretor.
Poyart destaca a dualidade presente no avanço tecnológico, que, ao mesmo tempo que oferece oportunidades de superação de limitações físicas, pode também exacerbar as desigualdades sociais. A tecnologia, ao invés de ser um igualador, pode se tornar um fator de discriminação, criando uma divisão ainda maior entre os que podem e os que não podem ter acesso a essas inovações.
Além disso, a narrativa de Biônicos levanta questões éticas sobre até que ponto devemos modificar o corpo humano. Se todos os aspectos da vida podem ser melhorados artificialmente, o que isso significa para nossa humanidade? A busca incessante por melhorias pode levar a uma sociedade obcecada por perfeição, onde o valor de um indivíduo é medido pela qualidade e quantidade de suas modificações biônicas.
Nos deixando o entendimento que Biônicos não apenas se encaixa no gênero das “cautionary tales”, mas também promove uma reflexão profunda sobre os limites e responsabilidades do progresso tecnológico em um mundo marcado pela desigualdade. Poyart utiliza a ficção para questionar e provocar o pensamento crítico sobre o futuro que estamos construindo e os caminhos que estamos escolhendo trilhar.
Assista ao trailer do filme Biônicos, que está na Netflix: