Cristian Cravinhos, um dos assassinos dos pais de Suzane von Richthofen, entrou com um pedido de indenização de 500 mil reais na Justiça, contra a Medialand, Netflix, Amazon Prime Video e Looke.
O condenado no caso Richthofen reclama dano moral e uso indevido de sua imagem na série Investigação Criminal.
Condenado a mais de trinta anos pelos assassinatos dos pais de Suzane von Richthofen, Cristian Cravinhos foi solto e novamente preso por tentativa de suborno a policiais em um bar em 2018, em Sorocaba. Ele foi condenado a mais quatro anos e oito meses de prisão.
O advogado Valdir Rodrigues de Sá, em entrevista ao R7, comentou sobre o processo de Cravinhos contra as plataformas de streaming.
“De forma irresponsável, lucram às custas de pessoas que sofrem com essas desgraças e acham isso totalmente normal. Enquanto elas lucram, ele vive a dura realidade de ser eternamente lembrado por um fato que já foi punido. Trata-se de violação ao direito de imagem, direito personalíssimo, que somente o titular pode dispor”, disse o advogado.
“Mesmo que ele tenha praticado o crime, não precisa ser lembrado por isso. Ele já pagou a pena e foi até colocado em liberdade. Voltou a ser preso numa outra situação. O direito ao esquecimento prevê que a pessoa não seja lembrada por aquilo que fez. Se não, vira uma pena perpétua. Como viver assim em sociedade? Não é justo”, continuou o advogado de Cristian Cravinhos.
O advogado do condenado pelo caso de assassinato dos pais de Suzane von Richthofen explicou sobre a indenização.
“Nós pedimos R$ 500 mil, mas o valor vai depender dos tribunais. A gente não acha certo eles enriquecerem ilicitamente com a imagem das pessoas. É cobrada uma taxa mensal do assinante”.
O processo aberto ainda pede que o episódio de Investigação Criminal seja retirado das plataformas, até que uma decisão judicial seja alcançada.
Resposta das plataformas
Em declaração a Netflix afirmou que a série conta ” em formato de documentário jornalístico, diversos casos policiais que alcançaram considerável interesse público pelas circunstâncias em que ocorreram e pela cobertura midiática expressiva ocorrida”.
Já a produtora de Investigação Criminal, Medialand, afirma que “é mais do que evidente a improcedência do pedido, sobretudo porque a liberdade de expressão, artística e de informação, bem como o direito à memória, constituem alguns dos pilares do Estado Democrático de Direito, devendo prevalecer sobre os direitos individuais alegados pelo requerente”.
A Amazon Prime Video, por sua vez, alega que se tratam de casos policiais de grande repercussão “e que a autorização para uso de imagem para este fim específico não é necessária, por retratar um fato de interesse público, como é o caso Richthofen”.
Ainda em 2020 foram lançados os filmes A Menina Que Matou os Pais e O Menino Que Matou Meus Pais, que retrata o caso Richthofen.
O elenco tem Carla Diaz no papel de Suzane Von Richthofen, enquanto Leonardo Bitencourt vive Daniel Cravinhos. Maurício Eça é o responsável pela direção.
Vale notar que os condenados pelos assassinatos não estão ganhando dinheiro com o filme, como inúmeras fake news espalham nas redes sociais.