Escolher só 10 séries do catálogo da Netflix não é tão fácil quanto parece. Embora famosamente cheia de buracos, a seleção do serviço de streaming está cheia de produções de qualidade que nem sempre são tão fáceis de achar fora do site, especialmente séries mais antigas e britânicas.
Envolvendo tanto drama quanto comédia, tanto as produções originais quanto as emprestadas de outros canais, essas são nossas 10 séries preferidas de lá. É claro, é uma opinião subjetiva, e somos incapazes (como qualquer um) de ver absolutamente tudo que está lá, então talvez a sua série favorita não tenha entrado na nossa lista. Fale para a gente nos comentários!
Por enquanto, nossas 10 séries são essas:
1) Breaking Bad
Com meros 62 episódios, pouca coisa se comparada a dramas que duraram mais de uma década no ar ou tiveram mais capítulos por temporada, Breaking Bad condensa seu brilhantismo na jornada de ascensão e queda de Walter White (Bryan Cranston), um professor de química que descobre ter câncer e acaba recorrendo ao tráfico de drogas para garantir um futuro seguro financeiramente para a esposa Skyler (Anna Gunn) e o filho Walter Jr. (RJ Mitte).
Inequivocadamente uma das grandes narrativas dramáticas da história da televisão, Breaking Bad se carrega com segurança e consistente excelência pelas cinco temporadas disponíveis no Netflix. A produção venceu 16 Emmys durante seus cinco anos no ar, entre 2008 e 2013, quatro deles conquistados pelo protagonista Bryan Cranston como Melhor Ator em Série Dramática.
2) Arquivo X
A série que abriu precedentes para uma porrada de gêneros e convenções adentrarem a televisão americana, Arquivo X foi recentemente ressuscitado em uma agridoce nova temporada de seis episódios, que ainda não está disponível na Netflix, obviamente – os outros nove anos da série, no entanto, exibidos entre 1993 e 2002, podem ser vistos por lá. São pouco mais de 200 episódios, mas vale a pena: a investigação de Mulder e Scully sobre o sobrenatural e o alienígena não só cria uma mitologia inesquecível como não tem medo de ousar, buscando gêneros diferentes de narrativa e desenvolvendo bem os personagens.
A série criada por Chris Carter e protagonizada pelos maravilhosos David Duchovny (Californication) e Gillian Anderson (Hannibal) ainda é a mais premiada da nossa lista, com 16 Emmys e mais 5 Globos de Ouro no currículo.
3) Black Mirror
No ar desde 2011 na Inglaterra, mas com só sete episódios produzidos até agora (mais três estão prometidos para o ano que vem), Black Mirror resgata um formato de antologia diferente do que estamos vendo dominar a TV americana atualmente com American Horror Story e American Crime Story. Ao invés de uma história e personagens diferentes por temporada, a rotação muda a cada episódio – é como a clássica Além da Imaginação, mas muito mais perturbadora e moderna, tocando nos males da tecnologia e da vida contemporânea.
A Netflix resolveu bancar os próximos episódios dessa antologia, o que significa que eles chegarão direto ao serviço de streaming, enquanto os outros sete episódios disponíveis até agora já estão lá. Na sua curta trajetória, a série ganhou três indicações ao BAFTA, prêmio maior do cinema e televisão britânico, e um International Emmy.
4) Luther
Mais uma pérola da TV britânica: Luther não é o sua típica série sobre um detetive de polícia brilhante, mas com uma vida pessoal perturbada. Não é só mais uma história de um gênio cheio de demônios e anti-heroico, embora também seja isso – na performance sempre impressionante de Idris Elba, o astro do vindouro A Torre Negra, Luther se torna um personagem cheio de reentrâncias, e a trama ao redor dele ganha mais investimento emocional para o espectador.
Por enquanto, só as três primeiras temporadas de Luther, com seus 15 episódios, estão disponíveis no Netflix, mas o finale da série, em um episódio duplo que serve como o quarto e último ano da série, deve chegar em breve. Entre 2010 e 2015, Elba levou um Globo de Ouro e um SAG pela performance na série, que ainda foi indicada para oito Emmys.
5) Mad Men
Com uma longa vida de sete temporadas e 92 episódios no AMC, o canal de Breaking Bad e The Walking Dead, Mad Men, criação de Matthew Weiner, passou de 2007 a 2015 como um dos dramas mais aclamados da programação americana. A trama que começa durante os anos 1960 e retrata o dia-a-dia de uma agência de publicidade e as transformações sociais da época, especialmente conforme o tempo vai passando na cronologia da série.
