Terra dos Cangurus

Crítica – Próxima Parada: Lar Doce Lar

Animação da Netflix é dinâmica e faz rir com “animais peçonhentos” em narrativa ‘road movie’

Uma cobra, um escorpião, uma aranha, um lagarto… e um coala.

Se à primeira vista algo não se encaixa, esperem até assistirem Próxima Parada: Lar Doce Lar, a mais nova atração da Netflix, que vai mostrar a cada um de nós que para ser família, basta estar ao lado oferecendo um ombro amigo.

Cansados de ficarem trancados em uma casa de répteis onde humanos ficam boquiabertos com eles como se fossem monstros, um grupo desorganizado de criaturas mais mortíferas da Austrália planeja uma fuga ousada de seu zoológico para o Outback, um lugar onde se encaixarão sem serem julgados por suas escamas e presas. Liderando o grupo está Maddie (Isla Fisher), uma cobra venenosa com um coração de ouro, que se une com a autoconfiante lagarta Zoe (Miranda Tapsell), a aranha peluda dançante Frank (Guy Pearce) e o escorpião sensível Nigel (Angus Imrie). Mas quando Pelúcio (Tim Minchin) – um coala fofo, mas detestável – inesperadamente se junta à sua fuga, Maddie e sua turma não têm escolha a não ser levá-lo com eles. Assim começa uma viagem hilária e arrepiante pela Austrália, enquanto são perseguidos pelo tratador do zoológico Chaz (Eric Bana) e seu pequeno filho (Diesel La Torraca).

Explorando a Austrália

Todo bom ‘road movie’ (filmes de estrada) necessita uma paisagem atraente que faça a jornada de nossos heróis parecer mais excitante e atrativa. Definitivamente acertaram em cheio ao selecionar a Austrália como o ambiente a ser explorado em Próxima Parada: Lar Doce Lar.

O país-continental é conhecido mundialmente pela variedade de espécies animais que possui em sua fauna, que incluem alguns bichos peçonhentos que são extremamente perigosos. Mas isso é na realidade, já que nesta animação original da Netflix observamos que os asquerosos, na verdade são super dóceis e carismáticos.

A animação dirigida pelo par Clare Knight e Harry Cripps cruza as ruas da metrópole Sydney, desbravando pelos canos dos esgotos até chegar nas casas bonitinhas do subúrbio. Contudo, é quando chegamos na área natural que a aventura realmente prende o assinante, especialmente pelo aspecto visual. Selvas, cavernas, savanas, rios, florestas, tudo isso no caminho até as montanhas avermelhadas do Outback.

Mais do que os olhos podem ver

Como todas as animações do tipo familiar, já sabemos que no rolar dos créditos finais sairemos de Próxima Parada: Lar Doce Lar com uma lição de vida muito importante: não julgar as pessoas pelas aparências.

Se caso alguns de nós tivermos tido uma boa educação dos pais ou responsáveis, já sabemos desde bem cedo que há muito mais do que os olhos podem ver nas pessoas; agora, caso contrário, terão com esta animação repleta de cores da Netflix algo de valor inestimável.

Mais interessante ainda foi perceber que a narrativa desenvolvida pelo duo Knight/Cripps, não apenas mostrou que existem qualidades em cada um daqueles que são considerados diferentes ou estranhos pela grande maioria, como também exaltou a rede de apoio existente entre os considerados marginais à normatividade.

Existe reflexão e bondade – além de algumas boas risadas – pela aventura energizada de Próxima Parada: Lar Doce Lar, apenas por exprimir tais valores, já vale aquela visitinha ao país que nos presenteou Crocodile Dundee, Steve Irwin e Hugh Jackman, além da Opera House, cangurus e os bumerangues.

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