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Crítica | The After Party

The After Party é a mais nova comédia original Netflix a chegar no catálogo da gigante de streaming. Dinâmico, o filme deve arrancar boas risadas dos espectadores mais jovens. Ainda assim não deve durar muito mais que sua uma hora e meia na cabeça do público.

Como a maioria dos longas e séries que a Netflix vem lançando, é nítido um trabalho mais meticuloso em seu conteúdo nos seus primeiros minutos. Ao menos nesse filme, apesar de perceptível, a parte técnica não decai tanto quanto em Para Todos Os Caras que Já Amei, além de manter um roteiro um tanto mais sólido até o fim. A fotografia é bastante enérgica, com cortes precisos. O enquadramento e iluminação mantém sua qualidade, e o roteiro cheio e sem enrolações mantém o movimento ativo do longa. A câmera respeita bem cada um de seus cenários, trazendo bem o sentimento de cada situação abordada.

A trama segue sem muita novidade, mostrando um personagem principal que se divide entre o romance e a amizade, o que o leva para uma noite cheia de desventuras que movimentam a história. O que chama atenção no roteiro é o quanto este passa um sentimento de que, em nenhum momento, precisou ser alterado para atrair o público. A diversidade está presente em suas personagens de forma que não é nem sutil e nem forçada, por exemplo. O mesmo vale para suas situações cômicas e para o seu flerte com o nicho do rap e hip hop, que está presente durante todo o longa sem que ele pareça um filme voltado para isso.

Muito por seu tema, o longa acaba tendo uma ótima trilha sonora. Não só por suas escolhas de forma individual, mas também por como esta se mescla com o filme. Harrison Holzer acaba por ser o mais destacável na atuação, em um filme onde realmente não há tantos destaques. Mesmo assim, Kyle e Shelley Hennig cumprem bem o seu papel e Andy Buckley poderia ter sido melhor aproveitado se tivesse mais tempo de tela.

The After Party é uma das melhores comédias adolescentes dentro do leque de originais Netflix, e ganha não só por arrancar risadas, mas por não ter momentos cansativos ou delongados. Um dos pontos altos do longo, ao mesmo do ponto de vista industrial, é não precisar levantar uma bandeira para caber dentro do discurso de diversidade, não a tratando de forma especial, mas de forma natural. As diversas participações especiais, como a de Wiz Khalifa, podem atrair também o público, mas todos os aspectos do filme trazem uma obra de entretenimento que deve prender o público por sua qualidade.

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