Paixão Monarca

Crítica – Tratamento de Realeza

Rom-com da Netflix apenas repete a fórmula copiando alguns clássicos recentes

Talvez aquelas mais desiludidas com o amor pensem que filmes sobre encontrar o tal do príncipe encantado acabem por estragar qualquer prospecto de romance, ou mesmo os relacionamentos que se encontram, uma vez que esperam ou querem demais do parceiro em questão.

Nos filmes românticos geralmente encontramos aquele tipão perfeito, sabem?! Bonito, belo sorriso, simpático, atencioso, genuinamente bom, além de bem sucedido. Algo que na vida real pode acontecer, claro! Mas convenhamos que é muito improvável!

Ainda assim, percebemos que continuam criando histórias desse tipo, que persistem nessa proposta do príncipe encantado que vai aparecer na sua porta, seja de casa ou trabalho, e transformar sua rotina em algo saído de um livro de contos de fadas.

Isto é Tratamento de Realeza da Netflix que repete aquela boa e velha fórmula hollywoodiana sobre uma jovem chamada Izzy (Laura Marano) que administra seu próprio salão de beleza e não tem medo de falar o que pensa, enquanto o príncipe Thomas (Mena Massoud) “administra” seu próprio país e está prestes a se casar por dever e não por amor. Quando Izzy e suas colegas de salão super estilosas têm a oportunidade única de fazer o cabelo e maquilagem para o casamento real, ela e o príncipe Thomas descobrem que assumir o controle de seu próprio destino requer seguir seus corações acima de tudo.

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De todos os gêneros hollywoodianos, já é mais que sabido que são as comédias românticas aquelas que mais sofrem para conseguir mostrar algo de real valor no cenário atual.

Infelizmente tal estilo de filme acabou ficando aprisionado à uma fôrma de cozinha que apenas cria repetições, que inegavelmente podem apresentar certo charme, óbvio. Mesmo assim não demora muito para que fiquemos facilmente cansados ou entediados com uma estrutura que já conhecemos de cor e salteado. Sabendo exatamente como terminará aquela “história de amor impossível”.

Resumindo: falta ousadia ao gênero!

Lembrando também que comédias românticas são obras que possuem humor e romance, correto?!

Bom, avisem aos roteiristas e diretores(as) que não (!) está proibido fazer o público rir na parte “com” de rom-com, viu?!

Em vista que normalmente a parte que mais aproxima o público do material não chega a cavalo, mas pelo humor que surge de situações peculiares ou constrangedoras desse encontro de duas almas solitárias.

Nas histórias de amor reais, notamos que são as idiossincrasias que fazem a diferença! Por elas que conseguimos sentir alguma conexão verdadeira com aquilo que estamos vendo, enquanto produções como Tratamento de Realeza fazem o contrário disso, ou seja, anulam particularidades em prol da segurança de entregar algo mais confortável, mas nulo, completamente vazio.

O casal

Apesar da fórmula batida, apostam-se muitas fichas no casal protagonista desse amor para atrair o fiel público à plataforma da Netflix.

De um lado temos Laura Marano, atriz e cantora que iniciou sua carreira como estrela de seriado da Disney, e agora como adulta busca se destacar em comédias românticas, como O Date Perfeito (2019), também parte do catálogo Netflix, quando contracenou com o adorado galã Noah Centineo; já o lado masculino foi representado por Mena Massoud, 30 anos de idade, estrela principal (ao lado de Will Smith) da adaptação live-action Aladdin (2019).

Nenhum dos dois atores são mundialmente conhecidos por seus trabalhos, mesmo ele que trabalhou sob a supervisão do conglomerado Disney. E provavelmente continuarão longe dos holofotes, pois tanto um quanto outro, apesar do carisma, não conseguem representar mais do que um belo sorriso na tela.

Ela ainda tenta oferecer algo a mais, porém se vê limitada pelo roteiro quadrado; agora, Mena Massoud é exclusivamente um conjunto de dentes brancos apresentáveis.

Conclusão

Tratamento de Realeza é só mais uma adição da Netflix à longa lista de comédias românticas inférteis que vemos todo o tempo.

Uma obra de humor fraco, romance morninho (quase esfriando), que não conseguiu nem sequer apresentar um (!) conflito valoroso para que esse tal de amor impossível de contos de fadas significasse alguma coisa.

Só o que temos aqui é uma cópia moderninha e mal feita de Uma Linda Mulher (1990) com ambas edições da franquia O Diário da Princesa, todas dirigidas pelo falecido Garry Marshall (1934 – 2016).

No fim, o que parecia ser realeza, era apenas o Sérgio Mallandro a cavalo branco.

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