A 2ª temporada de Bridgerton revitalizou a trama da Netflix com a introdução de duas personagens muito importantes: Kate e Edwina. Além de se envolverem em um triângulo amoroso com o protagonista Anthony, as Irmãs Sharma servem para simbolizar o papel da cultura indiana na sociedade britânica. Muitos fãs não sabem, mas Kate e Edwina são inspiradas em figuras da vida real.
Considerada uma das séries mais populares da Netflix, Bridgerton é inspirada na saga literária de Julia Quinn. Cada temporada adapta um dos 8 livros – e o segundo ano, foca na história do primogênito Anthony.
Nos novos episódios de Bridgerton, o principal objetivo de Anthony é encontrar uma esposa. O personagem de Jonathan Bailey deveria se casar com Edwina, mas com a progressão da história, acaba desenvolvendo fortes sentimentos por Kate Sharma.
O site The LA Times explicou tudo que os fãs de Bridgerton precisam saber sobre as inspirações reais da história de Edwina e Kate Sharma na série de Shonda Rhimes; veja abaixo.
O importante papel das Irmãs Sharma em Bridgerton
A 2ª temporada de Bridgerton é ambientada em 1814, mais de 200 anos depois da criação da Companhia das Índias Orientais.
Na época, a Índia não era uma única entidade, mas sim um subcontinente formado por diversas províncias e estados.
Algumas dessas áreas são violentamente anexadas ao Império Britânico pelo exército mercenário da Companhia das Índias. Outras, como o Império Sikh, permanecem autônomas.
“Os complexos laços econômicos entre esses países trouxeram contatos – e conflitos – entre a elite e a nobreza de ambas as sociedades”, afirma Hannah Greig, historiadora da Universidade de York e consultora histórica de Bridgerton.
Segundo a especialista, a sociedade britânica demandava diversos bens de consumo e produtos de luxo das colônias indianas – o que acabou provocando um grande intercâmbio cultural entre os dois países.
Além disso, de acordo com a historiadora Durba Ghosh, da Universidade de Cornell, os relacionamentos entre homens europeus e mulheres indianas eram extremamente comuns em todas as etapas do colonialismo.
Os casamentos interraciais – como o de Anthony e Kate em Bridgerton – por outro lado, eram relativamente incomuns.
“Era como um segredo aberto, na maioria dos casos. Os homens viviam relacionamentos e até geravam filhos nas colônias, mas depois voltavam para a Inglaterra para desposar mulheres ‘etnicamente apropriadas’”, analisa a historiadora.
Conheça as inspirações reais para Edwina e Kate em Bridgerton
Para escrever o livro “Sex and the Family in Colonial History”, a historiadora Durba Ghosh pesquisou diversos exemplos de mulheres que – assim como as Irmãs Sharma – circulavam entre a nobreza britânica na época da Regência.
“Vistas como aristocratas, essas mulheres faziam parte da elite indiana, e por isso, se acostumavam mais facilmente às expectativas da sociedade britânica”, comenta a especialista.
Uma dessas mulheres era Kitty Kirkpatrick (na foto acima), a filha de um influente administrador da Companhia das Índias Orientais. Ela se mudou da cidade indiana de Hyderabad para Londres aos 4 anos, onde viveu em meio à nobreza até sua morte, em 1889.
Famosa por sua “beleza exótica”, Kitty era a musa do filósofo escocês Thomas Carlyle, um influente pensador do século XIX.
Outra figura histórica que inspira a trama das Irmãs Sharma em Bridgerton é Elizabeth Ducarel.
Nascida Sharaf-un-nissa, Elizabeth mudou de nome ao imigrar para a Inglaterra com o marido Gerard Gustavus Ducarel, um supervisor de províncias da Companhia das Índias Orientais.
Com Gerard, Elizabeth teve 6 filhos. Ela também era conhecida como uma figura ativa na sociedade londrina, que circulava livremente entre a elite inglesa.
“É importante citar que todas essas mulheres adotaram nomes europeus. O fato das irmãs Sharmas permanecerem com o sobrenome indiano, é no mínimo improvável”, analisa Durba Ghosh.
A 2ª temporada de Bridgerton, com Kate e Edwina Sharma, está disponível na Netflix.