Com a exibição de séries como Vikings, The Last Kingdom e Vikings: Valhalla, a Netflix provou o interesse do público por produções históricas. Após o desfecho de Vikings e The Last Kingdom, a plataforma pode apostar em outra trama épica para conquistar ainda mais os espectadores.
Vikings, é importante lembrar, contou com 6 temporadas em sua exibição original. A série também deu origem ao derivado Valhalla, que recentemente, foi renovado para um terceiro ano no streaming.
The Last Kingdom, por sua vez, lançou 5 temporadas na Netflix. A trama da série chega ao fim com o filme Seven Kings Must Die, também disponível na plataforma.
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Saga de Snorri Sturluson é perfeita para a TV
Se o objetivo da Netflix (ou de outra plataforma de streaming) é seguir o sucesso de The Last Kingdom e Vikings com mais uma série histórica, a Saga de Snorri Sturluson é a sugestão perfeita para uma futura adaptação televisiva. Afinal de contas, essa história tem todos os ingredientes necessários para conquistar o público.
Para quem não conhece, Snorri Sturluson é uma figura histórica (e lendária) da Escandinávia. Autor da Edda, da Saga de Edil e da Heimskringla, ele também foi um dos principais responsáveis pela disseminação da cultura – e principalmente da mitologia – nórdica por todo o mundo.
História épica daria uma ótima série
Embora a jornada de Snorri Sturluson seja bastante conhecida entre os aficionados por história, ela nunca foi adaptada (pelo menos de maneira abrangente) para a TV. Logo, as plataformas de streaming encontram na saga, ao mesmo tempo, uma história original e uma trama repleta de elementos instantaneamente reconhecíveis.
Uma série sobre Snorri Sturluson seria ambientada em um dos períodos mais complexos e conturbados da história da Islândia. Na época, a região era governada por mais de 40 líderes (góðars) diferentes. A luta descentralizada pelo poder, nesse sentido, sempre costumava terminar em violência e grandes embates entre povos.
Do que falaria a série de Snorri?
Em uma adaptação da saga de Snorri Sturluson para a TV, o foco principal seria a gradual alteração do sistema político da Islândia e a influência da Igreja Católica Medieval nas relações entre os territórios da Escandinávia. A disseminação do cristianismo, vale lembrar, também é um tema importante em Vikings e The Last Kingdom.
Nesse sentido, enquanto Vikings (e Vikings: Valhalla) trata da oposição entre o cristianismo e as religiões tradicionais, uma potencial série de Sturluson abordaria o conflito entre a Igreja Católica do século 13 contra os governantes dos territórios nórdicos. É um tema muito interessante, pronto para ser adaptado para a TV.
Quem foi Snorri Sturluson?
Snorri Sturluson nasce em um território dividido, e com o passar do tempo, se torna um dos governantes mais importantes da Escandinávia. Eventualmente, ele também se torna um lögsögumaðr, responsável pela aplicação das leis de cada região. Ainda na juventude, Sturluson começou a desenvolver seu grande talento literário.
Após (aparentemente) trair sua terra natal, Snorri encontra um lugar de destaque na corte de Hakon, o Rei da Noruega. No centro do poder, ele se torna um barão após intervir, a pedido do monarca, em uma disputa entre os homens de Oddi e os mercadores noruegueses de Bergen. Outra versão da história diz que ele foi instrumental para o domínio de Hakon na Islândia.
Snorri é um personagem muito importante
Hoje em dia, grande parte do que sabemos sobre os Vikings vem das sagas de Snorri Sturluson. Esses são considerados os registros mais confiáveis sobre a vida dos nórdicos antes do domínio cristão. Afinal de contas, os registros posteriores vêm de monges, padres e outros representantes do cristianismo, que tinham o objetivo de caracterizar os Vikings como um povo violento e “demoníaco”.
Nesse sentido, é importante lembrar que os próprios eventos da vida de Snorri – as perdas que ele sentiu, a ambição que o definia, a traição de amigos e familiares e o banho de sangue das batalhas da época – também influenciam (e muito) a caracterização atual de obras que se ambientam na era dos Vikings. As séries da Netflix não são exceções!
O penúltimo capítulo da história de Snorri
Um dos últimos capítulos da saga de Snorri Sturluson é perfeito para uma série de TV a lá Vikings ou The Last Kingdom. Hallveig, a segunda esposa do governante, faleceu em 1241. A partir daí, seus filhos Klaeng e Orm se juntaram à longa lista de inimigos de Snorri, buscando o auxílio de Gissur e de outros oponentes do nobre.
Em setembro do mesmo ano, 70 homens de Gissur cercaram o castelo de Snorri. Como ele havia deixado sua residência em Reykholt desprotegida, os capangas de Gissur conseguem capturá-lo e prendê-lo no porão. Décadas depois, um congresso de governantes entrega a Islândia ao Rei Hakon, e Gissur se torna duque.
Os deuses de Snorri nunca morreram!
“Cem anos após a morte de Snorri, as canções dos skalds – e os mitos necessários para lê-los – foram deixados de lado. Poucos islandeses sentiram falta deles. A essa altura, a igreja havia apagado os últimos vestígios dos deuses vikings”, diz a historiadora Nancy Marie Brown no livro Song of the Vikings: Snorri and the Making of Norse Myths.
A influência do personagem histórico continua presente na língua inglesa. Afinal de contas, os dias da semana ainda levam os nomes dos deuses nórdicos. “Tuesday” (terça-feira) é o dia de Tyr, “Wednesday” (quarta-feira) é o dia de Wotan, outro nome de Odin, “Thursday” (quinta-feira) é o dia de Thor, e “Friday” (sexta-feira) é o dia de Freyja.
Você pode assistir Vikings e The Last Kingdom na Netflix.
