A adaptação live-action de Cowboy Bebop na Netflix tem tudo para se tornar uma das maiores decepções da plataforma em 2021. A série protagonizada por John Cho desagradou fãs e a crítica especializada, garantindo apenas 50% de aprovação no Rotten Tomatoes. O site The New York Post explicou como a produção falha em seguir o legado do anime original; confira abaixo.
“Ambientada no ano 2071, Cowboy Bebop acompanha a aventura de uma equipe de Caçadores de Recompensa que perseguem criminosos por todo o Sistema Solar na espaçonave Bebop”, afirma a sinopse da série divulgada pela Netflix.
Para a Netflix, adaptar uma obra prima como Cowboy Bebop sempre foi uma tarefa de peso. Normalmente, versões live-action de animes – como o criticado Death Note da plataforma – costumam perder a estética e o estilo das produções originais, o que sempre acaba desagradando os fãs.
Esse problema também se repete em Cowboy Bebop. A produção live-action da Netflix falha em capturar o tom característico da produção original, e por isso, não chega nem aos pés do anime.
Os problemas de Cowboy Bebop na Netflix
O artigo do The New York Post sobre Cowboy Bebop na Netflix começa falando das qualidades da adaptação live-action. Segundo a matéria, a série faz um ótimo trabalho em alguns aspectos.
“Cowboy Bebop acerta em algumas questões, principalmente na atualização do elenco para uma audiência mais moderna e diversificada, além de atenuar os aspectos excessivamente sexistas da produção original”, comenta a publicação.
Além disso, a produção live-action serve como uma boa introdução do universo de Cowboy Bebop para espectadores que não curtem animações.
Enquanto o anime trabalhava principalmente com episódios individuais – que podiam ser assistidos basicamente como curtas-metragens – a produção da Netflix liga todos os capítulos como uma trama corrente, o que não é exatamente cool.
Essa crítica pode até parecer superficial, mas um dos principais atrativos do anime era o fato de Cowboy Bebop ser descolado, interessante e arrojado.
“Mesmo quando envolvia um confronto final entre Spike e Vicious, o anime deixava muito espaço para o mal-estar existencial e uma química noir”, comenta a crítica.
No entanto, o maior “pecado” do Cowboy Bebop da Netflix é o fato da versão live-action não ser tão esteticamente agradável quanto a animação original.
“O anime de Cowboy Bebop é desenhado com uma poesia artística no mesmo nível de qualquer grande produção live-action. A versão da Netflix transforma essa poesia em cafonice”, afirma a análise.
Ou seja, se o anime de Cowboy Bebop fosse a trilogia do Batman de Christopher Nolan, a versão live-action estaria mais próxima dos filmes de Joel Schumacher.
A primeira temporada de Cowboy Bebop, formada por 10 episódios, já está disponível na Netflix.