Inacreditável chegou à Netflix na última sexta-feira (13 de setembro), trazendo a terrível história da adolescente Marie Adler (interpretada por Kaitlyn Dever).
Ela foi estuprada aos 18 anos de idade, mas, em vez de ser tratada como vítima de um crime violento e traumático, enfrentou acusações que poderiam ter sido puníveis com até um ano de prisão.
O caso
Marie Adler disse originalmente às autoridades que um homem havia invadido seu apartamento em Washington, a amarrando, amordaçando e depois agredindo-a sexualmente.
A polícia a interrogou repetidamente e começou a insinuar inconsistências em sua história. Jeffrey Mason e Jerry Rittgarn foram os investigadores, mas tinham pouca experiência em casos de estupro.
Além disso, o departamento de crimes da polícia de Lynnwood não possuía uma unidade dedicada a crimes sexuais.
Não foram apenas os policiais que duvidaram da história de Marie; seus pais adotivos também questionaram seu comportamento após o ataque.
Além de mencionar que a menina contou a história como se fosse um roteiro de série investigativa, os pais também afirmaram que ela não demostrou muitos problemas emocionais.
Por fim, Marie acabou retirando sua queixa, dizendo que havia inventado tudo e admitindo que poderia ter sido um sonho. Ela foi então acusada por apresentar uma falsa denuncia.
Seu advogado, um defensor público, foi a única pessoa a acompanhá-la ao tribunal. Um acordo foi firmado: Marie concordou em pagar uma multa de US$ 500 e foi colocada em liberdade condicional.
O passado traumático de Marie
Marie havia crescido em vários lares adotivos, sendo mudada de um lugar para outro com frequência sem nenhuma explicação, além de ser separada e afastada dos irmãos.
O suposto estupro denunciado por ela foi apenas o mais recente na vida de Marie. A garota já havia sofrido abusos sexuais, físicos e psicológicos em sua infância.
O estuprador
Stacy Galbraith (na série, chamada Karen Duvall) foi a principal investigadora de outro estupro, no Colorado. Ela uniu forças com Edna Hendershot, do Departamento de Polícia de Westminster (Grace Rasmussen na série), depois de descobrir que trabalhavam em casos semelhantes.
Depois de compararem pistas e anotações, ficou claro que elas tinham um estuprador em série nas mãos.
Após uma longa investigação policial, Galbraith e Hendershot lideraram a prisão de seu suspeito: Marc O’Leary, um ex-militar que perseguia e atacava mulheres que moravam sozinhas.
O’Leary foi pego em 2011, sendo culpado por 28 casos de estupro e outras acusações relacionadas, e foi condenado a 327,5 anos de prisão – o máximo que poderia ser aprovado por lei.
Reviravolta
A polícia encontrou evidências que apreenderam da casa que O’Leary, confirmando as descrições de suas vítimas. Entre esses itens, havia um disco rígido cheio de fotografias que ele havia tirado das mulheres após os ataques.
Dentre as imagens, havia uma foto de Marie Adler. Essa era a prova definitiva de que ela estava dizendo a verdade sobre o ataque desde o início.
Como resultado dessa descoberta, o chefe de polícia de Lynnwood solicitou uma revisão interna e externa de como seu departamento lidara com a investigação. O tratamento dado a Marie foi considerado “coercitivo” e “cruel”.
As cenas finais da série mostram um telefonema comovente entre Duvall e Marie, onde a garota oferece sua gratidão por tudo o que as detetives fizeram por ela ao finalmente chegar à verdade.