O Gambito da Rainha está sendo aclamada tanto por críticos, quanto pela audiência e mantém sua aprovação de 100% no Rotten Tomatoes – o que não é fácil de se conseguir. Existe, contudo, um furo no roteiro da série, que pode ser explicada por meio do livro original.
O seriado mostra Beth como uma garota brilhante no xadrez, mas suas habilidades sociais não são tão boas assim – ela é fria, e um tanto estranha.
Ela pouco aprecia aqueles à sua volta e, ainda assim, é tratada com devoção e lealdade. Mas por que as pessoas a tratam dessa maneira totalmente diferente da forma como ela própria os trata? O livro de Walter Tevis, contudo, mostra as coisas de jeito diferente.
Diferenças cruciais
No romance original, os relacionamentos de Beth evoluem de forma mais orgânica. Harry e Townes, por exemplo, logo a deixam para trás e não retornam.
Quem permanece ao seu lado é Jolene e Benny, com quem ela tem uma conexão mais profunda do que na série.
Beth se interessa pela vida de Benny e os jogos de poker. Eles se aproximam em razão das dificuldades de manter relacionamentos com outras pessoas e confessam que, intencionalmente, afastam as pessoas.
Em Moscou, Beth admite que sente mais falta de Benny do que de Townes, ou qualquer outra pessoa, algo que ela não admite na série da Netflix. Ao término do livro, é Benny quem organiza uma equipe de amigos para criar uma estratégia a fim de ajudar Beth.
Não existe um grupo de pessoas se mobilizando para ajudar Beth, independente do que ela faz.
Outro aspecto diferente é que, no livro, Beth quem liga para Jolene e pede por sua ajuda, reconhecendo que ela é a única quem pode ajudá-la com seus vícios. Isso permite que vejamos um lado mais vulnerável da protagonista.
Com isso, o livro segue um caminho mais natural quando se trata dos relacionamentos de Beth, mostrando que nem todo mundo atura qualquer comportamento da personagem principal.
O Gambito da Rainha já está disponível na Netflix.