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Crítica | Amanda Knox segue o legado de Making a Murderer e expõe falhas da justiça

Assim como a série documental Making a Murderer, que virou fenômeno na Netflix, o novo filme Amanda Knox examina um caso em que o sistema judicial e policial claramente falhou com aqueles que passavam por ele – mas exatamente como a Making a Murderer, Amanda Knox não quer dizer que sua protagonista é inocente.

O documentário dirigido por Rod Blackhurst e Brian McGinn cobre o caso da estudante americana Knox, que viajou para a Itália a fim de encontrar seu então namorado, e foi acusada de conspirar com ele para assassinar sua própria colega de quarto, uma garota britânica. Knox passou por quatro julgamentos – dois que a condenaram, e dois que a inocentaram.

O caso, portanto, é naturalmente polêmico. Amanda Knox, o filme, se aproveita dessa prerrogativa para meditar sobre o que acontece com um crime violento que é exposto pela mídia, investigado por policiais cheios de preconceitos e condicionamentos negativos, e julgado de forma apressada para conseguir resultados. É um The People vs. O.J. Simpson do século XXI – o que só o torna ainda mais assustador.

Entrevistas

Amanda Knox não confia demais em novas entrevistas. Seus três sujeitos principais são a própria acusada, o investigador italiano Giuliano Mignini, que agiu como promotor no caso de Knox, e o repórter Nick Pisa, que trabalha para um tabloide italiano que noticiou o caso de Knox em várias primeiras páginas.

O documentário pinta cada um deles com uma luz ambígua. Ao falar com Amanda Knox, os documentaristas ouvem a versão dela da história, e observam uma mulher endurecida que pode não ser inocente, mas claramente passou pelo inferno. Mignini é retratado como um policial mais determinado a encontrar uma teoria e prová-la do que ouvir os fatos, enquanto Pisa parece mais confortável falando de suas glórias do que do dano que causou.

É justo dizer que os diretores de Amanda Knox provavelmente “puxam a sardinha” para a teoria de que ela é inocente. Também é justo dizer que ela, afinal, foi inocentada, e que portanto sua importância perto ao caso de Making a Murderer e menor – mas há mais detalhes nessa história.

Isso porque Amanda Knox foi também largamente julgada pela mídia na época por simplesmente ser uma mulher sexualmente ativa. Ao receber o apelido “Foxy Knoxy” (Knox “safada”, ou algo do tipo) nas capas de tabloides e ser exposta como uma predadora sexual que premeditou seu crime, Amanda Knox se tornou um exemplo tristemente preciso da forma como a mídia trata a sexualidade feminina – como um tabu (ou, nesse caso, um crime).

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