Heist Movie

Crítica – Alerta Vermelho

Grande produção da Netflix se apoia em trinca de estrelas com um roteiro sem originalidade

Vamos jogar a real!

O novo épico Alerta Vermelho que mistura ação e comédia é um dos gigantes (!) lançamentos da Netflix neste 2021. Põe gigante nisso!

A produção escrita e dirigida por Rawson Marshall Thurber (Com a Bola Toda; Família do Bagulho) custou nada menos do que 200 milhões de dólares, um orçamento dos sonhos para qualquer desenvolvedor. Para se ter uma noção, Vingadores: Ultimato, segundo filme mais visto na história do cinema custou exatamente o dobro, ou seja, 400 milhões de dólares.

Pode estar se perguntando qual o motivo da listagem dos gastos específicos em cada uma destas produções?

Bom, para dizer que independente da qualidade do material em questão, quando assistimos o maior filme-evento já lançado pela Marvel até o momento, sabemos que estamos vendo um colosso que custou 400 milhões de dólares, enquanto Alerta Vermelho da Netflix que foi metade disso, parece mais um requentado de um tipo particular de filme de ação que não se fazem mais hoje em dia, por uma razão muito clara: o público-geral mais velho, já teve sua dose reforçada com produções do tipo (bem) melhores, ao passo que os mais jovens têm outras prioridades quando falamos sobre o cinema atual.

Desta maneira, tudo o que Alerta Vermelho realmente tem de aproveitável para indicar ao assinante, vem pelo elenco estrelado por um trio barra-pesada de dar inveja em qualquer um.

O longa-metragem de Rawson Marshall Thurber nos imerge no mundo do crime internacional, onde o agente da Interpol John Hartley (Dwayne Johnson) tenta caçar e capturar Nolan Booth (Ryan Reynolds), o ladrão de arte mais procurado do mundo. No meio desta caçada aparece uma mulher misteriosa (Gal Gadot) que promete complicar as coisas para esta nova dupla que deverá juntar forças para roubar alguns dos itens de arte mais valiosos que existem.

(Quase) triângulo amoroso

Só existe uma força que move Alerta Vermelho para frente: seu elenco estrelado.

O diretor americano de apenas 46 anos de idade jogou todo o peso do entretenimento nas costas de Dwayne Johnson, Ryan Reynolds, além da sempre estonteante Gal Gadot. Por méritos exclusivamente deles, esta produção original Netflix não pode ser considerada como algo descartável, apesar de ficar claro que existe um desequilíbrio neste “triângulo amoroso”.

Este é o terceiro projeto em sequência que Rawson Marshall Thurber trabalha ao lado do grandão Dwayne Johnson. Anteriormente, estiveram na produção de ação cômica Um Espião e Meio (2016), e depois se reuniram novamente no longa Arranha-Céu: Coragem sem Limite (2018), uma cópia piorada de Inferno na Torre (1974) e Duro de Matar (1988) misturados.

Deve-se admitir que a primeira parceria entre eles deu certinho, pois a junção de Dwayne Johnson com o comediante Kevin Hart rendeu algumas boas risadas do público. No entanto, ambos trabalhos seguintes, que incluem esta produção Netflix pouco mostraram de real valor como entretenimento. E, Johnson deixa isso transparecer, já que Alerta Vermelho parece mais do mesmo para o ator que um dia foi um lutador profissional da WWE.

Sorte do assinante que sobram dois atores da trinca, que conseguem elevar (um pouco) o material.

O astro Ryan Reynolds, assim como Robert Downey Jr., assumiu o papel do super-herói que o tornou mundialmente popular. Parece muito confortável para Reynolds encarnar o tirador de barato Deadpool em qualquer outra produção que o escale como o viés cômico da história.

Enquanto a eterna Mulher-Maravilha Gal Gadot mostrou-se bem soltinha, super à vontade na atual produção Netflix, que lhe concedeu liberdades para mostrar um pouco de ação, como lutas corpo a corpo, além de algumas chances para se aventurar no terreno do humor, onde se saiu bem, honestamente.

Sem originalidade

Aqui, novamente vemos o diretor americano pegando (ou copiando descaradamente) referências de outras produções do gênero ação, tentando entregar algo proveitoso ao espectador, que notará já ter visto algo assim antes.

Peguemos, por exemplo, o terço final de Alerta Vermelho, que tenta e falha na proposta de nos levar de volta para 1981, quando o renomado Steven Spielberg nos presenteou com o incrível Os Caçadores da Arca Perdida, primeiro capítulo da série de filmes sobre o intrépido arqueólogo Indiana Jones.

Rawson Marshall Thurber só consegue apertar o Ctrl+C/Ctrl+V nesta obra Netflix, sem nunca passar perto de energizar seu material com qualquer traço de espírito aventuresco.

Resumindo: um desperdício de elenco talentoso, e principalmente, dinheiro.

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