Poucos filmes em recente memória conseguem ser tão ruins quanto Emoji: O Filme. Trata-se de uma animação descerebrada incapaz de entreter qualquer um minimamente exigente. E agora o filme está fazendo muito sucesso na Netflix.
Emoji: O Filme é um daqueles claros exemplos usados para deixar evidente a crise de ideias em Hollywood, que basicamente tem apostado em filmes de super-heróis, remakes, reboots e continuações.
Qualquer semblante de originalidade no filme é desperdiçado, junto de seu elenco (que inclui Patrick Stewart, no ponto mais baixo de sua carreira brilhante). Não há construção de personagem e suas piadas já nasceram datadas, com referências a Candy Crush e outros aplicativos populares de outrora, mas que já saíram de moda.
A obra chegou a “ganhar” prêmios no Framboesa de Ouro, por pior diretor, pior filme, pior combo em tela e pior roteiro. O que já deveria alertar a todos da toxicidade do longa.
Ele conta com uma aprovação de 7% no Rotten Tomatoes, e nota 12 no Metacritic. Além disso, ocupa a 42º de piores filmes no IMDb, o que não é dizer pouco.
Quantidade ou qualidade?
Apesar de todas essas características e “conquistas”, Emoji: O Filme, até o momento desta publicação, ocupa o primeiro lugar dos filmes mais assistidos da Netflix. Esse fenômeno deixa bem claro que muitos assinantes não ligam muito para a qualidade do que assistem e não acompanham notícias de cinema.
Poderíamos atribuir isso ao público infantil da Netflix, que poderia ser atraído por algo assim, mas isso não faria o filme ficar em primeiro lugar.
Curiosamente, isso funciona como validador da estratégia da Netflix, que opta por quantidade acima de qualidade, total oposto de outros canais, como a HBO, que lança menos séries originais, mas acerta mais na qualidade delas.
Obviamente que a Netflix conta com bons programas, como The Crown, que já ganhou inúmeros prêmios Emmy, mas o que realmente atrai seus assinantes é o tamanho de seu catálogo e a qualidade do que está presente nele, claramente, não afeta a popularidade da plataforma de streaming.
Esse sucesso de Emoji: O Filme, pode até mesmo acarretar na compra dos direitos de exibição de filmes mais “duvidosos”. O que é certo é que a Netflix não dá ponto sem nó. A plataforma já está no mercado há tempo suficiente para entender o que dá certo e o que dá errado, já tendo demonstrado não ter medo de cancelar séries com muitos fãs, mas que não trazem retorno financeiro que justifique o investimento.
Assim sendo, caso você ame muito uma série da Netflix, não espere que ela seja renovada simplesmente por contar com algumas premiações. Isso é importante, mas a audiência vale mais e a compra dos direitos de Emoji: O Filme deixa isso bem claro.