Realeza

Crítica – A Princesa e a Plebeia: As Vilãs Também Amam

Terceira parte da trilogia natalina estrelada por Vanessa Hudgens é apenas um pretexto para mais um romance morno envolvido em uma falsa história de mistério

Continuando a lista de produções natalinas da Netflix, temos A Princesa e a Plebeia: As Vilãs Também Amam, mais recente volume da trilogia A Princesa e a Plebeia, que iniciou em 2018 com o conceito de duas pessoas que cruzam o caminho uma da outra e possuem uma aparência idêntica, trocando de lugares por um breve momento. Talvez considerável parte de nós saibamos que tal ideia foi baseada no romance O Príncipe e o Mendigo (1881), obra renomada do grande escritor Mark Twain.

Depois do sucesso do filme original três anos atrás, obviamente viram uma oportunidade de estender essa história clássica da literatura, então emendaram mais duas produções. Ano passado na mesma época disponibilizaram A Princesa e a Plebeia – Nova Aventura, e agora, temos As Vilãs Também Amam.

A pergunta que fica é: havia necessidade de prolongar tanto assim?

Financeiramente, certeza que sim; mas, como uma proposta narrativa não existe nada, absolutamente nada nesta série de filmes natalinos que valha a pena contar e recontar, e dizer tudo novamente.

No mais novo capítulo da franquia, vemos que a Princesa Stacy Wyndham de Belgravia (Vanessa Hudgens) e Lady Margaret Delacourt (Vanessa Hudgens), Rainha de Montenaro, se reúnem para sediar um tradicional festival de Natal de Montenaro, durante o qual o Vaticano empresta à Rainha um de seus tesouros mais preciosos, a Estrela da Paz, para exibição. Infelizmente, antes que o festival termine, a peça foi roubada e a polícia não tem pistas. Para evitar uma crise diplomática, Stacy e Margaret pedem ajuda a sua antiga inimiga, Lady Fiona Pembroke (Vanessa Hudgens), e logo descobrem que a Estrela da Paz está sendo mantida na coleção de um empresário rico e corrupto. Com a ajuda da ex-criminosa Fiona, Peter (Remy Hii) e as garotas, todos devem encenar um elaborado assalto para reconquistar ao valioso objeto – que inclui Stacy e Margaret se passando por Fiona para conseguirem o que tanto querem.

“Uma Vanessa incomoda muita gente, três Vanessas incomodam, incomodam, incomodam…”

Apesar do trecho musical acima, não pensem nem por meio milésimo de segundo que a adorável Vanessa Hudgens é o grande problema de A Princesa e a Plebeia: As Vilãs Também Amam. Muito pelo contrário, de modo que a atriz mundialmente reconhecida faz o que dá para tentar nos manter atentos a esse conto natalino que é dos mais superficiais que deve haver.

Jogaram no colo dela, três mulheres diferentes (sendo que Stacy e Margaret possuem personalidades mais próximas) na intenção de criar algum tipo de tensão minimamente cativante, a ponto de mantermos nosso interesse em uma história que não tem nada a oferecer, tirando alguns romances (bem) morninhos, envoltos em um suspense banal, que faz do pior episódio de toda a trajetória do desenho animado Scooby-Doo parecer uma passagem de Agatha Christie, ainda mais se for comparado à produção original da Netflix.

As personagens originais já encontraram seus pares românticos nos longas anteriores, assim sobrou para a “vilanesca” Lady Fiona também encontrar o seu. É isso! Nada mais!

Elaboraram uma trilogia natalina para na realidade entregar mais uma leva de comédias românticas do tipo água com açúcar, aquelas que só convencem os(as) que possuem seus corações pré-derretidos, bem antes de clicar no botão ‘play’.

E, pensar que ainda podem inventar moda de continuar desenvolvendo novos pretextos natalinos para a próxima temporada no ano que vem, sejam com novas histórias ou seguindo em cima de obras já populares dentro do catálogo da Netflix.

Salve-se quem puder!

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