A Netflix lançou mais um romance na plataforma. Vamos conhecer Amores Solitários, estrelado por Laura Dern e Liam Hemsworth.
O filme aborda as complexas conexões da vida que unem duas pessoas, evitando o clichê dos problemas de relacionamentos com grande diferença de idade. Em vez disso, o filme explora os motivos profundos que levam esses personagens a se cruzarem.
Na trama, a renomada escritora Katherine (interpretada por Laura Dern) está passando por uma fase difícil. Após se separar de seu ex-marido, um escultor que sobreviveu ao câncer, e ser expulsa de sua casa, ela enfrenta um bloqueio criativo ao tentar escrever seu próximo best-seller.
Para aliviar suas frustrações e focar nos prazos de sua editora, Katherine viaja para um retiro internacional exclusivo de escritores em Marrakesh. No entanto, sua chegada não corre como esperado: suas malas se perdem, seu ex-namorado Ugo (Adriano Giannini) está presente no retiro, e seu quarto luxuoso tem problemas com os encanamentos. Mas logo as coisas começam a melhorar.
Owen (Liam Hemsworth), um homem na casa dos trinta anos, também está no retiro. Ele parece ter sua vida sob controle, trabalhando em um emprego de alto nível em private equity e namorando a jovem escritora Lily (Diana Silvers), uma sensação literária repentina.
No entanto, o relacionamento de Owen e Lily começa a desmoronar, e ele e Katherine se aproximam durante passeios pelos mercados de Marrakesh. O vínculo entre os dois se aprofunda em discussões sobre temas como carreira, viagens e a condição humana, até que, inevitavelmente, sua amizade se transforma em um romance.
Mais sobre Amores Solitários
Grant constrói os personagens com sutileza, especialmente nos conflitos entre Owen e Lily, sugerindo que o relacionamento deles está se deteriorando. Apesar de nenhum deles ser o “vilão” da história, o comportamento arrogante e infiel de Lily fica mais evidente do que as distrações de Owen com o trabalho. Diana Silvers consegue equilibrar o diálogo para evitar que Lily pareça tola, trazendo tons emocionantes à narrativa.
Um dos pontos mais fortes do filme é o desenvolvimento dos personagens. Katherine não é retratada como frustrada sexualmente ou como vítima das circunstâncias. Ela e Owen não correm para iniciar um romance, embora haja uma clara conexão entre eles. O relacionamento deles é construído de forma real e complexa, à medida que ambos descobrem que podem ser melhores juntos. Laura Dern e Liam Hemsworth trazem uma leveza vibrante aos clichês do gênero, tornando a relação genuína.
Apesar dos pontos positivos, o filme tem algumas falhas. A direção de Grant comete pequenos erros, como o uso de efeitos visuais fracos e cenas de dia transformadas em noite. Outro detalhe que desafia a credibilidade é Katherine conseguir se manter com o cabelo impecável, mesmo sem acesso a um chuveiro funcional em seu quarto. Além disso, personagens secundários, como Ugo e a ganhadora do Nobel Ada (Shosha Goren), são subaproveitados e mal desenvolvidos.
O tom do filme se assemelha mais a produções como Sob o Sol da Toscana do que às típicas comédias românticas da Netflix. A ideia central de que, às vezes, é preciso se perder para se encontrar parece um tanto genérica e pouco impactante.
Amores Solitários está disponível na Netflix.