Jon Hamm ganhou fama e reconhecimento pela performance como Don Draper, o misterioso e talentoso protagonista da série. Elizabeth Moss, January Jones e Christina Hendricks também ganharam destaque em seus papeis. Todas as sete temporadas, vencedoras no total de 16 Emmys, estão disponíveis no Netflix.
6) Sherlock
A versão modernizada do detetive mais famoso de todos os tempos, a Sherlock da BBC, tornou seus dois astros, Benedict Cumberbatch e Martin Freeman, astros internacionais com agendas lotadas. Talvez por isso a demora para novos episódios, sem contar que as aventuras de Holmes e Watson vem sempre em pacotes de três, cada uma com 1h30 de duração, mais ou menos. Destaque para a genialidade dos roteiros e as soluções visuais incríveis da direção.
No catálogo da Netflix constam os nove episódios das temporadas comuns, mas não o especial de Natal exibido ano passado. Novos episódios, só em 2017. A série venceu sete Emmys e oito BAFTAs até agora.
7) The Americans
Esse thriller de espionagem realista passado na Guerra Fria e exibido pelo canal FX, é uma das melhores séries da atualidade, e não dá para negar. Com performances arrasadoras de Keri Russell e Matthew Rhys que já deveriam ter figurado no Emmy a essa altura, The Americans é a história de um casal de espiões russos que vive nos EUA durante os anos 80, no auge da Guerra Fria, e posa como uma família americana comum. Trabalhando suas histórias com cuidado e calma, The Americans é devastadora quando quer, mas é nos momentos menores que a série ganha o jogo.
As duas primeiras temporadas estão disponíveis no Netflix. A terceira, que foi ao ar no ano passado, deve chegar em breve, provavelmente no meio da quarta, que começou no FX nessa quarta-feira (16). Até agora, The Americans ganhou só um Emmy, pela performance recorrente de Margo Martindale, mas se tudo der certo isso deve mudar esse ano.
8) The Fall
Antes de ser Christian Grey, Jamie Dornan foi Paul Spector, o certeiro e violento assassino em série de The Fall. E apesar do visual nada desagradável do ator, sua performance e o roteiro não nos deixa torcer por ele, como fazem algumas séries de serial killer mais perturbadas – The Fall é uma tour de force corajosa, moralmente irrepreensível, com uma sensibilidade, uma paciência e uma profundidade psicológica absurdas. Enquanto Spector é caçado por Stella Gibson (Gillian Anderson), e ela enfrenta um departamento de polícia machista e traumas do passado e do presente, The Fall nos conduz por uma jornada inesquecível.
Co-produzida pelo Netflix para a terceira temporada, por enquanto The Fall só tem mesmo os 11 episódios disponibilizados pelo serviço de streaming, mas uma nova leva de capítulos deve chegar esse ano, o que vai aliviar os fãs que viram o segundo ano terminar em cliffhanger.
9) Friends
O clássico dos anos 90 que atraiu uma das maiores audiências da história em seu episódio final, em 2004, depois de 10 longas temporadas e 236 episódios, Friends é extremamente cultuada até hoje. Se você é uma das duas ou três pessoas no mundo inteiro que nunca viram sequer um episódio da série, nós te invejamos: ver as aventuras e desventuras de Rachel, Monica, Chandler, Joey, Phoebe e Ross pela primeira vez deve ser uma experiência e tanto. Poucos personagens fizeram mais marcas na cultura pop do que eles.
Todos os 10 anos de Friends estão disponíveis no Netflix, nas suas gloriosas duas centenas de episódios. A gente, particularmente, sempre se pega revendo esse ou aquele episódio mais especial. Na sua trajetória, Friends venceu seis Emmys, e dois Globos de Ouro.
10) Demolidor
A versão produzida pelo Netflix para o herói da Marvel, primeira de várias nascidas da parceria (já vimos Jessica Jones e veremos em breve Luke Cage e Punho de Ferro), é também muito provavelmente a melhor coisa que a Marvel Studios produziu até agora. Nas mãos de Drew Goddard, indicado ao Oscar esse ano pelo roteiro de Perdido em Marte, o Demolidor da TV é sombrio, urbano, cínico e violento, exatamente como deveria ser, trazendo para uma realidade mais suja e crível os heroísmo mascarado das histórias da Marvel.
A segunda temporada estreia em sua totalidade (13 episódios que complementam os primeiros 13 já lançados) na sexta-feira, dia 18. A primeira temporada foi indicada para três prêmios técnicos no Emmy, mas há expectativa que esse ano o prêmio maior da televisão quebre um pouco o seu preconceito para indicar uma série de super-heróis nas categorias principais.
Crítica | Segunda temporada tropeça, mas traz ação espetacular