Após uma grande polêmica que envolveu até mesmo acusações de antissemitismo, a Netflix renovou o reality show Minha Vida Nada Ortodoxa para a 2ª temporada. O programa estreou originalmente na plataforma em julho de 2021, e embora tenha feito sucesso com os fãs, provocou uma enorme controvérsia por sua temática inusitada.
Minha Vida Nada Ortodoxa é uma produção documental que acompanha a rotina da mulher de negócios Julia Haart. A fashionista é uma ex-integrante de uma comunidade judaica ultra-ortodoxa, que se tornou a CEO da empresa Elite World Group.
“A minha missão é revolucionar a indústria de dentro para fora, enquanto ajudo os meus filhos a conciliar suas infâncias ortodoxas com o mundo moderno”, comenta a protagonista.
Veja abaixo tudo que você precisa saber sobre a renovação de Minha Vida Nada Ortodoxa para a 2ª temporada e a polêmica que aconteceu com o lançamento da série.
Minha Vida Nada Ortodoxa – 2ª temporada confirmada
A Netflix confirmou a renovação de Minha Vida Nada Ortodoxa em 22 de setembro de 2021, dois meses após a estreia da série na plataforma.
Além de focar na trajetória da empresária Julia Haart, a série aborda também a relação da mulher de negócios com o segundo marido Silvio Scaglia Haart e seus quatro filhos – Batsheva, Shlomo, Miriam e Aron.
O difícil diálogo entre a rotina da família no agito de Nova York contrasta completamente com a comunidade religiosa em que Julia cresceu, o que traz grandes debates para a produção documental.
“Na 2ª temporada de Minha Vida Nada Ortodoxa, fãs podem esperar por mais moda, mais família, mais empoderamento feminino, fé, luxo e, é claro, os Haart”, afirmou a plataforma no anúncio da revelação, que foi divulgado pelo site Deadline.
A polêmica de Minha Vida Nada Ortodoxa
Na época de seu lançamento, Minha Vida Nada Ortodoxa foi bastante criticada pela maneira como aborda as tradições das comunidades judaicas tradicionais. A caracterização, segundo especialistas, veio carregada de estereótipos negativos e mentiras.
Em uma entrevista ao site The Jerusalem Post, Sarah Izkovitz, que também cresceu em uma comunidade judaica ultra-ortodoxa, falou sobre a caracterização da cultura na nova série da Netflix.
“Cada uma tem a sua experiência, mas eu também frequentei Bais Yaakov, e posso dizer que as afirmações de Haart, que diz que as mulheres não são livres para se tornarem o que quiserem, não são verdadeiras”, comentou a entrevistada.
Devorah Kigel, uma educadora ortodoxa que analisa o papel da mulher no judaísmo, também condenou a temática da série.
“Essa série, em particular, é bastante forçada. O que me frustra é o fato dela não ter sido sincera sobre suas experiências. Ela deliberadamente fabricou detalhes de sua vida, e em uma plataforma tão grande como a Netflix, isso é um grande problema”, comentou a especialista.
Em meio à controvérsia, a jornalista Alexandra Flesshe começou uma hashtag que incentiva mulheres de cultura judaico-ortodoxa a compartilhar os verdadeiros detalhes de suas vidas.
“Minha Vida Não Ortodoxa é uma piada. Essa mulher se casou com um bilionário e se tornou CEO de várias empresas. 99% das pessoas que deixam as comunidades ortodoxas, sofrem muito. Essa série não é de verdade”, comentou uma internauta no Twitter.
A primeira temporada de Minha Vida Nada Ortodoxa está disponível na Netflix. A plataforma ainda não divulgou a data de estreia do segundo ano. Veja abaixo o trailer da série.