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Crítica | Mistério no Mediterrâneo

Sandman ataca novamente! Nada a ver com a série de quadrinhos do autor inglês Neil Gaiman. Estamos falando aqui de Adam Sandler, O Sandman.

O ator e comediante americano que foi uma das grandes revelações que brilharam no palco do show de variedades Saturday Night Live (apelidado de SNL), chegando ao estrelato e se tornando um dos astros mais lucrativos em Hollywood, com grandes sucessos que combinados passaram a marca de 2 bilhões de dólares de bilheteria e, que na década de 90, ao lado de Jim Carrey e Ben Stiller eram os maiores nomes desta nova geração cômica na televisão e cinemas.

Porém, o ator de 52 anos de idade que produz longas ao redor do mundo (Havaí duas vezes, África, e algumas cidades americanas), sabe que as coisas dão voltas. Hoje, O Sandman encontrou uma nova casa, a Netflix. Mais por necessidade do que vontade. Já que seus lançamentos no cinema, não vinham fazendo o mesmo sucesso de público (e também de crítica) nos Estados Unidos que alguns lançamentos da primeira década do novo século, como A Herança de Mr. Deeds, Como Se Fosse a Primeira Vez, e Click. Desta maneira, Sandler juntou-se a provedora mundial via streaming, e desde então, lança suas produções direto para o assinante.

O primeiro filme em parceria com a Netflix foi The Ridiculous 6, passando por Zerando a Vida, Sandy Wexler, e mais recentemente, Lá Vêm os Pais. No meio destes projetos malfadados, houve um acerto que foi Os Meyerowitz: Família Não se Escolhe (Histórias Novas e Selecionadas) de Noah Baumbach.

E agora, o comediante entrega mais uma produção Netflix, a comédia Mistério no Mediterrâneo, aonde repete sua parceria com Jennifer Aniston. Ambos trabalharam juntos na rom-com Esposa de Mentirinha de Dennis Dugan em 2011. Saem às terras paradisíacas do Havaí, e entra o continente europeu (Málaga, Monte Carlo, Lago de Como) no longa que conta a história de Nick e Audrey Spitz, um policial que sempre fracassa nos testes para se tornar um detetive em Nova York, e sua esposa, uma cabeleireira, que se encontram em um casamento monótono e decidem fazer uma viagem pela Europa. No avião, encontram o Visconde Charles Cavendish, que oferece ao casal estadia no iate de sua família. Mal imaginavam que entrariam de cabeça em um mistério de assassinato em sua viagem européia. Agora, resta descobrir quem é o assassino.

Bom, para começo de conversa, a comédia de mistério da Netflix, é menos a primeira, e mais o segundo. Quem aparenta estar se divertindo mais aqui neste longa, é o casal de protagonistas da trama. Certamente, eles se divertiram mais que o espectador em Mistério no Mediterrâneo.

O roteiro até consegue surpreender o espectador com a revelação de quem é o assassino da história. Pena que para isso, esqueceu de tentar envolver o público nesta caçada ao matador. Já que o mistério e a investigação estão mais para o frio e, isso atrapalha um melhor aproveitamento do enredo.

Na parte cômica, o texto falha ainda mais, até porque não consegue escapar do trivial de comédias neste estilo. As poucas risadas que o filme de Kyle Newacheck consegue arrancar, vêm pelo talento cômico de Sandler (que anda muito enferrujado se comparado a outros comediantes atuais), e uma intervenção ou outra do ator Luis Gerardo Mendez, que faz o papel de um cara que pouco entende a língua inglesa. E, é só!

Jennifer Aniston parece apenas ligada na tomada 220V, tagarelando e verborrágica. Contudo, deve-se afirmar que a atriz mundialmente famosa pela série de televisão Friends mostra-se muito à vontade e soltinha nessa rede de “mistério”.

Em resumo, Mistério no Mediterrâneo quer ser uma versão cômica de Assassinato no Expresso Oriente da escritora inglesa Agatha Christie. E, falha nesta missão. Dado que, vide a pouca empolgação na trama, fica complicado se conectar com essa situação completamente abilolada que passam o casal Nick e Audrey.

Sandman é geralmente criticado por suas performances cômicas. E, convenhamos nem sempre estão à altura do que um dia já fez, e nem mesmo conseguiu se manter atual em seu estilo. Ainda assim, estranhamente, surpreende à todos quando o ator consegue ser bem utilizado vez ou outra. Mas para isso, é necessário alguém de maior porte ou conhecimento. Lembram o que Paul Thomas Anderson conseguiu tirar de Sandler?! Impressionante, não?!

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