ALERTA DE SPOILERS

Vozes e Vultos chegou na Netflix e logo se transformou em um dos mais assistidos da plataforma. Porém, nem sempre audiência quer dizer elogios.

O suspense, que até chega a ter traços de um terror, está dividindo os espectadores. Um reflexo disso pode ser visto no agregador de críticas Rotten Tomatoes.

No site, Vozes e Vultos não conta com boa avaliação. A crítica e o público dão a mesma aprovação de apenas 36%.

O consenso da crítica do site até afirma que o filme da Netflix “é uma adaptação banal e sem inspiração que falha ao se conectar com o material de origem”. Como se sabe, o longa é baseado no livro All Things Cease to Appear.

Além de críticas pela história, principalmente pelo fim, Vozes e Vultos também causa outra polêmico. Internautas consideram que o filme traz gatilhos para quem sofre de algum transtorno alimentar.

Fora os comentários, internautas pedem que a Netflix coloque um aviso em Vozes e Vultos. Veja abaixo as reações sobre o longa.

Temática clássica

Vozes e Vultos traz a clássica premissa de casa mal-assombrada. Apesar disso, alguns fãs também reclamam pela falta de terror no longa.

Como já foi feito em obras anteriores – incluindo a primeira temporada de American Horror Story – vemos os problemas com a casa dialogando com as dificuldades no casamento entre os dois personagens centrais. Conforme a tensão entre George (James Norton) e Catherine (Amanda Seyfried) crescem, mais inquieta fica a casa.

George é professor de História da Arte, convidado a lecionar em uma faculdade de cidade pequena. Enquanto isso, Catherine precisa deixar seu trabalho e sua vida em Nova York para ficar em casa e cuidar da jovem filha, Franny.

Vozes e Vultos é baseado no livro All Things Cease to Appear, de Elizabeth Brundage, mas toma as necessárias liberdades para desenvolver sua trama.

O elenco conta ainda com Natalia Dyer, Alex Neustaedter e Rhea Seehorn. A direção de Vozes e Vultos fica com Shari Springer Berman e Robert Pulcini.

Final de Vozes e Vultos

Como notado, uma das grandes reclamações do filme da Netflix foi o final. Até por isso, os diretores comentaram o desfecho ao Decider.

Pulcini disse:

“Odeio descartar as teorias das pessoas porque acho que há um elemento enigmático no final disso. Mas acho que o interessante é que você tem essa pintura que é uma transição para a vida após a morte. George Inness, que fez esta pintura, era um devoto de Swedenborg.”

“Este era o seu sistema de crenças. E ele pintou o momento em que fazemos a transição para a vida após a morte – isso é o que ele queria expressar. Um dos maridos originais da casa decidiu que sua esposa estava condenada porque ela era uma herege aos olhos dele.”

“Ela estava explorando ideias que ele não aprovava. Então é tipo: quem pode condenar alguém? Quem é o condenado nesta história e como o universo corrige?”

“Acho que é uma noção muito atual, pois estamos vendo esse tipo de revolta cultural acontecendo com ‘pessoas tóxicas’ que se safaram por tanto tempo recebendo seu castigo.”

“Há algo muito satisfatório sobre essa mudança de quem é realmente condenado nesta história e quem tem o poder de fazer isso. Eu acho que há um poder espiritual, um poder feminino, neste filme que realmente entrega o final.”

Ele acrescentou que acredita que os espíritos das esposas estão entregando George para o inferno na cena final na água.

“Elas estão definitivamente dirigindo a ação no final, sim. Quero dizer, você pode ouvi-las e elas estão entregando George ao seu lugar de direito.”

Berman concordou e acrescentou: “É uma espécie de metáfora para todas as mulheres que foram abusadas por maridos, pais e pregadores – e professores e todos os empresários e produtores e tudo mais. Talvez não em sua vida, mas no sentido metafísico de eternidade, tendo algum tipo de palavra, ou poder.”

Então aí está: as esposas mortas da casa, incluindo Catherine, levaram George à justiça, entregando-o no inferno!

E se você ainda está confuso, Berman sugeriu assistir ao filme uma segunda vez.

“Uma das coisas que queríamos neste filme era que tivesse que ser assistido duas vezes. Adoro filmes que me fazem assistir duas vezes para entender as coisas. Veja como Justine sai do coma – há uma linha com o poder das mulheres por toda parte.”

Vozes e Vultos está agora disponível na Netflix.