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Crítica: La casa de papel – 5ª Temporada – Parte 2

Segunda parte da temporada final apela ao coração em tom de despedida e revolução

Chega ao fim La casa de papel! A série espanhola da Netflix que conquistou o mundo pelos últimos quatro anos!

Quando surgiu em 2017 revelava-se um material atento ao cenário mundial fazendo precisos comentários sociais que atingiram em cheio uma grande parte do público. Contudo, na virada para a terceira temporada algumas coisas mudaram, oferecendo novas camadas à trama de um bando especial que se juntou para colocar em movimento um dos assaltos mais impressionantes na história espanhola.

De repente La casa de papel ganhou uma profundidade diferente, focando na intimidade das peças do tabuleiro de xadrez. Todavia, não imaginem nem por um segundo que isso desviou a atenção do jogo intenso.

Agora, nesta parte 5, que representa a linha de chegada definitiva para o grupo que invadiu o Banco da Espanha atrás de todo o ouro do país, notamos que retorna aquela atmosfera de revolução sentida nos primórdios. Só que esta efervescência está diferente, mais humanizada. Abastecida pelo mais potente combustível para manter um levante de pé: amor.

No fim do primeiro volume desta temporada definitiva, testemunhamos uma perda irreparável para o grupo, em especial para a cabeça pensante do Professor (Álvaro Morte). Na virada para este segundo volume observamos a inspetora Sierra (Najwa Nimri) tirar vantagem dessa vulnerabilidade que pairou sobre todos aqueles envolvidos no assalto, conseguindo fugir com sua bebezinha de dentro do esconderijo onde o líder do grupo comandava cada um dos passos da equipe presente no Banco da Espanha.

Quem é o Professor?

Se no volume 1 desta quinta parte, colocaram a carismática Tóquio (Úrsula Corberó) em evidência; temos nos momentos derradeiros de La casa de papel investigando a fundo quem e qual é o verdadeiro papel do Professor para com o grupo comandado.

Através de duas personagens femininas, Tóquio e Lisboa (Itziar Ituño), compreendemos as motivações que mantêm esta missão e seus membros tão crentes que no final as coisas sairão como o esperado.

No episódio ‘Conversas na cama’, presenciamos um momento de maior intimidade entre Tóquio e O Professor dançando desajeitadamente enquanto ao fundo vemos o nascer do Sol. Ela confessa sua fé nele, de que sempre vai levar as ações até o fim e de que todos podem contar com ele, sejam as consequências que tiverem.

Também no último suspiro da série La casa de papel com o epílogo ‘Uma tradição familiar’ testemunhamos Lisboa dizendo para seu amado o quanto ele aprecia máscaras, inclusive aquela que criou para si, pois por de baixo das inseguranças de uma roupagem Clark Kent, encontra-se alguém que bate de frente com qualquer desafio.

Lisboa comparou O Professor (no caso, Sergio Marquina) com um dos super-heróis mais populares de toda a história: o Superman, visto como um deus entre os humanos.

Fé? Superman? Sacaram onde La casa de papel quis chegar?!

Não é surpresa alguma que esta produção espanhola quis nesta conclusão falar sobre Deus (sim, Aquele da Bíblia), até mesmo porque se buscaram desde o começo nos persuadir a torcer pelos ladrões, por quê não indicar que o cérebro por de trás de tudo tem um tanto de Deus dentro dele?

Lembrando que esta divindade interna se manifesta de maneira esperançosa, como disse Tóquio; assim também como a representação dos poderes impressionantes de persuasão, argumentados por Lisboa.

Pelo amor seguimos adiante

Na mesma medida, acompanhamos La casa de papel abordar sobre o amor.

Na realidade, não só neste segundo volume da quinta temporada, mas por toda ela, tornou-se muito comum à série momentos intensos que sempre servem para exaltar a conexão deste grupo especial, onde cada um dos membros importa, todos em condição de absoluta igualdade.

Óbvio que tal conectividade acontece tão naturalmente pelos laços de amor que unem este grupo de pessoas, praticamente como uma família, talvez até mais. É isso o que move a missão dentro do Banco da Espanha adiante!

Pode ter começado pelo dinheiro, mas agora é sobre cada um deles e a crença de que irão sair vivos desta situação, apesar de algumas perdas que vieram pelo caminho.

Conclusão

No fim, curiosamente, vemos La casa de papel retornar ao tema das revoluções, só que desta vez equilibrando consciência coletiva social com aquelas que insurgem no íntimo de cada um de nós.

Temos total liberdade para questionar se a série espanhola compartilha algo positivo ou não, se são exemplos a serem seguidos ou manifestações que devem ser questionadas ou mesmo recriminadas pelos assinantes da plataforma Netflix.

Porém, é essencial que escutemos a mensagem final de La casa de papel atentamente, que revela qual é a principal motivação de um(a) revolucionário(a) em qualquer missão que encara. Pelas notas finais, percebemos que para revolucionar sua própria vida ou todo um sistema, precisamos nos abastecer de calor, paixão, amor.

Porque certos ou errados temos algo a dizer, consequentemente, também deveríamos ser ouvidos.

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